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F. Ciências Sociais Aplicadas - 9. Comunicação - 6. Relações Públicas e Propaganda | ||
A INFLUÊNCIA DO MARKETING RURAL NO CONSUMO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA/RS. | ||
Rogério Pietrzacka 1 (rogerioagro@yahoo.com.br), Thaisy Sluszz 1, Italo Lüdke 3 e Luiz Marcelo Costa Dutra 2 | ||
(1. Depto. de Educação Agrícola e Extensão Rural, Univerisdade Federal de Santa Maria - UFSM; 2. Depto. de Fitotecnia - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM; 3. Depto. de Engenharia Rural - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM) | ||
INTRODUÇÃO:
O marketing rural compreende todas as ações desenvolvidas para a venda de produtos e serviços agropecuários e para a fixação de uma imagem positiva das empresas que atuam no setor. Recentemente, o marketing rural ganhou grande impulso, tendo em vista a crescente discussão do agronegócio, particularmente no Brasil, onde o PIB Agropecuário representa aproximadamente 38% da balança comercial nacional (Conferência BioFach, 2003). As grandes empresas têm praticado, com competência, o marketing rural, promovendo ações e atividades junto aos diferentes públicos, valorizando cada vez mais o espaço agropecuário. Assim, esse estudo tem como objetivos: a)analisar como e porque o marketing ajuda na melhoria da imagem do espaço rural frente aos consumidores finais; b) conhecer as preferências e desejos do consumidor final em relação aos produtos agropecuários, bem como o perfil do consumidor dos produtos industrializados: óleo vegetal, leite e arroz. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, no qual procurou-se descrever o fenômeno da influência do marketing no consumo de produtos agropecuários através do uso de técnicas de observação e do levantamento de informações obtidas por meio de questionários. Estes foram compostos de perguntas semi-abertas e fechadas com o intuito de obter informações referentes aos hábitos dos consumidores na aquisição de três produtos agropecuários de grande demanda pela população (leite, azeite e arroz); identificar o perfil do consumidor (sexo, renda, escolaridade...), seu conhecimento do tipo do produto que adquire e o que o leva a adquiri-lo. O universo da pesquisa contou com um total de 90 entrevistados, subdivididos em amostragens de 30 questionários para cada produto do estudo, resultando em uma amostra não probabilística por acessibilidade, conforme descreve Gil (1994). A coleta de dados ocorreu em áreas públicas de maior movimento da cidade de Santa Maria. Procedeu-se a tabulação dos dados através de uma folha-sumário, dispensando o trabalho direto como os questionários e posteriormente a análise das informações a fim de detectar qual o seu significado para a pesquisa, e finalmente elaborado um quadro interpretativo da investigação ligando-se os dados analisados na pesquisa com o conhecimento já existente. Durante a interpretação dos dados, os resultados foram explicados e confrontados com outras literaturas pertinentes, efetuando-se generalizações apropriadas. |
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RESULTADOS:
A análise do perfil dos consumidores de Santa Maria revela que para 46.7% dos entrevistados há preferência pelo arroz tipo comum e óleo vegetal de soja, ficando em 53.3% as preferências pelo leite de caixinha tipo integral. No caso do arroz, isso pode ser explicado pelo aspecto visual do produto pronto, que obteve 30% das respostas, enquanto que para o leite foi devido a qualidade nutricional e o óleo de soja em função de preço (46.7% das respostas para ambos). Nota-se que para o arroz (53,3%) e o azeite (63%), a população não tem conhecimento das diferenças dos tipos de cada produto; enquanto que para os tipos de leite este percentual cai para 13%. Já para marcas, 27% os consumidores de arroz e óleo vegetal tem preferência específica, enquanto que para o leite passa para 43.3% das respostas, sendo as principais razões para tal: confiança e qualidade para os três produtos. Na hipótese de possível mudança de tipo de produto caso os preços fossem equivalentes, a maioria dos que consomem arroz comum (80%) e 53,3% dos consumidores de leite não mudariam sua escolha, sendo que para o óleo vegetal, 60% dos que utilizam óleo de soja gostariam de mudar para azeite de oliva. Outra questão relevante se refere ao tipo de embalagem de óleos vegetais, no qual a preferência dos consumidores mais jovens (até 30 anos) foi para embalagens de plástico enquanto as de lata eram preferidas por pessoas de maior faixa etária, indicando uma tendência a hábitos e costumes. |
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CONCLUSÕES:
Há peculiaridades no perfil dos consumidores de Santa Maria para cada um dos produtos: Para o arroz, o que motiva o consumidor a comprar é o aspecto visual do produto pronto em detrimento da qualidade e preço, o consumidor não sabe as diferenças entre os tipos e também não tem uma marca específica, porém é fiel ao tipo que consome; para o óleo vegetal, o preço é o fator mais limitante, o consumidor jovem busca embalagens plásticas por uma maior praticidade enquanto o de maior faixa etária prefere as embalagens metálicas, ele também não sabe distinguir diferenças entre os tipos e não observa marcas, mas tem interesse em mudar para azeite de oliva caso os preços tivessem equivalência; por fim os consumidores de leite tem uma empatia maior por alguma marca em função principalmente de confiança e qualidade, tem preferência por embalagens de caixa e leite tipo integral sendo que e o preço não é fator limitante na escolha do produto, além de ser fiel ao tipo de produto que consome. Observa-se assim que o marketing dos produtos analisados não causa influência direta no comportamento dos consumidores de Santa Maria, uma vez que em nenhum momento da pesquisa o quesito propaganda foi citado pelos entrevistados. |
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Palavras-chave: marketing; arroz, óleo vegetal, leite; consumidor. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |