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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana | ||
A ESPACIALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM RIO BRANCO – ACRE | ||
Valdirene Silva de Miranda 1 (morena_geo@hotmail.com), Vangleane do Amaral Melo 1, Antonia Damasceno Barbosa 1, Allana Igina Maia Rodrigues 1, Maria Alessandra Pinto Dantas 1, Lyvia Milenna de Souza Rocha 1, Odilce Bortolini Somera 1 e Jones Dari Goettert 1 | ||
(1. Departamentos de Geografia, História e Ciências Sociais, Universidade Federal do Acre - UFAC) | ||
INTRODUÇÃO:
A violência contra a mulher tem sido analisada e discutida em diversas áreas do conhecimento, na Sociologia, na Psicologia e na História. Na Geografia, como parte da Geografia do Crime, em desenvolvimento recente no Brasil, a violência contra a mulher também tem sido foco de atenção. A espacialização da violência contra a mulher pode e deve se tornar um instrumento importante tanto para o mapeamento como para a elaboração de políticas que visem a sua diminuição e até erradicação. |
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METODOLOGIA:
Apontar e analisar a espacialização da violência contra a mulher na cidade de Rio Branco, Acre, foi o objetivo desta pesquisa. Através da leitura, recorte e análise de reportagens do jornal A Gazeta, durante o ano de dois mil e quatro, foi-se colhendo informações sobre as formas de agressão física, moral e psicológica contra a mulher na capital acreana. Paralelamente, a construção da compreensão da violência se deu através do levantamento e leitura de textos teóricos que possibilitassem entender o fenômeno. |
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RESULTADOS:
A análise dos dados revelou que a violência contra a mulher se pulveriza em Rio Branco. Durante o período em investigação, constatou-se que as mulheres sofreram agressões em aproximadamente quarenta bairros e também no “centro”. Estação Experimental, Cidade Nova, Sobral, Floresta, Taquari e “centro”, foram os bairros de maior incidência. É variada também a tipologia da violência: estupro, agressão física, agressão moral, homicídio e tentativa de homicídio... Outra evidência importante é que na maioria dos casos, vítima e agressor tinham relações próximas, como marido e mulher. |
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CONCLUSÕES:
A cidade de Rio Branco tem seu tempo e espaço calcados na reocupação da Amazônia sul-ocidental, a partir da segunda metade do século dezenove; mais recentemente, no entanto, a capital acreana foi sendo reocupada por levas de migrantes advindos da floresta “expulsos” da ordem da expansão agropecuária rumo à Amazônia, em especial a partir dos anos setenta do século vinte. A cidade acabou por “refletir” o impacto e a tensão entre uma sociedade “tracidional-hierárquica” e uma pretensa sociedade “igualitária-modernizante” – em empréstimo de Roberto Da Matta –, em que as relações entre mulher e homem apenas são uma das facetas de uma violência que se faz universal, seja institucional, familiar, social, econômica ou culturalmente. |
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Palavras-chave: Violência contra a mulher; Espacialização; Rio Branco - Acre. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |