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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal | ||
FRUTAS NATIVAS DO CERRADO NO MUNICÍPIO DE
PORTO NACIONAL –TO E SUAS FORMAS DE USO |
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Sávia Andréa Mecena Matos 1 (saviamatos@hotmail.com), Paulo Henrique Saraiva Coelho 1, Willians Silva Luz 1, Aldenir Lopes da Conceição 1 e Maria Cristina Bueno Coelho 1 | ||
(1. Faculdade São Marcos) | ||
INTRODUÇÃO:
O Bioma Cerrado pertence ao grupo de Savana Tropicais, sendo que no Brasil apresenta características próprias, o que o torna um ecossistema praticamente exclusivo. está localizado na região Central do Brasil e abrange cerca de 2 milhões de Km², ou seja, 25% do território Nacional, distribuídos em 14 Estados das regiões Sudeste e Norte e prolongando – se além da fronteira com a Bolívia. Sua Vegetação no Tocantins é bastante variada; apresenta desde o Campo de Cerrado, Campos limpos ou Rupestres, a Floresta Equatorial sob a forma de “Mata de Galeria”, sobretudo na Bacia Hidrográfica Tocantins–Araguaia.A utilização de Plantas Frutíferas nativas do cerrado, tão merecedora de nossa atenção, tem sido relegada a um segundo plano no que se refere à pesquisa cientifica. Em geral verifica-se uma ênfase para pesquisas com frutíferas tradicionais, não menos importantes, mas, que isoladamente pode levar uma de nossas principais riquezas que é a diversidade da flora nativa a perdas irreparáveis. SILVA et. al., (1994), enfatiza que a preocupação com essas espécies deve ser tão grande quanto com as consideradas espécies tropicais tradicionais, pois esse atual processo de degradação chega muitas vezes a atingir a fauna, que fica carente das frutíferas silvestres próprias para sua alimentação. Este estudo teve como objetivo fazer um levantamento das frutíferas nativas existententes no município de Porto nacional, suas formas de uso pela população e possíveis alternativas para as famílias de baixa renda, melhorando a qualidade de vida das mesmas. |
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METODOLOGIA:
Foi realizada uma pesquisa junto a três setores da economia, quais sejam: mercados, feiras e fazendas do município de Porto Nacional, estado do Tocantins, através da aplicação de um questionário formado de questões de múltipla escolha, e de tal maneira elaborado, que veio a facilitar o agrupamento das informações de interesse. O questionário foi dividido em três partes, a saber: a primeira se refere aos dados pessoais do comerciante/proprietário, como idade, estado civil, grau de escolaridade, profissão, renda familiar etc. A segunda em relação às espécies de frutíferas nativas existentes (origem, quantidade comercializada, espécies mais procuradas) e a terceira em relação a forma de consumo destes frutos (se in natura ou com alguma forma de processamento) Quando o questionário foi aplicado nas propriedades rurais os proprietários forma abordados quanto as espécies de frutíferas nativas existentes, forma de uso e se existia alguma comercialização. O mesmo foi aplicado no período de julho de 2004 até março de 2005, através de abordagem direta, pelos estudantes do curso de Administração rural e secretariado executivo do programa de iniciação científica da faculdade São Marcos. |
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RESULTADOS:
Foram entrevistadas 20 mercearias, uma feira municipal e 35 fazendas, sendo estas selecionadas através de um processo de amostragem sistemática por conglomerado (onde cada conglomerado era um dos setores da economia). Do conjunto de mercearias, apenas 5 (25%) comercializam algum tipo de frutífera nativa do cerrado, sendo o buriti o único fruto comercializado e processado na forma de doce e óleo. Na feira minucipal, dois feirantes comercializam frutos do cerrado sendo os mais vendidos o buriti, o pequi e o murici. A média de preço varia; o murici custa R$: 2,00 o litro, o pequi custa R$:10,00 a saca e o buriti R$:1,50 a quantia de 500 gramas.Quanto à origem das frutas utilizadas na fabricação de doces, 100% afirmaram colher no cerrado. As técnicas de conservação são a refrigeração e a conserva de frutos, sendo 100% usam a refrigeração e 33% a conserva. A conserva mais fabricada é a do pequi, por ter mais comercialização. Os doces são produzidos em forma de barras de 500 gr e 1 kg e em forma de cristalizados e são vendidos a um custo de R$:4,00 reais a barra de 500gr, R$: 8,00 a barra de 1Kg e R$ 4,00 a bandeja de 500 gr do doce cristalizado. Os licores mais produzidos são os de jenipapo, cagaita, murici, e pequi e são vendidos por uma média de preço de R$: 8,00 o litro. Das fazendas entrevistadas 25 consomem os frutos in natura e 10 fazem algum tipo de processamento (geléia, suco, licor) sendo o uso apenas na propriedade. |
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CONCLUSÕES:
A partir dos resultados desta pesquisa, tornou-se possível delimitar algumas características do consumo de frutos nativos do cerrado no município de Porto Nacional -TO, tanto em relação à comunidade em geral como a forma de consumo e processamento destes. Em linhas gerais, embora o município conte com uma grande variedade de frutíferas nativas, existe um uso bastante restrito talvez pela falta de informação sobre o uso e processamento dos mesmos.Pode – se constatar também que estes frutos estão sendo aproveitados economicamente por uma pequena parte da população, tanto rural como urbana. Os feirantes não tem nenhum tipo de preocupação quanto ao replantio destas espécies como forma de ter sempre a matéria-prima necessária. As principais formas de aproveitamento desses frutos, se dá pelo seu processamento de forma artesanal pela associação de doceiras do assentamento são salvado em formas de doces, licores, sorvetes, picolés, geléias, conservas. O aproveitamento dessas frutas tem gerado renda, aumentando assim a qualidade de vida de muitas famílias.Os dados apresentados neste relatório, por certo, servirão de subsídio nos momentos de planejamento e tomadas de decisões no que se refere a construção de uma mini usina de processamento e comercialização destes frutos. |
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Instituição de fomento: Faculdade São Marcos | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Frutas Nativas; forma de consumo; comercialização. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |