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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
MORTALIDADE E ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO EM DOZE CAPITAIS BRASILEIRAS EM 1979-81 E 1999-01
JOSÉ TADEU DE MACEDO SILVEIRA FILHO 1 (tadeusilveira_cajea@hotmail.com), MÁRCIA MARIA MUNIZ DE QUEIROZ 1 e MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA 1
(1. Curso de Medicina, Universidade Estadual do Ceará)
INTRODUÇÃO:
As mortes violentas são as principais responsáveis por mortes precoces. A análise da mortalidade por essas causas é de grande importância para a saúde pública, haja vista o seu impacto em vida útil sacrificada, que pode ser medido em Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP). O objetivo desse trabalho é determinar e analisar a mortalidade por acidentes de trânsito em doze capitais brasileiras nos triênios de 1979-81 e 1999-01, identificando o seu impacto em vida útil sacrificada em APVP.
METODOLOGIA:
O material básico foi constituído de dados das declarações de óbito dos residentes em doze capitais brasileiras selecionadas: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Brasília referentes aos triênios de 1979-81 e 1999-01, obtidos da CD-ROM do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os resultados foram consolidados para apresentação, conforme a Lista de Mortalidade Evitável, proposta por ORTÚN & GISPERT (1988), não observando as faixas etárias restritivas de redutibilidade, pois o estudo aborda somente as mortalidades por acidentes de trânsito. Os dados populacionais foram gerados a partir de resultados dos Censos do IBGE, mediante projeção pelo método geométrico. Os APVP foram calculados pela técnica de Romeder & McWhinnie.
RESULTADOS:
Dentre as doze capitais estudadas, no primeiro triênio (1979-81), as maiores taxas de mortalidade por acidentes de trânsito, por 100.000 homens, foram em Curitiba (62,86), Manaus (57,95) e Belém (54,11); nas mulheres, as maiores taxas foram vistas em Belém (18,33), Curitiba (17,97) e Belo Horizonte (17,73). Para o segundo triênio (1999-2001), as taxas por 100.000, nos homens, foram mais altas em Goiânia (54,63), Brasília (42,29) e Curitiba (41,75); nas mulheres, as maiores taxas foram vistas em Goiânia (11,42), Brasília (10,78) e Curitiba (10,69). Fazendo uma análise geral das doze capitais analisadas, nota-se que, de 1979-81 para 1999-01, o risco de morte por acidentes de trânsito declinou de 39,03 para 26,23 por 100.000 homens e de 12,23 para 6,46 por 100.000 mulheres. Esses dados representam uma queda de 32,80% para os homens e de 47,18% para as mulheres. Essa queda foi mais relevante para o masculino em Belém (62,72%), São Paulo (51,13%) e Salvador (48,05%) e, para o sexo feminino, em Salvador (77,33%), Belém (72,12%) e São Paulo (62,83%). Com o limite superior de vida médio fixado em 65 anos, em 1979-81, por acidente de trânsito, ocorreram 396.047,5 APVP, em homens, e 134.146,0 APVP, em mulheres, correspondendo às taxas de APVP por 1.000 de 12,06 e 3,76. Para o segundo triênio (1999-01), estes valores caíram para 374.412,5 APVP nos homens e 91.420,0 APVP nas mulheres, com taxas de 7,91 e 1,74 por 1000. Essas reduções das taxas de APVP foram de 34,41% nos homens e 53,72% nas mulheres.
CONCLUSÕES:
A tendência de mortalidade por acidentes de trânsito no conjunto das capitais brasileiras selecionadas é de declínio, sobretudo para o sexo feminino. Do primeiro para o segundo triênio sob análise, houve uma redução em APVP por acidentes de trânsito no conjunto das capitais brasileiras selecionadas para os dois sexos.
Palavras-chave:  MORTALIDADE; ANOS POTENCIAS DE VIDA PERDIDOS; ACIDENTES DE TRÂNSITO.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005