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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública | ||
TRABALHADORES HIPERTENSOS - ATITUDES E PRÁTICAS NO CONTROLE DA DOENÇA | ||
Zélia Maria de Sousa Araújo Santos 1, 2 (zeliasantos@unifor.br) e Helder de Pádua Lima 1 | ||
(1. Curso de Enfermagem, Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 2. Mestrado em Educação em Saúde, Universidade de Fortaleza - UNIFOR) | ||
INTRODUÇÃO:
A HAS é considerada um dos principais fatores de risco à morbidade e mortalidade cardiovascular, sendo responsável por 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho. No Brasil, apesar de não haver estudo de prevalência com representatividade nacional e com padronização adequada, os estudos localizados mostram sempre valores elevados. Na prática profissional, tem-se deparado com uma das grandes dificuldades, que é a falta de adesão ao tratamento, justificada não só com suspensão ou irregularidade no tratamento farmacológico, mas também, com a adoção de estilo de vida inadequado. Ressalta-se que, quanto maior a duração da HAS, maior o percentual de abandono do tratamento, tanto em homens como em mulheres. Para conscientizar os clientes a adotarem um estilo de vida saudável, a educação em saúde é um recurso oportuno e imprescindível à mudança de atitude, que vise não só o controle da hipertensão, como também, a busca do melhor nível de saúde e bem-estar. No entanto, a educação em saúde, deverá ser uma práxis em qualquer espaço institucional – escola, famílias e trabalho – que torne a pessoa livre e consciente na hora da seleção das condutas para um estilo de vida saudável. Então, mediante a problemática inerente a hipertensão arterial associada ao estilo de vida inadequado, considerou-se oportuno, neste estudo, analisar as atitudes e práticas de trabalhadores hipertensos no controle de sua doença. |
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METODOLOGIA:
Esta pesquisa se constituiu de um estudo descritivo. Esse tipo de estudo permite ao pesquisador descrever detalhadamente o fenômeno investigado. Foi realizada na Universidade de Fortaleza – UNIFOR, com vinte e cinco participantes hipertensos, escolhidos a partir de um grupo de 400 trabalhadores lotados em serviços gerais, de manutenção e de vigilância. A coleta de dados foi feita por meio de uma entrevista estruturada, que foi aplicada no horário de trabalho dos participantes. As informações foram manuscritas e os dados foram organizados em tabelas, analisados estatisticamente com base nas experiências dos entrevistados e fundamentados na literatura selecionada. A investigação foi realizada de acordo com a Resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP. Aos participantes, ficou assegurado o anonimato e direito de retirar o consentimento de publicação no momento em que desejasse. Ressalta-se ainda que, os dados foram coletados, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos sujeitos, bem como, foi favorável o parecer do Comitê de Ética da referida universidade. |
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RESULTADOS:
Neste estudo, como no de Santos, as mulheres estão se tornando hipertensas antes da menopausa. Fato preocupante, pois, a saúde dessa categoria poderá estar comprometida quando chegar a menopausa, uma vez que essa última a predispõe aos problemas de saúde citado pelos autores acima. Constatou-se que, a maioria dos entrevistados tinha práticas e atitudes inadequadas ao controle da hipertensão arterial, além de apresentarem outros fatores de risco cardiovascular, pois, 14 tinham dislipidemia, 3 eram portadores de diabetes tipo II, 13 tinham sobrepeso, 5 eram obesos, 9 eram alcoolistas, e 4 eram tabagistas. Os trabalhadores declararam ter dificuldade na aquisição dos medicamentos, em decorrência do baixo poder aquisitivo, uma vez que o SUS, não disponibiliza à clientela a medicação necessária ao tratamento. É muito importante, além do aspecto educacional, o acúmulo de informações a respeito da hipertensão e das mudanças no estilo de vida. O paciente deve estar consciente da gravidade dessa doença assintomática, pois, só assim, poderá se prevenir das complicações futuras e estar motivado para as alterações no cotidiano, que talvez envolvam um dos aspectos mais difíceis de serem alcançados, que é a adesão às condutas de controle da doença e de prevenção das complicações da mesma. |
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CONCLUSÕES:
Diante dos resultados, constata-se que, a maioria dos entrevistados não tinha atitudes e práticas adequadas ao controle da hipertensão arterial, e parte deles, apresentava outros fatores de riscos cardiovasculares, tais como: dislipidemia, diabetes, sobrepeso ou obesidade, alcoolismo e tabagismo. Enfim, não eram bons aderentes às condutas terapêuticas, entretanto, em alguns, evidenciou-se o esforço no seguimento dessas práticas. Mas, nenhum homem é uma ilha, e entende-se que essa concepção é verdadeira, quando se estuda a questão da adesão. Essa, como um dos critérios do uso de medicamentos e do cuidado de saúde como um todo, é afetada ou direcionada pelo meio social sobre o fenômeno e bastante citada, estratificando os dados por faixa salarial e escolaridade. Os trabalhadores declararam dificuldade na aquisição dos medicamentos, em decorrência do baixo poder aquisitivo, uma vez que o SUS não dispensava à clientela toda a medicação necessária ao tratamento. Os resultados do estudo poderão subsidiar um planejamento de ações educativas que visem conscientizar os trabalhadores a adotarem atitudes e práticas adequadas ao controle da hipertensão arterial no sentido de prevenir as suas complicações, como também, atuar como agentes multiplicadores das ações de promoção da saúde entre os familiares e a comunidade |
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Instituição de fomento: PIBIC - CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Hipertensão; Saúde ocupacional; Saúde pública. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |