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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 5. Química de Macromoléculas | ||
POLISSACARÍDEO ENDOSPÉRMICO DE Bauhinia pentandra: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DA INTERAÇÃO COM A LECTINA ENDÓGENA. | ||
Morgana Maria Fonteles Vitorino 1 (mog_fontevi@yahoo.com.br), Clébia Vieira Crisóstomo 1 e Renato de Azevedo Moreira 1 | ||
(1. Depto de Bioquímica e Biologia Molecular, Centro de Ciencias- UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
O gênero Bauhinia pertence à família Caesalpiniaceae e está amplamente distribuída nos trópicos. É uma importante fonte de proteína para nutrição animal e algumas espécies têm sido usadas na medicina popular no tratamento de diabetes, infecções e como analgésicos. A Bauhinia pentandra é comumente conhecida no Nordeste do Brasil como Mororó ou Capa-bode. A maioria das dicotiledôneas apresenta um endosperma rico em galactomananas, um polissacarídeo formado por D-manose beta (1-4) como cadeia principal com substituições de galactose ligadas alfa (1-6) à cadeia central. Esse polissacarídeo de parede celular é responsável pela absorção de água durante a germinação bem como reserva energética. Devido a sua estrutura singular, as gomas de endosperma de leguminosas tem sido usadas no preparo de matrizes de afinidade, para o isolamento de lectinas galactose ligantes. Considerando o fato da lectina de Bauhinia pentandra ser ligante a galactose e que na parede celular do seu endosperma estão presentes galactomananas, a interação desse polissacarídeo com lectina cotiledonária deverá acontecer durante o processo vital desempenhando assim, uma provável função endógena. Portanto neste trabalho iremos desenvolver estratégias para observar esta interação. |
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METODOLOGIA:
Na obtenção do polissacarídeo, 20g de tegumento com endosperma foi submetido à inativação enzimática em manta térmica sob refluxo com metanol e água (4:1) durante 30 minutos. Em seguida, o material foi lavado em água corrente e deixado em água destilada (200ml) na geladeira por 24hs. O endosperma foi separado manualmente do tegumento e então triturado com 250ml de água, colocado em agitação por 1 hora e em seguida centrifugado a 5.000g por 30 minutos a 4°C. O sobrenadante foi precipitado com etanol 1:3 (v/v). O polissacarídeo obtido foi colocado em acetona e seco sob vácuo. Na Hidrólise ácida o polissacarídeo seco (10 mg) foi dissolvido em 1ml de água sob agitação por uma noite e então submetido à hidrólise ácida total com TFA 2M a 100°C por 5 horas. As análises por cromatografia em camada delgada foram realizadas em placas de vidro impregnadas com sílica gel. Como padrão foram utilizados açucares: arabinose, manose, xilose, glucose e galactose na concentração de 20mg/ml. O sistema solvente empregado foi acetato de etila: ácido acético: propanol: água na proporção de 4:2:2:1 (v/v) tendo orcinol / ácido sulfúrico como revelador. Para a cromatografia de afinidade o polissacarídeo reticulado de Bauhinia pentandra foi utilizado no isolamento da lectina da mesma semente. A atividade hemaglutinante foi realizada de acordo com Moreira & Perrone (1977) usando sangue de coelho a 2%. |
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RESULTADOS:
Somente os monossacarídeos do tipo galactose e manose foram identificados através da cromatografia em camada delgada, sugerindo assim, a presença de uma galactomanana como polissacarídeo principal. A matriz cromatográfica formada pelo polissacarídeo reticulado de Bauhinia pentandra mostrou-se hábil para isolamento da lectina cotiledonária da mesma semente (galactose ligante), tendo sido comprovado através de ensaio de atividade hemaglutinante. |
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CONCLUSÕES:
O endosperma da semente de Bauhinia pentandra é constituído por uma galactomanana capaz de isolar lectinas galactose específica. Isso sugere uma provável interação in vivo entre lectina endógena e a galactomanana durante a germinação quando a lectina é exsudada para o meio. |
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Instituição de fomento: CNPq, Capes, Funcap | ||
Palavras-chave: Bauhinia pentandra; Galactomanana; Lectina. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |