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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
INTEGRAÇÃO DE BASE DE DADOS PARA MAPEAMENTO CRIMINAL
Adeline Carvalhaes Rosette 1 (rosette@isp.rj.gov.br), Paulo Márcio Leal de Menezes 2 e Thiago Façanha Lotfi Silva 2
(1. Instituto de Segurança Pública - ISP; 2. Departamento de Geografia/UFRJ; 3. Núcleo de Pesquisa em Justiça Criminal e Segurança Pública - NUPESP)
INTRODUÇÃO:
A integração de dados constitui a base metodológica para o mapeamento temático.
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas estratégias de integração de atributos gráficos e não-gráficos. Também serão examinadas, as principais dificuldades encontradas para o desenvolvimento dos mapas temáticos.
Os mapas criminais demonstrados, foram desenvolvidos num Sistema de Informação Geográfica - SIG. Um SIG tem como característica fundamental à integração de dados espaciais, sendo capaz de: manipular, armazenar, recuperar, consultar, organizar e visualizar informações com atributos espaciais. Desta forma, um SIG permite a automação cartográfica, produz tabulações, além da apresentação de gráficos e tabelas. Tais mapas contribuem, dentre as inúmeras aplicações, para a análise criminal e o planejamento operacional em Segurança Pública.
Como base de dados espaciais entende-se um conjunto de atributos gráficos e não-gráficos. São exemplos de atributos gráficos as bases cartográficas e dados como pontos, linhas e áreas. Os atributos não-gráficos ou tabulares são banco de dados, tabelas de coordenadas e outros tipos de informações com referência locacional.
METODOLOGIA:
Neste trabalho utilizou-se o programa ArcView GIS 3.1.1 para integração da base de dados e produção dos mapas, notadamente do Município do Rio de Janeiro. Os programas SPSS e Excel serviram para manipulação primária do banco de dados. A base cartográfica de logradouros foi cedida pelo Grupo Executivo Programa Delegacia Legal enquanto que a base cartográfica de Áreas Integradas de Segurança Pública-AISP e Delegacias de Polícia Civil foram desenvolvidas junto ao Núcleo de Pesquisa em Justiça Criminal e Segurança Pública NUPESP do Instituto de Segurança Pública ISP. O banco de dados criminais consultado foi o da ASPLAN - Assessoria de Planejamento da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Foram realizadas ainda, consultas no Programa LOCUSWEB do Programa Delegacia Legal.
Inicialmente foram realizados filtros no banco de dados bruto ou microdados, através do SPSS, selecionando-se delitos e agrupando-os por AISP ou delegacia, através de linguagem de programação para este fim elaborada, tendo como resultado uma nova tabela. Posteriormente o produto foi transformado através do Excel para a extensão do tipo “.dbf”. Este procedimento permite a integração da base de dados pelo ArcView, visando à confecção dos mapas temáticos.
RESULTADOS:
Um dos principais problemas enfrentados refere-se a indeterminação do local exato da ocorrência policial. Segundo análises obtidas através do Programa LOCUSWEB, somente na 37ª Delegacia de Polícia Civil, localizada na Ilha do Governador/Rio de Janeiro, no ano de 2004, de um total de 8.003 ocorrências policiais registradas, 3.907, ou seja, 49% destas não foram geocodificadas pela indeterminação do endereço do fato.
Como exemplo dos erros encontrou-se a grafia do logradouro Brigadeiro Trompowski, na Cidade Universitária/UFRJ. No campo exclusivo para o nome de logradouros encontrou-se: ALMIRANTE TROMPOWSKI, AV. BRIGADEIRO TROMPOVISKI-S/N - ILHA DO, AVENIDA BRIGADEIRO TROMPOWSKI - ESQUINA, dentre outras. Cumpre ressaltar que, existe um campo específico na base de dados para o preenchimento do tipo de logradouro e outro para complementos. Também foram encontrados diversos logradouros com nomes populares, excesso de espaços ou ainda algum tipo de pontuação.
Como a integração da base de dados presume uma correspondência perfeita entre a tabela da base cartográfica e a tabela do banco de dados, tais erros são desprezados pelo sistema, descartando ocorrências. Para evitar o não-aproveitamento de dados com erros de digitação, emprega-se a correção manual ou um procedimento de correção automática por linguagem de programação. Contudo o procedimento automático funciona somente com os erros cadastrados, necessitando realimentação do sistema a cada novo tipo de erro encontrado.
CONCLUSÕES:
A escolha das delegacias da capital para análise por logradouros decorre não só pela sua relevância em relação às outras áreas do interior, dado o volume de incidências, como também pela impossibilidade de realizar-se sua geocodificação nos outros municípios, tendo em vista a indisponibilidade das bases cartográficas necessárias. A falta destas bases cartográficas se apresenta como um grande impedimento ao pleno mapeamento criminal no Estado do Rio de Janeiro.
O mapeamento criminal constitui uma das diversas aplicações do Geoprocessamento em Gestão Pública, apresentando-se como uma poderosa ferramenta a serviço da justiça e do controle da criminalidade. Contudo a digitação dos dados primários de forma incorreta dificulta a automação de processos de integração de dados, ocasionando perda de tempo e trabalho desnecessários.
Apesar das dificuldades encontradas, diversos tipos de mapas criminais vêm sendo elaborados com resultados bastante positivos e de grande valia para a análise criminal e a tomada de decisão em Segurança Pública.
Palavras-chave:  GEOPROCESSAMENTO; MAPEAMENTO CRIMINAL; GEOCODIFICAÇÃO.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005