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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 6. Sociologia Urbana
O IMAGINÁRIO SOCIAL DO MEDO NAS GRANDES CIDADES: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE MORADORES DE ÁREAS NOBRES E PERIFÉRICAS DE JOÃO PESSOA, PB.
Anne Gabriele Lima Sousa 1 (annejpa@hotmail.com) e Alessa Cristina Pereira de Souza 1
(1. Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta uma reflexão acerca das distintas manifestações de medo entre a heterogeneidade de indivíduos que compõem a vida social das grandes cidades. Situa-se como resultado de duas pesquisas de conclusão de curso de graduação sobre as relações sociais permeadas pelo medo entre os habitantes urbanos contemporâneos. Uma pesquisa buscou perceber como o medo se situa nas interações sociais estabelecidas entre os moradores de um bairro nobre de João Pessoa, capital da Paraíba; enquanto a outra tentou perceber nas formações societárias inerentes ao cotidiano de um bairro periférico da mesma cidade, como o medo se insere como regulador dessas práticas. O presente estudo visa apresentar uma análise comparativa sobre como o medo se apresenta de forma diferenciada nestes contextos desiguais: social, cultural, histórico e economicamente.
METODOLOGIA:
O trabalho de pesquisa de ambas as investigações consistiram em: Revisão bibliográfica sobre o medo e temas afins, proporcionando um maior conhecimento sobre o assunto e uma ampliação do olhar para diferentes situações que poderiam, ou não, ser identificadas no decorrer do trabalho de campo; Coleta de dados em jornais, revistas, livros, delegacias, hospitais, IBGE, entre outras fontes, possibilitando uma maior compreensão acerca dos processos que envolvem os universos de investigação; Trabalho intensivo de campo, com observações diretas e indiretas sobre o cotidiano dos bairros e entrevistas semi-estruturadas com os seus moradores das mais diversas instâncias; Análise dos dados coletados e do conteúdo das entrevistas com vistas à elaboração de monografias para a divulgação do conhecimento apreendido no processo de pesquisa realizado.
RESULTADOS:
A realização das citadas investigações levaram à percepção do medo como um fenômeno social presente em qualquer forma de construção societária. No entanto, as causas e conseqüências que motivam essa emoção podem, e geralmente, tendem a serem diversas de acordo com o meio social em que está se observando. Nesse sentido, podemos mesmo dizer, que as diversas manifestações de medo social se configuram concomitantemente às situações estabelecidas dentro de um convívio social e cultural específico, vivenciado e enfrentado a partir das condições oferecidas pela orientação e organização do mesmo cenário e dos demais atores que o constituem cotidianamente.
CONCLUSÕES:
As formulações finais das pesquisas mostraram-se bastante divergentes: enquanto no bairro nobre a emoção medo está relacionada ao que vem de fora, ou seja, a elementos extrínsecos a esse cenário, no bairro periférico este mesmo sentimento é proveniente de sujeitos e elementos inseridos nesse cotidiano. Assim, enquanto no bairro nobre a tendência é de que haja uma homogeneização como forma de enfrentamento a esse medo do diferente, no bairro periférico o processo é inverso, é de heterogeneização, onde a busca pela diferenciação aparece como solução para o distanciamento entre o que causa medo e que não causa em um cenário social peculiar.
Instituição de fomento: CNPq, CAPES
Palavras-chave:  estudo comparativo; medo; comportamento social.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005