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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem | ||
O SIGNIFICADO DE QUALIDADE DE VIDA PARA MULHERES QUE VIVENCIAM O CLIMATÉRIO | ||
Raimunda Magalhães da Silva 1, 2 (rmsilva@unifor.com), Ângela Regina Vasconcelos Silva 1, 3, Kelly Nóbrega Cavalcante 1, Nara Lívia Rocha Ribeiro 1, Lya Araújo Costa Bastos 1 e Mariana de Barros Sanches 1 | ||
(1. Centro de Ciências da Saúde - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 2. Mestrado de Educação em Saúde - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Núcleo de Atenção Médica Integrada - NAMI - UNIFOR) | ||
INTRODUÇÃO:
O climatério é uma fase da vida da mulher onde se evidenciam várias alterações físicas e emocionais, cujos efeitos estão relacionados com a auto-estima que, por sua vez influencia a qualidade de vida. Dentre os sinais e sintomas mais citados pelas mulheres que vivenciam o climatério, destacam-se: ondas de calor, calafrios, cefaléias, tonturas, parestesias, palpitações, alterações menstruais, secura menstrual, pele seca e pouco elástica, fragilidade queda de cabelo; e alterações psicossociais, como depressão, perda de memória, crise de identidade, irritabilidade, insegurança, medo de rejeição e perda da auto-estima. Qualidade de vida é a percepção do indivíduo sobre sua posição no mundo, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais se vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Estudos confirmam que para melhorar a qualidade de vida se deve desenvolver uma auto-estima positiva, definir objetivos de vida específicos, claros e sentir ter controle sobre a própria vida. Por está inserido em um contexto psicossocial, o climatério merece uma atenção crescente da sociedade, pois esse período é repleto de mudanças fisiológicas e comportamentais que, se tratadas de forma coerente podem influenciar de maneira positiva na qualidade de vida. OBJETIVO: Entender o significado da qualidade de vida para mulheres no climatério. |
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METODOLOGIA:
O estudo foi realizado no Posto de Saúde Josué Monteiro Lopes no Distrito de Itabebussú em Maranguape-CE em janeiro de 2005. Trata-se de um estudo descritivo realizado com 9 mulheres que se encontravam na fase do climatério. A coleta de dados foi realizada com o uso de escolha e colagem de figura em cartolina de forma individual sob forma de oficinas educativas. Neste momento, elas tiveram total liberdade para falar o significado do tema em suas vidas. Após a elaboração da colagem o material foi apresentado e discutido de maneira individual e em grupo e nesta oportunidade foram registrados os depoimentos. Estes, foram organizados por categorias estabelecidas pelas integrantes do grupo e posteriormente analisados. |
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RESULTADOS:
A maioria das mulheres relatou que qualidade de vida é ter acesso aos direitos Fundamentais Humanos, que seriam vida, saúde, alimentação, moradia, educação, trabalho e participação social. É ter dinheiro para além de suprir as necessidades básicas, adquirir objetos e desfrutar de situações que nem todo mundo tem oportunidade, como automóvel, celular, computador, jóias e viagens. A religiosidade também foi citada, pois não adianta ter dinheiro se não tiver Deus presente em suas vidas, expressaram bastante a importância do conforto espiritual para uma vida com qualidade. Unida a essa fé ressaltaram a família, uma vez que o homem também precisa desta fé para o guiar e ajudá-los a enfrentar as dificuldades. Ao mesmo tempo, falaram dos problemas que perturbaram a harmonia familiar como o alcoolismo, o desentendimento entre pais e filhos, as relações extraconjugais, eventos que ocorreram no cotidiano que contribuíram para uma vida de pouca qualidade. Outro aspecto mencionado foi a importância de um ambiente tranqüilo influenciando uma vida saudável, dado este representado por figuras relacionadas à natureza. Relataram sentir-se bem consigo cuidando da aparência física, melhorando a auto-estima e como conseqüência, melhorando a qualidade de vida. Fez-se presente na maioria dos depoimentos o quanto é importante ter um companheiro que ajuda a enfrentar as mudanças ocorridas durante a vida, principalmente durante a fase do climatério. |
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CONCLUSÕES:
Observamos que para essas mulheres vários fatores influenciam na qualidade de vida. Desde as condições necessárias à sobrevivência, como moradia, alimentação, educação, trabalho e participação social, até uma boa estrutura espiritual e familiar. Pois o ser humano precisa da compreensão dos homens e da compaixão de Deus para superar as dificuldades. Percebemos também que nesse período do climatério as mulheres ficam mais sensíveis, às vezes sentem-se incompreendidas pelos companheiros e filhos e isso compromete a qualidade de vida. Sem falar que essas mulheres são donas de casa, exercem o controle das tarefas domésticas, cuidam dos filhos e dos maridos e, muitas vezes percebem-se desamparadas, podendo até desencadear uma depressão. Durante a oficina falou-se muito de fatores que melhoraram a qualidade de vida, mas percebeu-se também que os aspectos matérias podem até faltar que ainda assim se consegue sobreviver, contudo, enfatizou-se que não poderia faltar compreensão e a vontade de viver melhor com a família e com a comunidade respeitando o espaço de cada um. A amabilidade e a atenção, o cuidado e a cooperação, o entusiasmo e a lealdade, a humildade e a vergonha, a serenidade e a determinação, a ética, a justiça e muitas outras virtudes precisam estar presentes no dia-dia. Isso, sim é qualidade de vida. |
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Instituição de fomento: UNIFOR | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Qualidade de vida; Mulher; Climatério. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |