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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências | ||
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SENSORIAMENTO REMOTO PARA MAPEAMENTO GEOLÓGICO EM ÁREAS INVIAS-BORDA SUDESTE CO CRATON AMAZÔNICO: ESTUDO DE UM CASO. | ||
Márcia Aparecida de Sant Ana Barros Pinho 1 (mapabarros@yahoo.com), Salatiel Alves Araújo 2, Rogério Roque Rubert 2 e Rosilene Aparecida Padilha 1 | ||
(1. Departamento de Recursos Minerais – UFMT; 2. Companhia Matogrossense de Mineração – METAMAT) | ||
INTRODUÇÃO:
Para a geração de mapas geológicos, principalmente em regiões sem infraestrutura, com intensa cobertura vegetal e dificuldades de acesso, como a região amazônica várias ferramentas de apoio, derivadas de avanços na área de Sensoriamento Remoto estão sendo empregadas com sucesso, permitindo maior agilidade e precisão na aquisição de informações. Padrões de relevo, morfoestruturas, redes de drenagem e contatos litológicos são analisadas usando o modelamento SRTM e imagens de satélite da série Landsat TM. Estas ferramentas, usadas isoladamente ou em conjunto, substituem ou complementam com muita eficácia outras ferramentas tradicionais de mapeamento geológico como fotografias aéreas, cartas topográficas e imagens de radar. |
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METODOLOGIA:
As ferramentas utilizadas neste trabalho foram o SRTM(Shuttle Radar Topography Mission) e imagens de satélite Landsat e TM. O SRTM é o resultado de uma missão Internacional com o objetivo de gerar um modelo digital de elevação da terra usando interferometria por radar. Os dados são disponibilizados em um conjunto de células individuais rasterizadas, ou quadrantes, cada um cobrindo um grau por um grau na latitude e na longitude. No caso da utilização para mapeamento geológico, são extraídas a partir dos modelos digitais de terreno do SRTM em conjunto com a utilização de softwares da família ESRI específicos, curvas de nível, visualizações em 3D entre outros, que oferecem ao observador uma compreensão maior do ambiente representado. O modelo digital de terreno do SRTM permite a modelagem do relevo com a geração automática de curvas de nível com boa resolução espacial tanto vertical como horizontal compatível com o mapeamento na escala 1:100.000. A medida em que o modelo 3D é rotacionado e novas cenas, com ângulos de visão diferentes aparecem, as possibilidades de análise e interpretação, tanto de aspectos fisiográficos como geológicos, determinações de relações estratigráficas e estruturais, proporcionam ao espectador elaborar ou confirmar hipóteses, sobre a geologia do ambiente observado. Para o caso de projetos de mapeamento geológico, tais informações, são associadas às etapas de campo direcionadas a alvos previamente determinados, para verificação de relações estratigráficas, contatos, coletas de dados de geologia estrutural e amostragem. |
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RESULTADOS:
Esta metodologia foi aplicada durante o mapeamento geológico do sudeste do Cráton Amazônico, numa área de aproximadamente 1.000 Km2 localizada no nordeste de Mato Grosso, município de Vila Rica, divisa com os estados do Pará e Tocantins. O trabalho resultou num mapa geológico na escala de 1:100.000. Neste projeto de mapeamento, empregando estas ferramentas, associadas a técnicas tradicionais de coleta de dados, foi possível individualizar 05 unidades geológicas denominadas de Complexo Xingu, Suíte Intrusiva Vila Rica, Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Rio Dourado e Formação Gorotire. A utilização das ferramentas de Sensoriamento Remoto para a individualização destas unidades a partir de diferentes padrões de relevo, demonstrou-se bastante eficiente na delimitação de áreas com litotipos diferenciados, que depois de submetidas a milhões de anos de intemperismo e erosão, apresentam diferentes respostas geomorfológicas, em conseqüência de suas características físicas e químicas. Estruturalmente definiu-se na área um padrão predominante NW presente nas morfoestruturas confirmado nas etapas de campo in loco, com a identificação em afloramento de foliações metamórficas e milonitizações coincidentes com essa direção. Geomorfologicamente pode-se definir três tipos de domínios: 1- Domínio de serras 2- Domínio de planícies 3- Serras estreitas e deformadas. |
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CONCLUSÕES:
As vantagens da utilização de tal método, durante este projeto de mapeamento geológico, foram que além de ter sido uma ferramenta de baixo custo, proporcionou uma visão ampla e precisa do modelado do terreno, detalhamentos de informações de mapas topográficos e da malha hidrográfica e dos acessos possíveis na área, num estudo prévio aos trabalhos de campo. Na fase de interpretação dos dados e finalização do mapa geológico , ficou demonstrado que as ferramentas de sensoriamento foram muito importantes para o entendimento do arcabouço geológico da área estudada, dentro da escala proposta. |
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Palavras-chave: Sensoriamento Remoto; Craton Amazônico; Mapeamento Geológico. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |