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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
O PENSAR E O AGIR DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE A PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Francisco Rafael de Araújo Rodrigues 1 (rafaelrodrigues@uece.br), Marcos Paulo de Oliveira Lima 2 e Liduina Rocha Feitosa 3
(1. Graduando em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE. Bolsista CNPq; 2. Graduando em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE. Bolsista FUNCAP; 3. Profa. Ms. do Depto. de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE)
INTRODUÇÃO:
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) atingem, hoje, grande parte da população mundial, tornando-se problema de saúde pública. É necessária uma ampla ação de divulgação, e de educação em relação a esta problemática. O enfermeiro como educador e divulgador do conhecimento deve orientar o indivíduo, tornando-o capaz de autocuidar-se e prevenir-se das doenças em geral e das DST em particular. Através dessa investigação pretende-se fornecer subsídios para educadores, alunos, profissionais e todos os interessados, quanto à importância de se estudar o comportamento reprodutivo do homem e suas conseqüências; na universidade, para a formação de profissionais de saúde qualificados a fazer educação em saúde ajudando, assim, a combater a incidência das doenças sexualmente transmissíveis na sociedade. Deste modo, o estudo teve como objetivo verificar os saberes e práticas dos estudantes de enfermagem sobre as formas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo é de natureza exploratória, descritiva com abordagem quantitativa. A escolha foi feita no sentido de caracterizar de forma mais clara o conteúdo, relatando-o sob diversas formas. A pesquisa foi desenvolvida em uma Universidade Pública, situada no município de Fortaleza-CE, no período de maio a junho de 2004. Participaram da pesquisa estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem, regularmente matriculados, na referida Universidade. A amostragem foi do tipo probabilística estratificada, e os alunos selecionados de forma aleatória, foram proporcionalmente distribuídos entre o primeiro e sétimo semestre, totalizando 40 acadêmicos pesquisados. Para a coleta de dados utilizou-se, como instrumento, um questionário contendo três perguntas direcionadas aos dados de identificação e sete questionamentos voltados para o conteúdo do estudo deste trabalho. Os dados estão apresentados em tabelas e quadros demonstrativos, com freqüência absoluta e relativa, analisados e discutidos com base na literatura revisada que enfoca a temática. A Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) direcionou os preceitos éticos do estudo.
RESULTADOS:
O grupo caracterizou-se sendo 90% feminino e média de idade variando de 20,5 anos para os alunos do primeiro semestre e do sétimo 25,6 anos. Os dados obtidos revelam que os sujeitos da pesquisa são predominantemente jovens. Observou-se que 32,5% possuíam vida sexual ativa, destes 84,6% utilizaram e/ou utilizam a camisinha como método preventivo. Práticas de sexo seguro é visualizada por 70% como o uso de preservativo nas relações sexuais. 35% e 30% dos alunos do primeiro e sétimo semestre, respectivamente, visualizam a prática de sexo seguro através da prevenção das DST. Ter apenas um(a) parceiro (a) fixo (a) e confiança e segurança no (a) parceiro (a) tivemos percentuais de 25%, entre os alunos do sétimo semestre, enquanto os do primeiro foram de 10% e 15%, respectivamente. 20% e 10% do primeiro e sétimo semestre respectivamente, atribuindo sexo segura a usar métodos contraceptivos. Afirmaram, respectivamente o primeiro e sétimo semestre, em 100% que utilizar camisinha em todas as relações; 90% e 85% usar seringas e agulhas descartáveis ou esterilizadas; 95% e 100% exigir sangue testado se precisar de transfusão; 85% e 50% conhecer/selecionar o (a) parceiro (a), como meios de prevenção. E, 60% e 80% em não ter relações com pessoas do mesmo sexo; 60% e 80% não ter relações anais; 65% e 80% não ter contato físico com o portador de DST, como formas incorretas de proteção contra as DST.
CONCLUSÕES:
Percebe-se através do estudo que os estudantes de graduação em enfermagem têm conhecimento fragmentado com discurso distante da prática em relação à prevenção já que o preservativo foi citado por 100% da amostra e daqueles que possuíam vida sexual ativa 15,4% não utilizam nenhuma forma de proteção. Esses resultados mostram a afastamento dos saberes e práticas para prevenção da DST. Observa-se que eles não mantêm a idéia de grupo de risco, afastando-se da idéia preconceituosa de que DST é apenas doenças de homossexuais ou usuários de drogas. E lembram como forma de prevenção exigir sangue testado se precisar de transfusão e utilizar seringas ou agulhas descartáveis. Entre os acadêmicos do primeiro semestre observou-se, ainda, 85% afirmar que conhecer/selecionar o parceiro é uma forma de proteger-se. Esse é um dado preocupante porque não se descobre que uma pessoa tem algum tipo de DST apenas pelo rosto.
Palavras-chave:  Doenças Sexualmente Transmissíveis; Prevenção; Conhecimento de Enfermagem.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005