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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 3. Sociologia do Desenvolvimento | ||
RELAÇÕES SOCIAIS E VIDA ECONÔMICA: A DINÂMICA DE UM ARRANJO PRODUTIVO | ||
Iara Maria de Araújo 1, 2 (iara.mar@terra.com.br) | ||
(1. Programa de pós-graduaçao em sociologia, Universidade Federal do Ceará-UFC.; 2. Departamento de Educação, Universidade Regional do Cariri- URCA.) | ||
INTRODUÇÃO:
Este estudo analisa a formação e dinamismo do arranjo produtivo de calçados na região do cariri cearense. Não se trata simplesmente de concentrações locais de industrias, mas um espaço onde acontece interações diversas. Os processos de sociabilidade vividos entre os produtores através das relações de cooperação e competição são compreendidos enquanto redes sociais. O entendimento é que as relações que se estabelecem entre as empresas, não se orientam apenas por fatores econômicos e tecnológicos, mas também por condicionantes socialmente e territorialmente construídos.A atuação se dá dentro de um ambiente socialmente enraizado no qual valores culturais e convenções interferem no comportamento econômico dos agentes e que o mercado está imbricado de redes de relações sociais. |
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METODOLOGIA:
Embora o foco do estudo seja a análise de fenômenos econômicos, as ferramentas usadas serão sociológicas, dando-se ênfase aos conceitos de estrutura social, interação, redes sociais, instituições. A opção foi por entrevistas semi - estruturadas, por permitir mais liberdade, aspecto fundamental para apreender questões mais subjetivas. As narrativas históricas dos atores (produtores) foram os instrumentos para recompor trajetórias que informam os vínculos e nexos de união, informando como as redes sociais foram se entremeando no tempo e no espaço e mediando as trocas. |
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RESULTADOS:
Os vínculos se estabelecem entre os atores, no cotidiano de suas comunidades e também nos espaços de organizações coletivas. As interações se dão muito em função dos laços de amizade criados no setor e relações familiares, reforçando laços de confiança. As relações de cooperação envolvem, desde informações sobre modelos, produtos, inovações, empregados, fornecedores e clientes, até empréstimos de matéria-prima e equipamentos, favorecendo o aprendizado coletivo e a transmissão de conhecimento tácito. |
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CONCLUSÕES:
A existência dessa sinergia sinalizou para a organização de ações coletivas, numa perspectiva de promoção do desenvolvimento social da comunidade, atuando na consolidação de micro, pequenas e médias empresas e negociação junto às instituições públicas para o acesso a qualificação, informação, financiamentos. Considerando que as relações sociais de caráter não utilitário permeiam as relações econômicas, ou seja, a atividade econômica encontra-se incrustada no tecido social, descarta-se, portanto, uma concepção de ação econômica atomizada. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Palavras-chave: Redes sociais; Arranjos produtivos; Interação. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |