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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia | ||
ESTUDO DA MICROBIOTA FÚNGICA DO AR DURANTE A ESTAÇÃO SECA DE ÁREAS URBANIZADAS E PRESERVADAS DO CAMPUS DO ITAPERI / UECE. | ||
Lydia Dayanne Maia Pantoja 1 (lydiapantoja@bol.com.br), Manuela Soares Couto 1 e Germana Costa Paixão 2 | ||
(1. Graduanda do Curso de Ciências Biológicas (CCB) – UECE; 2. Profa. Ms. do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará–UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Um dos principais desafios da comunidade planetária é conseguir viver em harmonia. Nos últimos anos, o aumento da contaminação do ar vem se tornando cada vez mais preocupante, pois se constitui numa importante fonte de agravos aos seres vivos e não vivos, contribuindo para as desarmonias ambientais. A Aerobiologia é a ciência que estuda os organismos biológicos (bioaerossóis) presentes no ar, suas origens, seu transporte e deposição em relação às condições meteorológicas e seus impactos sobre o homem, animais e plantas. Um dos principais constituintes desses bioaerossóis são os fungos anemófilos, os quais encontram-se dispersos no ar na forma de propágulos que contribuem para uma diminuição na qualidade do ar. Distinguem-se dois tipos de microbiota aérea: a de ambientes fechados e de ambientes abertos. Assim, a distribuição qualitativa e quantitativa dos bioaerossóis fúngicos está diretamente correlacionada com o tipo de ambiente estudado. O conhecimento dos fungos anemófilos de um dado local é importante para o diagnóstico ecológico de uma região e para o tratamento específico de manifestações alérgicas e outras micoses decorrentes da exposição a esses seres potencialmente patogênicos. Assim, a presente pesquisa realizou o isolamento e a identificação dos fungos anemófilos presentes no ar durante a estação seca de diferentes ambientes urbanizados e preservados do Campus do Itaperi da UECE, bem como a quantificação total das colônias. |
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METODOLOGIA:
O experimento foi realizado no Campus do Itaperi - UECE, situado a 03°47’S e 038°33’W. As amostras foram coletadas dos seguintes locais: Biblioteca central, Almoxarifado central, Sala de aula (I-03), Corredor central das cantinas e em uma área preservada na região sul do Campus. Em cada um dos locais foi conduzida uma coleta mensal entre os meses de agosto e dezembro de 2004, período esse climaticamente caracterizado como a estação seca na região NE, perfazendo uma amostragem de 25 coletas. Para tanto, utilizou-se o método da sedimentação passiva em placas de Petri contendo ágar Sabouraud a 2% de dextrose. Essas placas foram expostas por 12 horas (8:00h as 20:00h) no centro do ambiente estudado, a uma altura de 2m acima do solo. As placas eram vedadas e encaminhadas ao laboratório de Microbiologia do CCB, onde foram incubadas a uma temperatura entre 25-28°C por 7 dias. As colônias fúngicas formadas tiveram suas características macro e micromorfológicas analisadas segundo metodologia preconizada por Sidrim, 2004. Durante o período de coleta, algumas características climáticas, tais como: temperaturas máximas e mínimas, média da umidade relativa do ar e média da precipitação atmosférica das áreas estudadas, foram monitoradas através de dados fornecidos pela Fundação Cearense de Meteorologia – FUNCEME (posto de coleta do Castelão). A análise estatística foi realizada através do Teste não Paramétrico de Kruskal-Wallis. |
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RESULTADOS:
Foram isoladas 2.350 colônias de fungos, assim distribuídas: 849 colônias na Sala de Aula I-03, 639 colônias na Biblioteca Central, 507 colônias no Almoxarifado Central, 228 colônias no Corredor das Cantinas e 127 colônias na Área Preservada. No Almoxarifado Central, Biblioteca Central e Sala de Aula (I-03), as colônias proliferaram em todos os meses analisados, não sendo observado crescimento fúngico na área preservada nas coletas referentes aos meses outubro e novembro e no Corredor das cantinas nos meses de agosto, setembro e novembro. Foram identificados os seguintes gêneros fúngicos: Aspergillus sp, Fusarium sp e Penicillium sp isolados respectivamente em 16, 03 e 03 coletas, enquanto que Acremonium sp e Curvularia sp foram isolados ambos em 02 coletas e por fim Bipolaris sp, Mucor sp, Syncephalastrum sp e Trichoderma sp isolados cada um em apenas 01 coleta. Não se observou variação climática significativa durante todo o período analisado. |
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CONCLUSÕES:
Concluímos que, durante o período seco, os gêneros fúngicos mais incidentes foram: Aspergillus sp, Penicillium sp e Fusarium sp, sendo o gênero Aspergillus predominante em todos os ambientes pesquisados. Dados esses que se assemelham aos atuais estudos que afirmam serem esses os fungos, seguido do gênero Cladosporium, isolados com maior freqüência no ar do Brasil. Os achados de maior número de colônias situam-se na Sala de aula (I-03) e na Biblioteca central, corroboram com a literatura especializada, a qual cita que os lugares estáticos, com maior umidade e matéria orgânica, servem de substrato para um maior desenvolvimento fúngico. No Ceará, ainda existem poucos registros de estudos da qualidade do ar dos diversos ambientes, assim, essa pesquisa torna-se um dos primeiros passos para a padronização e conhecimento da flora anemófila em nosso meio. No entanto, ainda são necessários novos estudos, especialmente durante a estação chuvosa, para que se possa ter subsídios para analisar a eventual influência da sazonalidade na distribuição desses fungos. |
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Instituição de fomento: Fundação Universidade Estadual do Ceará | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Aerobiologia; Fungos anemófilos; Aspergillus. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |