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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem | ||
AVALIAÇÃO DE BARREIRAS PARA A PRÁTICA DO AUTO-EXAME DAS MAMAS EM ACADÊMICAS DA ÁREA DA SAÚDE | ||
Raimunda Magalhães da Silva 1, 2 (rmsilva@unifor.br), Ângela Regina de Vasconcelos Silva 1, 3, Kelly Nóbrega Cavalcante 1, Nara Lívia Rocha Ribeiro 1, Lya Araujo Costa Bastos 1 e Raquel Pereira Lopes 1 | ||
(1. Centro de Ciências da Saúde - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 2. Mestrado de Educação em Saúde - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Núcleo de Atenção Médica Integrada - NAMI - UNIFOR) | ||
INTRODUÇÃO:
O câncer de mama acomete mulheres em variadas idades, concentrando-se entre 40 e 69 anos independentemente de raça e condições socioeconômicas. Representa a primeira causa de óbitos por câncer em mulheres no Ceará e aproximadamente 80% dos tumores são palpados acidentalmente pelas próprias mulheres. O auto-exame quando realizado periodicamente tem grande importância para detecção do câncer de mama, além de ser o método mais prático entre todos os exames. Possibilita que a mulher se familiarize com o tamanho, a forma e o aspecto da pele, o que colabora para a detecção de alguma anormalidade em seu corpo. Torna-se um método conveniente, vantajoso e oportuno que pode ser realizado à vontade e de fácil execução e sem custos financeiros. Um dos focos da assistência na busca do diagnóstico precoce do câncer de mama é a inclusão do exame das mamas pelo enfermeiro, em pacientes do sexo feminino. Por não ter como evitar o surgimento do câncer de mama, o diagnóstico precoce é uma forma eficaz para o tratamento menos agressivo e de mais fácil recuperação e cura. OBJETIVO: Investigar os motivos de possível resistência à técnica do auto-exame das mamas entre universitárias da área da saúde, enfatizando os riscos quanto aos antecedentes socioculturais, familiares e instrucionais. |
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METODOLOGIA:
O estudo foi do tipo descritivo e exploratório por permitir avançar no conhecimento sobre o problema da não-adesão ao exame da mama e assim planejar e avaliar estratégias de Educação em Saúde para essa clientela. Pretendeu-se com isso descrever com exatidão e rigor científico esta realidade que acomete as mulheres, independentemente de raça, cor, nível social e instrucional. A pesquisa foi desenvolvida na Universidade de Fortaleza - UNIFOR com acadêmicas do Centro de Ciência da Saúde (CCS), onde estudam 4285 alunos de ambos os sexos em 8 cursos de graduação (enfermagem, fisioterapia, educação física, terapia ocupacional, ciências da nutrição, ciências farmacêuticas, fonoaudiologia e odontologia). Deste total, 3251 são do sexo feminino e a amostra foi constituída por 350 estudantes. Para a coleta de dados foi usado um questionário com dados de identificação e perguntas referentes aos fatores que dificultam a realização do auto-exame das mamas. Os questionários foram aplicados nas salas de aula, em comum acordo com o professor que estivesse ministrando a aula no horário predeterminado para a coleta. Os dados foram organizados em tabelas, após, computados pelo programa SPSS e foram analisados com ênfase nas barreiras existentes para a realização do auto-exame das mamas e fundamentados na literatura e nos pressupostos da promoção da saúde. |
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RESULTADOS:
Dentre as 350 acadêmicas entrevistadas, 122 (35,2%) realizavam o auto-exame das mamas e 225 (64,8%) não o faziam. Entre as mulheres que não realizavam o auto-exame das mamas verificou-se que: 33 (14,2%) relataram ter medo de encontrar nódulo; 39 (16,7%) temiam a doença; 9 (3,9%) tem medo de procurar o profissional de saúde; 22 (9,4%) mencionam ter medo de negligência profissional; 18 (7,7%) referem ter medo de maltrato profissional; 44 (19,1%) por acreditar que não tem idade para ter o câncer de mama; 145 (63,0%) afirmam ter descuido com a saúde; 132 (56,9%) relataram não saber a técnica correta; 10 (4,3%) narraram sentir vergonha de si tocar; 6 (2,6%) não acreditavam na eficácia do auto-exame das mamas; 29 (12,4%) não faziam o exame por não apresentar história de câncer na família; 95 (41,1%) mencionavam não confiar na própria técnica; 159 (68,5%) preferiam que o médico o faça; 29 (12,7%) acreditam que esta doença nunca acontecerá com elas; 16 (7,0%) não sabiam a importância da detecção precoce do câncer de mama; 13 (5,7%) não realizam por dificuldade de acesso ao serviço de saúde; 12 (5,3%) não gostam de si tocar; 190 (83,3%) alegaram esquecer de realizar o auto-exame das mamas. |
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CONCLUSÕES:
Entre os dados analisados observamos que as barreiras mais mencionadas pelas mulheres foram: acreditar que não tem idade para ter o câncer de mama e por não ter história de câncer na família por descuido com a saúde, por preferir que o médico faça e por esquecimento. Portanto, a prática do auto-exame torna-se essencial para a superação das dificuldades e da falta de informação, entre as mulheres, sobre essa técnica que favorece o desenvolvimento do potencial para o autocuidado. Percebemos que para detecção precoce do câncer mamário, uma forma educativa e eficaz é o ensino do auto-exame às mulheres, aliado ao controle de fatores desencadeantes e a realização de exames de rotina, clínico e de imagem. Com isso, facilitará a busca sistemática por modificações mamárias anormais, com detecção em estágios iniciais de neoplasias. A experiência com mulheres nos mostra que são inúmeras as resistências e as barreiras para efetivar o auto-exame das mamas, mas também nos revela o desejo, a vontade e o esforço para aprender como fazê-lo de forma correta. Outros constrangimentos foram identificados quando questionamos estudantes de enfermagem e estas se mostraram tímidas e com desconhecimento da técnica. |
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Instituição de fomento: CNPQ | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: câncer de mama; auto-exame; barreiras. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |