|
||
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia | ||
RISCO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: O CASO DA FUNÇÃO E PROFISSÃO DE ENGENHEIRO | ||
Ferdnand Ribeiro Borralho 1 (borralhoferdnand@yahoo.com.br) e Ednalva Maciel Neves 1 | ||
(1. Depto. de Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Maranhão, UFMA) | ||
INTRODUÇÃO:
Nas sociedades modernas a capacidade de previsão e administração dos riscos aparecem como temas centrais na vida cotidiana. As centralidades destes temas estão articuladas com valores e noções que orientam as práticas e sua racionalidade. A noção de risco surge nesse contexto ocupando uma função norteadora das práticas profissionais em algumas áreas do conhecimento científico. Essas práticas vão desde a idéia, desenvolvimento, execução e finalização de projetos até considerações sobre a formulação de normas de fiscalização e manutenção que possibilitem o controle de possíveis riscos oferecidos à sociedade. Casos como o desabamento do Edifício Pálace II no Rio de Janeiro e o risco do apagão em 2001 são exemplos de que a noção de risco permeia todas as práticas dos profissionais em suas respectivas áreas. |
||
METODOLOGIA:
O método de pesquisa que orienta este trabalho tem priorizado a voz do Outro e suas práticas, a partir da observação de campo em disciplinas do Curso de Engenharia Elétrica da UFMA, como também entrevistas com professores e profissionais da área. Dessa forma, busca-se entender como a prática e a teoria andam juntas no processo de apreensão e construção do discurso do risco. |
||
RESULTADOS:
Durante a pesquisa, verificamos que a noção de risco está diluída nas disciplinas do curso e que não há uma cadeira especifica que aborde o tema. Todos os procedimentos são transmitidos de forma naturalizada, pois os riscos de se planejar e manusear a eletricidade já são de conhecimento tanto dos experts quanto do senso comum. Essa diluição da noção de risco tem regulado as normas dos Conselhos profissionais e as práticas do engenheiro, um exemplo é a NR10 (Norma Regulamentadora Número 10) que estabelece as conceituações de zonas de riscos (risco acentuado), zonas controladas (de menor risco) e zonas livres, bem como a determinação de critérios para sua caracterização. |
||
CONCLUSÕES:
A pesquisa realizada demonstrou que a ausência de uma cadeira específica que aborde a noção de risco não torna a prática profissional isenta da noção, que deve sempre ser problematizada no exercício da profissão, como também não compromete a capacidade de compreensão do aluno sobre os riscos. Noções de precaução, prevenção, perigo e acidentes, são noções que estão permeadas em todo o curso de engenharia elétrica. |
||
Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Risco; Engenharia; Prática/teoria. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |