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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas | ||
NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS | ||
Ivelaine da Silva Dória 1 (ivelaine@globo.com), Grasiella Dias Aragão 1, Solange Santos Rezende 1, Karen Joice de Castro Mendonça 1, Isabela Teles de Souza 1, Liv de Oliveira 1, Leda Rodrigues 1 e Leila Luiza Conceição Gonçalves 2 | ||
(1. Depto.de Ciências Biológicas e da Saúde, Univ.Tiradentes - UNIT; 2. M.Sc em Enfermagem,Depto.de Ciências Biológicas e da Saúde,Univ.Tiradentes-UNIT) | ||
INTRODUÇÃO:
Na adolescência fatores biológicos, psíquicos, sociais, podem deixar os adolescentes mais propícios às doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) e interferir no desenvolvimento e expressão da sexualidade. Os baixos níveis escolares e socioeconômicos na população brasileira são fatores que estão associados à ocorrência de DST’s. Os jovens que estão vivenciando a adolescência e esses fatores tornam-se mais vulneráveis a essas doenças, devido à liberação sexual, a facilidade dos contatos íntimos, aos estímulos oriundos dos meios de comunicação. Além disso, acredita-se que a desinformação, também, favorece a possibilidade de contaminação por essas doenças, pois o aumento da incidência entre jovens vem crescendo significativamente. Os dados epidemiológicos evidenciam a importância de que os jovens sejam orientados em relação à prevenção de doenças transmissíveis sexualmente antes da primeira relação sexual. Além disso, há a necessidade de órgãos governamentais, escolas, comunidade, entre outras instituições, implantarem ações educativas ou reforçarem as ações, já existentes, relativas às doenças, voltadas aos adolescentes com o intuito de prevenir novos casos. O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento dos adolescentes do ensino fundamental sobre as DST’s. A pesquisa é relevante por tratar da necessidade do desenvolvimento de ações preventivas primárias em relação às doenças, com o envolvimento dos seguimentos da sociedade e dos profissionais de saúde. |
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METODOLOGIA:
O universo dessa pesquisa compõe-se de 60 alunos na faixa etária de 12 a 19 anos, da 5ª a 7ª séries de uma escola municipal, no turno vespertino, em Aracaju-SE, no período de 1 a 30 de Novembro de 2004. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual foi avaliado o nível de conhecimento dos adolescentes sobre doenças sexualmente transmissíveis. A amostra foi selecionada utilizando-se a técnica de amostragem aleatória por emparelhamento, já que existiam várias turmas de cada uma das séries estudadas. Os entrevistados foram selecionados de forma voluntária por interesse de participação. Como estratégia para coleta de dados, optou-se pelo guia de entrevista, contendo um roteiro padronizado, semi-estruturado e informal relativo às doenças. Antecedendo a realização da entrevista, houve o esclarecimento aos sujeitos sobre a pesquisa, seus objetivos, utilização e sigilo das informações, como também, da recusa, em qualquer momento do desenvolvimento do estudo, de sua participação sem sofrer penalidades. O termo de consentimento livre e esclarecido foi entregue aos alunos maiores de 18 anos e aos pais referentes aos alunos menores de idade. A coleta de dados ocorreu no mês de novembro de 2004. |
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RESULTADOS:
Em relação à faixa etária, 68,3% dos adolescentes encontravam-se de 12 a 14 anos. Quanto ao gênero, observou-se a predominância do sexo feminino com 58,3%, e do sexo masculino com 41,7%. Em relação às doenças transmitidas pelo contato sexual, 83,3% dos adolescentes já ouviram falar sobre essas doenças e 16,7% referiram que nunca ouviram algo sobre o assunto. Todavia, notou-se que, apesar dos adolescentes entrevistados possuírem conhecimento sobre as doenças, esse parece ser superficial em relação à prevenção e a transmissão. Quando questionados sobre atividade sexual, idade da iniciação sexual e medidas de prevenção contra as DST’s, 21,7% responderam ter vida sexual ativa; 13,3% iniciaram as atividades sexuais antes dos 12 anos de idade e 18,33% afirmaram usar preservativos durante o ato sexual. Quanto à prevenção das doenças, 68,3% dos estudantes responderam que sabiam se prevenir e 31,7% referiram que não. Em relação às formas de transmissão, 51,66% dos participantes da pesquisa afirmaram ser o sexo vaginal a principal forma de aquisição e 5% não sabiam responder. A televisão e a escola foram os meios de comunicação mais citados pelos entrevistados, como forma de adquirir informações sobre a transmissão das doenças. Apesar da maioria dos jovens entrevistados responderem possuir conhecimento sobre o assunto, 54,78% consideraram-se vulneráveis a contrair essas doenças. Esse fato torna-se possível questionar a qualidade dessas informações. |
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CONCLUSÕES:
Considerando os resultados da pesquisa apresentada, observou-se que 100% dos entrevistados não possuem informações suficientes para prevenir-se das doenças, tornando-os grupos de risco para a aquisição das mesmas e, principalmente, o HIV. Pode-se concluir que é imprescindível a prática de várias abordagens entre os alunos sobre as DST’s, já que a escola é o ambiente mais freqüentado pelos mesmos e onde passam maior parte do seu tempo diário. Para o desenvolvimento de tais práticas pode-se tentar a formação de parcerias com o setor de saúde, através das unidades do Programa de Saúde da Família, Universidades e Organizações Não Governamentais. O baixo nível de conhecimento no assunto pode ser minimizado através da promoção de oficinas de sexualidade, preparando os jovens para as responsabilidades, riscos e vários outros aspectos referentes ao sexo. A desinformação propicia o aumento da incidência de DST’s, portanto, estudos como este contribuiu para a conscientização da população, dos profissionais de saúde e da educação e dos órgãos governamentais sobre a necessidade do desenvolvimento de novas políticas públicas de saúde e fortalecimento das estratégias já existentes, no que tange a população de adolescentes, sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Enfermagem em DST’s; Enfermagem na saúde do adolescente; Educação em saúde. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |