|
||
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
PREPARAÇÃO DE INDICADORES NATURAIS PARA TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE A PARTIR DA FLORA DE CAMPINA GRANDE/PB | ||
Ricardo Dantas Silva 1 (hades_cg@hotmail.com), Germano Véras 1 e Everaldo Paulo de Medeiros 1 | ||
(1. Departamento de Química, Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB) | ||
INTRODUÇÃO:
Os PCN para o Ensino Médio propugnam que “O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo”. Na esteira desse raciocínio, diversos grupos de pesquisa em educação química estão explorando o uso de corantes naturais como indicadores ácido-base. As principais vantagens estão relacionadas diretamente com o ensino de química e a aprendizagem realizada pelos alunos, usando-se como conceito a proposta de Santos e Schnelzer que diz: "a função do ensino de química deve ser a de desenvolver a capacidade de tomada de decisão, o que implica a necessidade de vinculação do conteúdo trabalhado com o contexto social em que o aluno está inserido", neste caso, tornando o aluno um ser consciente com a sociedade, o meio ambiente e o mundo que o envolve. Percebe-se, portanto, que o uso da coloração emitida por compostos presentes em flores pode ser um recurso didático como estratégia de ensino de equilíbrio ácido e base e identificação de acidez ou basicidade de diversos materiais, permitindo ao professor oferecer uma alternativa simples e de baixo custo para o ensino de química. Nessa perspectiva, este trabalho de pesquisa propõe desenvolver experimentos que procurarão enfocar a construção de conhecimento por parte do aluno a partir de saberes da química com outras disciplinas (biologia, geografia), evitando a compartimentalização dos conceitos, permitindo a comunicação entre os mesmos. |
||
METODOLOGIA:
Procurou-se utilizar procedimentos que se adequassem ao período máximo referente a duas aulas geminadas, que eqüivalem a noventa minutos. Todo o processo metodológico desenvolvido será explicitado em quatro etapas distintas, apresentadas a seguir: 1) Coleta de amostras - As amostras foram coletadas em diversas áreas da cidade de Campina Grande/PB, no período de outubro a novembro de 2004, sendo composta por plantas que crescem em áreas livres, de fácil plantio e cultivo; 2) Preparação dos extratos - De cada amostra foi retirada uma pequena quantidade de flores para que pudesse ser catalogada. O restante foi utilizado nos extratos brutos, que foram preparados como se segue. As pétalas das flores foram seccionadas em pequenos pedaços, colocadas em um béquer e foi adicionado 20ml de água destilada. Em seguida, o béquer foi aquecido a uma temperatura de aproximadamente 100°C. Esperou-se o resfriamento do extrato para que pudesse ser utilizado; 3) Preparação das soluções ácida e básica - Foram preparadas soluções de ácido clorídrico e hidróxido de amônio para testar os extratos como indicadores ácido-base; 4) Teste dos extratos brutos como indicadores ácido-base - Para o teste em meio ácido foram separados oito recipientes e em cada um deles foi adicionado 4 mL de cada um dos extratos. Em seguida foi adicionado 20 mL do ácido. Para o teste em meio básico o procedimento foi similar. |
||
RESULTADOS:
Inicialmente, foram feitas observações de campo para identificar as flores que se encaixassem dentro dos parâmetros definidos neste trabalho. Buscou-se, portanto, identificar amostras representativas da flora regional de Campina Grande. A escolha deste trabalho recaiu em oito espécies. Três dessas amostras foram coletadas nos arredores do Centro de Ciência e Tecnologia da UEPB, no bairro de Bodocongó. São elas o Malvisco (Malvaviscus arboreu cau), o Mororó (Bauhinia fortificata) e a Alamanda Roxa (Cryptostegia grandiflora r. br. ). Outras três espécies foram coletadas no bairro da Bela Vista, sendo elas a Primavera (Boungainvilleas glabra), a Buganvília (Bouganvillea spectabilis willo) e uma espécie híbrida da primavera, Primavera roxa, com outra coloração mas que leva o nome científico. As duas últimas espécies foram coletadas em ruas do bairro da Liberdade: a Mimo do céu (Antigonon leptopus) e a Azulzinha (Thunbergia grandiflora roxb). Em seguida foram realizados experimentos para verificar a coloração dos extratos de flores em meio ácido e em meio básico. |
||
CONCLUSÕES:
Percebeu-se nos testes iniciais que alguns extratos apresentaram um processo de degradação rápido, com conseqüente decantação do extrato. Esse fenômeno se deveu às antocianinas terem sido extraídas apenas com água e aquecimento, sendo que a temperatura é um fenômeno que altera a estabilidade das mesmas. Melhores resultados podem ser obtidos quando for usado álcool como solvente e eliminando o aquecimento. De acordo com as imagens obtidas logo após a mistura dos extratos com as soluções ácida e básica percebeu-se que alguns dos extratos não apresentaram mudança sensível de coloração. São elas: primavera, mimo do céu e alamanda roxa. Os extratos dessas espécies, mesmo com a presença de antocianinas, indicadas pela coloração das pétalas, não se apresentaram como potenciais indicadores. Isso pode ser devido a estar ocorrendo equilíbrios que impedem a mudança sensível de coloração. Já malvisco, buganvília, primavera roxa e azulzinha tiveram uma considerável variação de coloração quando seus extratos estão em presença principalmente do meio ácido. Porém, o extrato de malvisco quando em meio básico apresentou decantação. |
||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: solução indicadora; extrato de flores; ensino de Química. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |