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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil | ||
DIFERENÇAS CULTURAIS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE BRINCADEIRAS DE CRIANÇAS EM ESCOLAS PÚBLICA E PRIVADA. | ||
Raquel Castro Bruno 1, 2 (raquelcb2003@yahoo.com.br) e Marcelle Arruda Cabral 1, 2 | ||
(1. Universidade Federal do Ceará - UFC; 2. Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho é parte da pesquisa “Cultura Lúdica Identidade e Educação da Criança”, que tem por objetivo investigar, através da brincadeira, a identidade infantil no que diz respeito à construção das identidades étnicas e de gênero. Investigamos aspectos do contexto sócio-cultural, tal como se manifestam na brincadeira de faz-de-conta, em termos comparativos entre crianças da escola pública e privada da cidade de Fortaleza. Tomando a brincadeira e os artefatos lúdicos como mediadores do processo de impregnação cultural da criança, podemos encontrar aí as marcas das pautas de condutas sociais que as crianças assimilam do seu grupo cultural e ao mesmo tempo o modo como estas interpretam tais pautas. Os educadores infantis não podem ignorar a dimensão cultural presente na prática lúdica quando se tem em mira uma educação multicultural, visto que, esta dimensão pode constituir um meio de acesso dos professores às significações que as crianças dão ao seu contexto cotidiano. |
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METODOLOGIA:
A etnografia foi à metodologia utilizada uma vez que interessa para nós o significado que o próprio sujeito dá a ação. Foi oferecido as crianças um Kit de brinquedos com carrinhos, bonecas brancas e negras, bonecos, utensílios de cozinha, aviões, soldados, estetoscópio etc., com os quais as crianças brincavam livremente. O mesmo Kit foi oferecido às crianças de ambas as escolas em dias da semana diferentes. Os sujeitos da pesquisa eram crianças da rede pública e privada de ensino da cidade de Fortaleza, na faixa etária de 3 a 6 anos. As observações das brincadeiras foram filmadas e registradas em diários de campo, para posterior análise. |
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RESULTADOS:
Os resultados sugerem que apesar de, nas brincadeiras de ambos os grupos aparecerem temáticas semelhantes (consultas médicas, ambiente doméstico, mãe, pai, filha, padrões de consumo.), a conduta dos personagens diferem de modo a ajustarem-se ao contexto social imediato das crianças, ou seja, o modelo do seu grupo de referência. |
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CONCLUSÕES:
Concluímos que as observações das brincadeiras podem ser reveladoras de valores e padrões de consumo que permeiam a realidade da criança, ao passo em que os brinquedos ao mesmo tempo em que são portadores de significações culturais homogeneizadas são manipulados pelas crianças de maneira singular, ou seja, particularmente significativa. Desta forma, a ação concreta da criança ao mesmo tempo em que é condicionada pelo brinquedo, na medida em que o mesmo fornece as representações a serem manipuladas, é também uma interpretação mais ou menos “livre”, na medida em que ressignifica tais representações de conformidade com a sua experiência. |
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Instituição de fomento: Universidade Federal do Ceará | ||
Palavras-chave: Lúdico; Cultura; Identidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |