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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem

A INFLUÊNCIA ESTRANGEIRA NO RECIFE: UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR

Neuza Maria Pontes de Mendonça 1 (neupontes@yahoo.com.br), Klenie Synara Ramos da Silva 1 e Rosana Campêlo 1

(1. Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano)

INTRODUÇÃO: As exigências do mundo do trabalho, o desejo de inclusão e a complexa vida pessoal e social atual requerem de homens e mulheres competências mais amplas para sobreviver e conviver numa sociedade que dispõe de bens culturais e de altos níveis de progresso material; e isso se dá através de uma aprendizagem permanente, visando ao contínuo crescimento da produção do conhecimento, de sua conseqüente disponibilização e uso na vida cotidiana, declara Ruy Leite Berger Filho. No entanto, essa aprendizagem permanente deve basear-se em três eixos: a flexibilidade, a diversidade e a contextualização. Assim, pautando-se nesses elementos e no estímulo ao pensamento global, intermediado pela interdisciplinaridade, construímos as Oficinas Pedagógicas Interdisciplinares (OPI) como uma das metodologias da Proposta Pedagógica do CEEGP fundamentada na contextualização do processo ensino / aprendizagem, na prática interdisciplinar e na formação integral do ser, pautando-se nas premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Portanto, todas as Oficinas Pedagógicas Interdisciplinares desenvolvidas por todos os alunos e professores do Centro de Ensino surgem de uma situação-problema contextualizada que leva em consideração a realidade dos alunos.

METODOLOGIA: A oficina dos 2º anos do Ensino Médio desenvolveu-se a partir da situação-problema: Considerando que os bairros do Grande Recife apresentam diversidades culturais, socioeconômicas, ambientais e ações públicas e, ainda, que esses contribuem para a qualidade de vida das comunidades daquelas localidades, como o CEEGP pode contribuir para suscitar nas pessoas, a compreensão e o reconhecimento das necessidades, identificando aquilo que é desejável para cada uma delas?, envolvendo Língua Portuguesa, Inglês e Filosofia. As OPI acontecem semanalmente; a cada semana trabalha-se com uma turma, retornando mais duas vezes, perfazendo 9 horas/aula. Após, dispõe-se de duas semanas com um grupo de 10 alunos de cada turma pelas quais passou-se, para construir o produto final, no total de quatro turmas. Nesta oficina, desenvolveu-se a temática da influência estrangeira nos bairros do Recife, considerando as diversidades culturais. Foram trabalhados os conceitos sobre variedades lingüísticas e gêneros textuais de informação no enfoque de Língua Portuguesa; empréstimos lingüísticos no de Inglês, e a cultura como ordem simbólica: resposta do ser humano ao desafio da existência e diversidade cultural no de Filosofia. Foram realizadas atividades, como: levantamento do conhecimento prévio, construção de conceitos, visita in loco, pesquisas (levantamento dos bairros onde residem os alunos e aplicação de questionário), leitura, produção de revista sobre bairros do Recife.

RESULTADOS: No 1º momento, os alunos apresentaram suas concepções prévias acerca da situação-problema, os conceitos / conteúdos que poderiam ser trabalhados pelas disciplinas e possíveis soluções para a problemática, como: a conscientização através dos textos informativos (Português), informações em inglês para a orientação turística (Inglês), a valorização da cultura e a atitude filosófica nas comunidades (Filosofia), entre outras. Através do levantamento dos bairros onde residem os alunos, eles puderam perceber a diversidade de culturas, experiências e problemas enfrentados pelos bairros. No 2º, pela leitura do texto “Presença Estrangeira” da Revista Continente que apresenta a influência e a contribuição dos povos na formação cultural, histórica e social da cidade do Recife, os alunos apresentaram as contribuições dos portugueses, holandeses, africanos, árabes, ingleses, alemães, entre outros, que viveram ou vivem em Recife, através da representação da linguagem não-verbal. Os alunos também elaboraram um questionário aplicado em quatro bairros do Grande Recife, pautado em questões sociais, econômicas, políticas e culturais. No 3º, os alunos apresentaram os dados e questões da pesquisa de cada bairro, que foram discutidos e comparados entre si; dados que serviram para a construção da revista sobre os bairros. Além disso, fizemos uma visita ao bairro de São José e ao Mercado São José, a fim de percebermos a influência estrangeira, suas contribuições e os problemas dos bairros.

CONCLUSÕES: É notória a contribuição do trabalho interdisciplinar como facilitador do processo ensino / aprendizagem, visto que os alunos conseguem construir e estabelecer relações, além do crescimento em relação ao conhecimento científico, ao trabalharmos os conceitos, e ao cultural, ao proporcionarmos a observação, reflexão e reconhecimento de sua história, ou seja, a construção do conhecimento que se dá pela construção do próprio saber, a construção de competências e a aquisição de saberes já construídos pela humanidade. Segundo o PCNEM (1999, p. 36), “a aprendizagem significativa pressupõe a existência de um referencial que permita aos alunos identificar e se identificar com as questões propostas”, assim, escolheu-se a situação-problema em tela por tratar-se da realidade dos alunos, de seus bairros e de suas comunidades, não permanecendo apenas no nível de conhecimento que é dado pelo contexto mais imediato, mas visando à geração da capacidade de compreender e intervir na realidade, numa perspectiva autônoma e desalienante.

Palavras-chave:  Interdisciplinaridade; Influência estrangeira; Recife.

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005