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C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
AVALIAÇÃO DA LONGEVIDADE E FECUNDIDADE DE Megaselia scalaris FRENTE À EXPOSIÇÃO CRÔNICA AO EXTRATO ETANÓLICO DE Passiflora edullis.
Michelle Xavier Gonçalves Pereira 1 (michellebio@ufrrj.br), Adriano Arnóbio J. da S e Silva 1, Lyssa Hoshi 1 e Heriberto Dias da Silva. 1
(1. Dep. Genética, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRuralRJ.)
INTRODUÇÃO:
-Megaselia scalaris Loew, 1866 (Díptera; Phoridae), apresenta um grau de distribuição e difusão em todas a regiões zoogeográficas, ocupando uma grande diversidade de habitats, com exceção das regiões áridas e polares. Constitui-se numa das causas de miíases intestinais, cutâneas e oftalmológicas em humanos e animais, além desta espécie ser o possível vetor do Vibrio comma nas Ilhas Filipinas, o que a torna interessante sob o ponto de vista médico. Sob o ponto de vista econômico, pode interferir na produção melífera, já que é encontrada parasitando colméias de diversas espécies de abelhas. O objetivo deste estudo é avaliar o efeito do extrato etanólico de Passiflora edullis como alternativa de controle populacional sobre parâmetros reprodutivos e relacionados à longevidade em Megaselia scalaris .
METODOLOGIA:
Este estudo foi realizado no laboratório em câmara do tipo BOD, a 25ºC + 1ºC, 70 + 5% U.R. e fotofase de 12 h. Os ovos de M. scalaris linhagem geográfica SR foram obtidos de uma criação massal do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Foram utilizadas cinco repetições por tratamento. Os ovos foram dispostos em frascos de vidro com 45 ml de volume total, com a quantidade de cinqüenta ovos por frasco. Cada frasco contendo 10 ml de meio de cultura e adicionado respectivamente conforme tratamento solução de 100 ppm de extrato etanólico de Passiflora edullis e no controle negativo água destilada. Com a exposição da larva de Megaselia scalaris a substância-teste por toda esta fase metabólica. Após a emergência dos adultos, foram formados casais dentro do mesmo tratamento e cada casal foi colocado em frasco de 45 ml de volume total com 10 ml de meio de cultura.Realizando a contagem dos dias de vida dos adultos para aferição na longevidade e as posturas foram retiradas dos frascos e descartadas após serem contadas.
RESULTADOS:
Os dados relativos à longevidade e a fecundidade foram avaliados quanto à correlação e a análise de variância de um critério com o auxílio do software BioEstat 2.0. Os caracteres fecundidade e longevidade avaliados dentro do grupo de tratamento água e Passiflora edullis apresentaram respectivamente correlação positiva com r (Pearson): 0.9722 para água e r (Pearson):0.9108 para Passiflora edullis. A análise de variância de um critério dos tratamentos para os caracteres longevidade e fecundidade demonstram um valor de F não significativo respectivamente F= 1.85 para longevidade e F= 1.43 para fecundidade, F tabelado igual 3.92 com um a = 5% . Nenhuns dos parâmetros de desenvolvimento e de reprodução foram afetados de modo deletério ou beneficiados pela dose de 100 ppm de extrato etanólico de Passiflora edullis utilizada.
CONCLUSÕES:
Os presentes resultados indicam que, provavelmente houve uma resposta compensatória do inseto mesmo sob uma interferência no seu desenvolvimento. O inseto parece ter amenizado o efeito da substância-teste em questão o extrato etanólico de Passiflora edullis, pois tanto a longevidade quanto fecundidade não foram prejudicados.Considerando que todos os processos biológicos são atividade que requerem energia e a energia é limitante. É esperado que haja balanços energéticos entre os processos biológicos. Assim sendo, a energia utilizada para um dos processos diminuem a energia disponível para suprir os outros. No entanto, se a energia não for limitante, o fornecimento constante de alimento pode possibilitar a alocação de energia suficiente para suprir todos processos fisiológicos fundamentais da espécie estudada mesmo frente a uma substância-teste. Este mecanismo parece ter sido o caso no presente estudo, onde a disponibilidade de alimento em excesso preveniu o comprometimento fisiológico de Megaselia scalaris, mesmo frente a uma exposição crônica na fase larval a uma substância.
Instituição de fomento: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  -Megaselia scalaris; Passiflora edullis; longevidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005