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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina | ||
A PERCEPÇÃO DO MÉDICO FRENTE AO PACIENTE ONCOLÓGICO: HABILIDADES COMUNICACIONAIS NA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE. | ||
Carlos Maximiliano Gaspar Carvalho Heil Silva 1 (carlmaxbr@hotmail.com), Natália Braga Hortêncio Jucá 1, Amanda Gisele Nobre Carvalho 1, Filipe Castro de Andrade 1, Carolina Arcanjo Lino 1, Igor Emanuel Vasconcelos e Martins Gomes 1, Kathiane Lustosa Augusto 1, Josiane V. Rodrigues 1, Lucyla Paes Landim 1 e Andrea Caprara 1 | ||
(1. Departamento do Curso de Medicina, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
A relação médico-paciente é uma temática que hoje encontra um renomado interesse na produção cientifica, na formação e na prática clínica com a aplicação de técnicas comunicacionais que podem proporcionar uma maior qualidade nessa interação. Uma melhor relação médico-paciente não tem somente efeitos positivos na satisfação dos usuários e na qualidade dos serviços de saúde, mas exerce também uma influência direta sobre o estado de saúde dos pacientes. Nessa perspectiva, essa pesquisa teve como objetivo analisar as percepções dos médicos em informar o paciente oncológico sobre a doença, a evolução, o tratamento e as possíveis intercorrências deste. Como poucos estudos foram realizados no Brasil abordando as habilidades comunicacionais entre a relação médico-paciente oncológico, considera-se relevante o estudo dessa peculiar interação, destacando as dificuldades, procurando soluções. |
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METODOLOGIA:
A metodologia utilizada foi a execução de um estudo qualitativo baseado numa entrevista aberta, que versava sobre a transmissão de má notícia e condução do prognóstico na abordagem do paciente oncológico. As entrevistas foram gravadas e transcritas; em seguida, procedeu-se a realização de leituras múltiplas para categorização das unidades de significados. A amostra foi composta por cinco médicos do serviço de Oncologia do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), que se dispuseram a participar da pesquisa e acataram o com o termo de consentimento livre e esclarecido. |
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RESULTADOS:
Como resultados, foram apontados pelos médicos quatro principais enfoques na abordagem do processo de adoecer do paciente: 1.o uso de linguagem indireta pelo médico, buscando sinônimos menos estigmatizados na transmissão do diagnóstico; 2. a opção do médico em não transmitir má notícia quando reconhece que o paciente não quer ouvi-la; 3. a reação depende mais da individualidade do paciente que o prognóstico e 4. a habilidade do médico em administrar as fases de Kluber-Ross expressadas pelo paciente do momento do diagnóstico à vigência do tratamento com seus possíveis fracassos. |
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CONCLUSÕES:
A partir desses dados, pode-se perceber que existem nuances na relação médico-paciente oncológico que diferem das demais especialidades, como a abordagem diferenciada de transmitir o diagnóstico e o status emocional alterado dos pacientes frente à própria doença. Dessa maneira, pode-se inferir que a necessidade de um aperfeiçoamento da humanização do processo de comunicação entre médico e paciente, na transmissão de má notícia e na evolução da doença, tem relação direta com a maior sensibilidade diante do sofrimento e da realidade do paciente frente a sua integridade física, psíquica e social, e não somente biológica. Ao médico cabe o papel de possibilitar que a relação seja centrada no paciente e não apenas na doença, seguindo o modelo Winnicottiano do médico “cuidador”: profissional que toma seu paciente por inteiro, dando-lhe um atendimento holístico. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: médico; paciente; oncologia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |