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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza | ||
MONITORAMENTO FLORÍSTICO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO TERMINAL PORTUÁRIO DO PECEM, CEARÁ. | ||
Camila Porto Queiroz 1 (portoq@hotmail.com), Luis Gonzaga Sales Junior 1, Maria Edilene Silva Oliveira 1, Giana Paiva Benevides 1, Pedro Almeida Pereira 1, Tauser Abreu da Justa Dias 1 e Amanda Cavalcante Girão 1 | ||
(1. Coordenação do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Na década de 90 no Estado do Ceará, identificou-se à necessidade de um complexo industrial portuário a fim de atrair industrias de base capazes de atender as demandas de produtos de petróleo e siderurgia. Efetivada parceria entre Governo do Estado e Governo Federal, iniciou-se em 1995 os primeiros levantamentos para implementação do terminal e em março de 2002 o Terminal Portuário do Pecém foi inaugurado.O Terminal encontra-se instalado no município de São Gonçalo do Amarante, a cerca de 60 km da capital do estado, Fortaleza. Desde então, se fez necessário medidas de proteção e conservação dos recursos naturais e dos ecossistemas ali presentes, visando à diminuição do impacto ambiental resultante da atividade portuária. Entre 1998 e 2001 foram implantados na região dois tipos de Unidades de Conservação, sendo duas Áreas de Proteção Ambiental (APA) e duas Estações Ecológicas (ESEC).Projetos de conservação vêem sendo desenvolvidos na região com intuito de supervisionar as influências e alterações que permitem manter a vida sob todas as suas formas. O trabalho de monitoramento ambiental - flora - vem sendo realizado desde setembro de 2004 e têm como objetivo conhecer a biodiversidade local, zonear a área influenciada pelo complexo portuário, inventariar as espécies e acompanhar seus desenvolvimentos possibilitando aperfeiçoar técnicas de manejo dessa biota, comprometendo-a o mínimo possível. |
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METODOLOGIA:
A região das atividades está inserida no complexo litorâneo com predomínio de campos dunares e tabuleiro pré-litorâneo. O inventário da biodiversidade local esta sendo feito "in loco".Inicialmente, foi realizado levantamento através de 4 transectos de 100 m2, sendo dois de 10m x 10m com dados de Diâmetro a Altura do Peito (DAP), Diâmetro na Base (DB), altura e estrato dos exemplares na área. Outros dois transectos de 1m x 100m, com coleta de dados de copa, altura e estrato. As áreas foram plotados via Sistema de Posicionamento Geográfico (GPS - modelo MAGELA 4000).Em visitas seqüenciadas, foram identificadas visualmente os ambientes de dunas fixas, semi-móveis, móveis e ambientes lacustres. Foram realizados tombamento da flora com marcação pelo GPS, numeração das espécies por sistema de código binário utilizando barbantes, coleta de dados e fenômenos periódicos como a brotação, a floração e a frutificação. |
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RESULTADOS:
Nas áreas dos transectos, foram identificadas 20 espécies com diversos representantes. As amostras demonstram renovação já que a maioria dos indivíduos apresentam DAP (citada anteriormente) pequeno. As dunas móveis não possuem vegetação. Dunas semi-fixas apresentam agrupamentos herbáceos dispersos com domínio de Byrsonima sp (murici), também fixada por outras espécies pioneiras. Em dunas fixas há uma fina camada de húmus, epífitas, ausência de herbáceas, estrato arbóreo de até 8m e arbustivo de até 3m.Nos ambientes lacustres observam-se algumas espécies de junco, ciperáceas e salsa junto a um colorido verde-azulado causado pela presença de algas filamentosas nas lagoas. Aspecto fenológico alterado de floração presente apenas no murici e frutificação nas espécies de pitanga, batiputá, guajiru, puça e facheiro. Inventario das principais espécies tombadas: Família Espécie Vulgar Anacardiaceae Anacardium occidentale cajueiro Anacardiaceae Astronium urudeuva aroeira Cactaceae Cereus squamosus facheiro Malpiguiaceae Byrsonima crassifólia murici Melastomaceae Mouriria pusa puçá Mirtaceae Stenocalyx michelli pitanga Ocnaceae Ouratea fieldingiana batiputá Rosaceae Chrysobalamus icaco guajiru Sapotaceae Manilkara triflora maçaranduba |
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CONCLUSÕES:
Descritos os ambientes dos campos dunares e lacustres inter-dunares expostos à dinâmica ambiental de ação do intemperismo por fatores físicos (eólicos, pluviosidade, etc) e bióticos (migração, trofísmo complexo, sucessão ecológica “xeroserie e hidroserie”, etc.). As unidades ambientais encontram-se fortemente integradas, em alguns casos alteram toda a sua fitofisionomia. A cobertura vegetal do ambiente dunar encontra-se relativamente preservada, no entanto, há características de renovação da mesma ocasionada por possíveis desmatamentos. A vegetação de dunas fixas, apresenta porte arbóreo/arbustivo com ausência de herbáceas e a presença de algumas epífitas como as orquídeas decorrentes da competição pela luz solar e umidade. A formação de húmus se dá pela queda foliar. O monitoramento da biota terrestre vegetal continuará sendo feito de forma sistemática e contínua, procurando verificar o estado bio-ecologico de cada espécie a fim de garantir a sobrevivência, desenvolvimento e preservação destas. |
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Palavras-chave: Unidades de Consevação; Monitoramento; Flora. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |