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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
TARTARUGAS, SERPENTES, ANFÍBIOS E EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA EM DUAS CIDADES DO PARANÁ | ||
Manoela Woitovicz Cardoso 1 (manoelawcardoso@yahoo.com.br), David Dias da Silva 1, Fernanda Castelhano de Souza 1, Fernanda Martins 1, Mitzi Oliveira da Silva 1, 3, Euclides Fontoura da Silva Jr. 1, 2, Erasto Villa Branco Jr. 1, 2, Gabriela Almeida Silva 1 e Fernando Antônio Sedor 1 | ||
(1. Museu de Ciências Naturais, Setor de Ciências Biológicas - UFPR; 2. Depto. de Genética, Setor de Ciências Biológicas - UFPR; 3. Depto. de Pós-Graduação em Zoologia, Setor de Ciência Biológicas - UFPR) | ||
INTRODUÇÃO:
O projeto "Tartarugas, Serpentes, Anfíbios e Educação para a Ciência em Duas Cidades do Paraná" faz parte do Programa Ciência vai à Escola do Museu de Ciências Naturais da Universidade Federal do Paraná e se destina a realizar ações de educação em ciência e popularização do conhecimento junto à comunidade, nesta área das ciências naturais. Também objetiva aplicar a metodologia científica ao ensino da ciência, levando os professores a trabalharem suas aulas de forma menos memorizativa, discursiva e descritiva. Este projeto foi aplicado em duas cidades previamente escolhidas por apresentarem carências sociais e no ensino, em especial na educação e ensino da ciência. A primeira cidade em que se trabalhou foi Antonina, cidade portuária do Paraná, na qual o projeto consistiu em levar o tema "Tartarugas e Serpentes" à professores do ensino municipal, fundamental e médio, para trabalhar informações desconhecidas e discutir outras por eles apresentadas. Em Antonina foram, ainda, aplicadas atividades diversas com alunos do ensino fundamental. Posteriormente trabalhou-se em Tunas do Paraná, cidade localizada no Vale do Ribeira, região bastante carente e com um dos menores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado. Nela a atividade "Serpentes e Anfíbios, Seremos Bons Vizinhos?" foi aplicada com toda a comunidade e teve a proposta de esclarecer dúvidas sobre esses animais que geralmente despertam medo e/ou ojeriza no público em geral. |
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METODOLOGIA:
No projeto "Tartarugas e Serpentes", em Antonina, foi utilizada a forma metodológica de oficinas nas quais eram trabalhados elementos reais e simulados com modelos e jogos didáticos. Confeccionaram-se quatro quebra-cabeças em E.V.A. para exemplificar a constituição da carapaça e do plastrão de uma tartaruga, além de um modelo didático feito com elástico e carretéis para demonstrar os dois diferentes modos de recolhimento do pescoço nesses animais. Foram utilizados animais fixados que puderam ser manipulados pelos professores e também carapaças de tartarugas. Cada professor recebeu um manual geral sobre quelônios com informações sobre espécies do Paraná, um quadro ilustrando os quatro tipos de dentição em serpentes e uma tabela com as reações em caso de acidentes ofídicos. A oficina consistiu em uma discussão interativa entre os professores e os apresentadores, levantando questionamentos, hipóteses e dúvidas sobre os conceitos apresentados. Na parte sobre serpentes, foi dado ênfase em como proceder em caso de acidentes ofídicos. Também explicitou-se a invalidade da maioria dos quadros de reconhecimento de serpentes peçonhentas para o Brasil. Em Tunas, o projeto "Serpentes e Anfíbios, Seremos Bons Vizinhos?" foi montado no ginásio da cidade permanecendo aberto à comunidade. Os visitantes tiraram dúvidas através da manipulação de animais fixados e painéis ilustrativos sobre acidentes ofídicos, reprodução, alimentação, comportamento e diferentes espécies de serpentes e anfíbios. |
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RESULTADOS:
Em Antonina, aproximadamente 122 professores foram atendidos pela oficina e se mostraram bastante interessados. Alguns demonstraram interesse em reproduzir os modelos didáticos ou montar outros de maneira a tornar suas aulas mais atrativas. Em outras visitas a Antonina cerca de 300 alunos de primeira a quarta série participaram de atividades de ciências naturais a exemplo de um jogo sobre a cadeia alimentar no qual aprenderam alguns conceitos enquanto se divertiam. Em Tunas o projeto contou com o comparecimento de aproximadamente 1000 pessoas, em sua maioria crianças de 4 a 13 anos, além de pais e professores. Em ambos os projetos o conteúdo pareceu bem compreendido e questões como quais atitudes tomar em caso de acidente ofídico, foram esclarecidas. Também anfíbios e tartarugas puderam ser melhor conhecidos, desmistificando muitos dos medos que provocam e lendas que geram. |
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CONCLUSÕES:
Tendo conhecimento das freqüentes mortes causadas por acidentes ofídicos devido à falta de cuidados e tratamento correto, mostra-se essencial a aplicação de projetos que orientam a população em relação a medidas preventivas, sobre determinação da serpente causadora do acidente, procedimentos equivocados utilizados para solucionar o problema (como o mau uso de torniquete, por exemplo), a importância de buscar assistência médica e uso de soroterapia adequada. Sobre tartarugas muitas características que geram dúvidas como sua respiração, reprodução, recolhimento do pescoço e constituição da carapaça foram esclarecidas, contribuindo para um maior conhecimento sobre esses animais. Os anfíbios, que geralmente causam reações de repúdio, asco e medo por possuírem pele úmida e veneno, passaram a ser melhor vistos após esclarecido que são inofensivos desde que se tomem alguns cuidados. Por fim, o trabalho realizado teve considerável abrangência e crê-se que a idéia de ensino científico baseado em conduzir os alunos ao questionamento tenha sido efetivo e também bem demonstrado aos professores, além de apresentar-se como ação de popularização da ciência, levando à comunidade parte do conhecimento adquirido na universidade. |
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Instituição de fomento: Museu de Ciências Naturais - MCN; Setor de Ciências Biológicas da UFPR; Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR; SESU/MEC | ||
Palavras-chave: Anfíbios; Tartarugas e Serpentes; Educação para a Ciência. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |