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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 1. Ecologia dos Animais Domésticos e Etologia
EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL SOBRE O COMPORTAMENTO DE PASTEJO EM ABELHAS Apis mellifera L.
Francisca Lígia Aurélio Mesquita 4 (ligiazoo@bol.com.br), Antonio Abreu da Silveira Neto 2, Raimundo Maciel Sousa 3, Humberto de Queiroz Memória 4 e Rony Ítalo de Queiroz Menezes 4
(1. Curso de Zootecnia, Centro de Ciências Agrárias e Biológicas – Universidade Estadual Vale do Acaraú; 2. Departamento de Zootecnia, Centro de Ciências Agrárias – Universidade Federal do Ceará; 3. Unidade Centec de Sobral, Faculdade Tecnológica Centec – Instituto Centro de Ensino Tecnológico; 4. Centro de Ciências Agrárias e Biológicas – Universidade Estadual Vale do Acaraú; 5. Centro de Ciências Agrárias e Biológicas – Universidade Estadual Vale do Acaraú)
INTRODUÇÃO:
Durante sua atividade forrageadora uma abelha coletará três tipos de alimentos para a colônia: néctar, pólen e água. As necessidades da colônia e a disponibilidade de recursos no campo determinam a combinação dos materiais coletados. As quais direcionam sua atividade de coleta dos alimentos tomando como base estímulos produzidos pela própria colmeia, sendo igualmente importante a habilidade que as operárias possuem para detectar os estímulos e a capacidade que a colônia tem para produzi-los. O presente trabalho teve como objetivo estudar a influência da suplementação alimentar sobre os requerimentos nutricionais das colmeias e o tipo de alimento coletado nas flores durante o período de forrageamento das abelhas. Mais de 80% da polinização em culturas comerciais é realizada por abelhas melíferas. O processo é favorecido devido algumas características como: a intensa atividade de coleta de pólen, a grande população nas colônias e a agilidade durante o pastejo, o que contribui para a dispersão do pólen entre as flores e a produção de frutos. O desenvolvimento de técnicas que permitam alterar a preferência pelo tipo de alimento coletado implicará em maior eficiência no uso de colmeias para polinização de culturas agrícolas, assim como a produção comercial apícola, dentre eles: o pólen.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado durante o mês de março de 2005, no Setor de Apicultura do Instituto Centec de Sobral-CE. Colônias de abelhas melíferas instaladas em colmeias modelo Langstroth sob sombreamento natural. Foram aplicados três tratamentos, onde o 1o constou do fornecimento de alimentação a base de 75% de açúcar e 25% de farinha de soja na forma de pasta enriquecida com essência artificial de baunilha. O 2o tratamento constou no fornecimento de xarope na proporção de 67% de açúcar e 33% d’água. No 3o tratamento as colméias não receberam suplementação, funcionando como testemunha. Nos dois primeiros tratamentos a suplementação foi fornecida ao final da tarde. As variáveis observadas foram as proporções de coletoras retornando do campo com pólen e sem pólen durante os horários de: 06:00 h, 09:00 h, 12:00 h e às 15:00 h. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualisado com análises de variância entre as médias e a aplicação do teste Duncan, a posteriori.
RESULTADOS:
No horário de 6:00 h houve diferença estatística significativa (P<0,05) no número de coletoras de pólen em função dos tratamentos. Constatou-se maior entrada de pólen nas colmeias que receberam o tratamento com alimentação energética ( =59,33 ± 3,21), seguido pelo tratamento testemunha ( =46,67 ± 8,50) e o tratamento com alimentação completa ( =39,67 ± 11,59). Nos demais horários não se observou diferenças estatísticas significativas (P>0,05). A proporção de coletoras de néctar diferiu estatisticamente (P< 0,05) entre os tratamentos, nos horários de 6:00 h e 9:00 h. No primeiro horário o tratamento com maior número de coletoras foi o de alimentação completa ( =60,33 ± 11,59), seguido pelo tratamento testemunha ( =53,33 ± 8,50) e do tratamento com alimentação energética ( =40,67 ± 3,21). No segundo horário, o tratamento com maior número de coletoras foi com alimentação energética ( =48,33 ± 5,51), seguido do tratamento com alimentação completa ( =36,00 ± 10,15) e do tratamento testemunha ( =35,33 ± 3,79). Não foram observadas diferenças estatísticas significativas (P>0,05) entre os tratamentos nos demais horários. A alimentação energética fornecida na forma líquida, resultou em um pronto atendimento das necessidades energéticas das colmeias e em um maior número de campeiras coletando pólen no início da manhã. Após o atendimento das necessidades protéicas, as colmeias do tratamento com alimentação energética dirigiram seu contingente de coletoras novamente em busca de néctar.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que o uso da alimentação energética na forma de xarope a 67% atende as necessidades energéticas imediatas das colmeias, diminui o interesse das mesmas pelo néctar e estimula a busca pelo pólen. A técnica poderá ser utilizada com sucesso em programas de polinização dirigida, onde a coleta de pólen seja a atividade de pastejo com maior eficiência na fecundação das flores, poderá também ser aplicada em colmeias para produção comercial de pólen.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  alimentação artificial; comportamento de pastejo; pólen.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005