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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 5. Química de Macromoléculas | ||
UTILIZAÇÃO DE EXTRATOS AQUOSOS DE Cynodon sp COMO ATRATIVO NA ATIVIDADE DE OVOPOSIÇÃO DA FÊMEA DE Aedes aegypti. | ||
Ana Karinne Moreira de Lima 1 (anakarinnelima@yahoo.com.br), Herbet Tadeu de Almeida Andrade 2, Edda Lisboa Leite 1 e Hugo Alexandre de Oliveira Rocha 1 | ||
(1. Departamento de Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN; 2. Depto. de Microbiologia e Parasitologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN) | ||
INTRODUÇÃO:
A dengue e a febre amarela são causadas por um arbovírus e transmitidas pela picada da fêmea do Aedes aegypti. Essa espécie é originária da África Tropical e provavelmente foi introduzida no Brasil durante o período de Colonização. Relatos da Fundação Nacional de Saúde apontam os primeiros surtos de febre amarela no país durante o século XVII. Diante dessa epidemia acontece em 1691, na cidade de Recife, a Primeira Campanha Sanitária Oficial no Brasil e em 1940 é proposta a erradicação do A. aegypti. No ano de 1947 teve início o uso do dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) como inseticida para combater o mosquito. Em 1958 a XV Conferência Sanitária Panamericana, realizada em Porto Rico, declara que a espécie foi erradicada do Brasil. Porém 9 anos depois novos focos são encontrados em Belém. Em 1973 é mais uma vez considerada erradicada, mas em 1976 é encontrada em Salvador. Desde então tem se espalhado pelo Brasil e em 1994 já estava presente em 18 estados brasileiros. Comprovada a resistência do mosquito a larvicidas iniciou-se a busca por formas alternativas de controle dessa população e entre muitos testes para detecção da presença dessa espécie têm-se utilizado armadilhas de ovoposição. Essas armadilhas são usadas para coleta de ovos visando reduzir a densidade populacional dessa espécie. Assim o presente trabalho tem por objetivo testar o poder atrativo de vegetais na atividade de ovoposição das fêmeas de Aedes aegypti. |
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METODOLOGIA:
Procurando identificar vegetais de fácil acesso a população que pudesse ser utilizado como atrativo escolheu-se a espécie do capim Cynodon sp comumente utilizada como forrageira. Os extratos foram obtidos a partir do macerado do vegetal desidratado (EVD) e do mesmo vegetal triturado (EVT). Para cada 25g do vegetal foi colocado 3l de água, após 48 horas o material foi coado e o líquido dividido nas armadilhas e para controle foram utilizadas armadilhas com água. Cada armadilha foi composta por um vaso de cor preta, uma palheta de eucatex, um clip (para fixação da palheta) e do extrato obtido do macerado ou água. Cada armadilha encontrava-se a 1m de distância uma da outra. A mesma era colocada por 5 dias, em pontos previamente escolhidos, quando então eram retiradas e levadas ao laboratório para contagem dos ovos. Após serem contados os ovos foram eliminados. |
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RESULTADOS:
No final de seis semanas verificou-se que o EVD era mais eficiente como atrativo, sendo responsável por 78,38% dos ovos encontrados nas armadilhas, 8,29% e 13,31% dos ovos foram encontrados nas armadilhas contendo EVT e água, respectivamente. Análises químicas demonstraram que não há diferença significativa na concentração de proteínas nos dois tipos de extratos, mas para a concentração de polissacarídeos totais houve diferença, o EVD apresentou uma concentração de 16,3 mg/mL de polissacarídeos enquanto o EVT apresentou 43 mg/mL, verificando-se assim a relação entre a concentração de polissacarídeos no poder atrativo do Cynodon sp. |
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CONCLUSÕES:
Demonstrado o poder atrativo do Cynodon sp e a eficiência da armadilha de ovoposição, essa metodologia torna-se aconselhada como forma alternativa de controle da população desse vetor, pois com ela é possível detectar a espécie ainda na fase de ovo, podendo o mesmo ser destruído antes da eclosão evitando o nascimento de novos espécimes. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Aedes aegypti; atrativo; Cynodon sp. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |