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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 1. Sociologia da Saúde
O CRESCENTE DESENVOLVIMENTO DO ALCOOLISMO ENTRE OS JOVENS
Clenilson Borges Trindade 1 (clenilson_@hotmail.com), Anderson Silva Vieira 1, Laert Moraes 1 e Diêgo Santiago Martins e Silva 1
(1. Depto. de Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Maranhão - UFMA)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho mostra o desenvolvimento espantoso que aconteceu, com o passar dos anos, com um dos males mais perigosos e que a sociedade já passa a vê-lo como normal: o alcoolismo na juventude. Pesquisas mostram o quanto o número de jovens que passaram a “aderir” ao álcool cresceu e, pelo fato da sociedade aprovar (por ser dos males o menor), que pode levá-los a problemas futuros, pois o número de doenças causadas pelo álcool cresceu nos últimos anos, o que espanta a OMS (Organização Mundial de Saúde). Isso nos levou a fazer uma série de questionamentos sobre o álcool, como: por que aumenta cada vez mais seus usuários na juventude? O que leva os pais permitirem o uso? Por que a sociedade não o encara como os demais males sociais? A essas perguntas, achamos respostas que tentam explicar uma atitude, por parte dos pais, de alivio e é a essa resposta que nos levou a concluir tal trabalho foi que, para os pais, este seria o pior dos males. Então, vimos o quanto é importante tocar nesse assunto e que a conscientização da sociedade seria importantíssima, pois o álcool não é como as outras drogas que são usadas “escondidas” da sociedade, ela é uma droga que pode ser encontrada em qualquer lugar, sem que não aconteça qualquer punição aos usuários como é utilizado para outros tipos de drogas. Por isso a importância de pesquisar algo que é rentável aos cofres do governo, mas é altamente prejudicial à sociedade.
METODOLOGIA:
Começamos a procurar onde se combate esse problema: os Alcoólicos Anônimos, onde houve o convite para participar de uma de suas reuniões para que pudéssemos fazer uma melhor análise de quanto o álcool é prejudicial às pessoas. No entanto, não nos foi permitido saber o nome dos participantes por motivo de constrangimento que eles poderiam vir a passar, caso seus nomes fossem divulgados. Ao terminar a reunião, partimos para o arquivo da instituição, onde há um vasto número de matérias de algumas revistas que já alertavam o crescimento da entrada desses jovens nesse mundo, através de matérias sobre tal. Decidimos fazer uma vasta procura entre essas revistas para então chegarmos a uma conclusão. Antes, fomos no IBGE para sabermos algumas recentes pesquisas sobre tal assunto, encontrando um número aquém do encontrado no AA. Não satisfeitos, fomos procurar em profissionais explicações sobre o alcoolismo nas pessoas. No entanto, obtivemos êxito após conversas com uma bióloga, uma psicóloga e um sociólogo que nos explicaram de onde geram as tendências ao alcoolismo nessas três áreas. Seguimos o trabalho indo outras vezes ao AA, tanto nas reuniões quanto no arquivo, tentando encontrar dados importantes para que o trabalho fosse bem embasado e coerente para enfim terminá-lo.
RESULTADOS:
Os resultados foram, de certa forma, espantosos, principalmente quando se faz uma referência a número de anos atrás comparados ao de hoje e vemos o quanto cresceu os jovens que são usuários do álcool. Pois, para ter uma idéia, em 1991, 92 mil estudantes consumiam bebidas alcoólicas, hoje esse número cresceu para 17 milhões segundo pesquisa feita pelos Alcoólicos Anônimos em março de 2004, o que mostra uma “explosão” que aconteceu depois que houve a eventual “modernidade” da sociedade, onde os pais alegam ser muito melhor que os seus filhos ingerissem bebidas alcoólicas do que outras drogas de maior intensidade. Mas a pesquisa mostra que o álcool é uma porta de entrada para as demais drogas e que esse percentual tem tendência a aumentar nos próximos anos. E um dos números mais alarmantes é de que a primeira dose, que antes acontecia aos 14 anos, chegou aos 10 anos, o que preocupam os especialistas, pois esse dado pode levar com que seus usuários comecem mais cedo a experimentar outros tipos de drogas, o que poderia levá-los a ter problemas em sua fase adulta e alterações na saúde que poderiam ser irreversíveis, principalmente no cérebro, órgão que seria mais afetado pelo álcool. O que chegamos a um resultado foi que o alcoolismo não escolhe indivíduo, cor ou classe social, ele é um problema comum a todos e que ainda pode levar a um outro problema, a violência, o que já vitimou milhões de usuários e deixou outros internados em hospitais.
CONCLUSÕES:
A conclusão mostra um fato que a cada ano vem crescendo e que nos espanta cada vez mais: a sociedade está apoiando que o alcoolismo se desenvolva, pois aprovar o consumo dos jovens pelo simples motivo de este ser dos males o menor, mostra o quanto à população ainda mostra-se leiga quando se refere a esse assunto. Os dados de pesquisas mostram que esse crescimento só vem a preocupar não só especialistas, mais também a essa sociedade, pois com o álcool, aumenta o número de doenças que podem ser contraídas, aumenta a violência doméstica e fora dela, aumenta o número de internações em clínicas devido a doença. Esse problema pode ser controlado. No entanto, uma intervenção do governo, que seria o ideal, é muito fraca, quase que inexistente. Não se vê medidas como as tomadas no cigarro e nas outras drogas, onde é combatido em meios de comunicação e nas ruas. Mas aí, vem uma questão: por que o governo combater algo que lhe é tão rentável? Pois o governo ganha muito com o comércio do álcool através de impostos, um dos maiores do Brasil e isso deve ser bem analisado para enfim ser combatido, para que não venha a ter danos para sociedade e para o próprio governo.
Palavras-chave:  Alcoolismo; Problemas sociais; Jovens.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005