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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
DIFICULDADES NA RELAÇÃO CONJUGAL ENFRENTADAS POR MULHERES NO CLIMATÉRIO
Raimunda Magalhães da Silva 1, 2 (rmsilva@unifor.br), Ângela Regina de Vasconcelos Silva 1, 3, Kelly Nóbrega Cavalcante 1, Nara Lívia Rocha Ribeiro 1, Lya Araújo Costa Bastos 1 e Francisca Édla Santos Leite 1
(1. Centro de Ciências da Saúde - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 2. Mestrado de Educação em Saúde - Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Núcleo de Atenção Médica Integrada - NAMI - UNIFOR)
INTRODUÇÃO:
O climatério representa um processo fisiológico na vida da mulher, marcado pelo declínio progressivo do funcionamento ovariano pelo fim da capacidade reprodutiva e por outro aspectos condizentes com a cultura e a educação da população. Atualmente, a expectativa de vida está cada vez maior, embora a idade da velhice gire em torno dos 65 anos. A população de idosos cresce cada vez mais no decorrer dos anos. A mulher ao adentrar no climatério vivencia um processo de mudança física e emocional, no qual estão presentes fatores de ordem biopsicosociocultural. A cultura e o meio social em que a mulher foi educada são fatores que influenciam na forma como essa fase da vida é interpretada e vivenciada por ela e pela família. A escolha pela abordagem deveu-se ao fato de buscar conhecer a vivência humanas, os problemas decorrentes do cotidiano e os meios de comportamento dos mesmos. Diante da relevância do climatério no ciclo de vida feminino, um aspecto que merece destaque diz respeito à sexualidade e a forma como esta deve ser encarada nessa etapa da vida. Partindo do pressuposto de que a ocorrência dos sintomas afeta principalmente o âmbito sexual, pois as queixas são mais freqüentes e poderá inibir a mulher diante da sua sexualidade. Esse aspecto pode vir envolvido por sentimentos negativos e alteração da auto-estima e de outros valores pessoais e familiares. OBJETIVO: investigar a vivência das mulheres, no que se refere ao relacionamento conjugal durante o climatério.
METODOLOGIA:
O cenário do estudo foi o Núcleo de Atendimento Médico Integrado (NAMI/UNIFOR), onde são realizadas reuniões mensais com o grupo de apoio Viver Melhor, do qual fazem parte mulheres na fase do climatério. Trata-se de um estudo descritivo realizado com 17 mulheres climatéricas. A técnica utilizada para a pesquisa foi sob forma de oficinas educativas a respeito da sexualidade e relacionamento conjugal. As mulheres tiveram total liberdade de expressão para relatar a sua vivência com seu companheiro, usando figuras e seus depoimentos. Contando-as em cartolinas. Os dados foram organizados e analisados com base na literatura e nos pressupostos de promoção da saúde.
RESULTADOS:
Nesses depoimentos, as mulheres referiram que o relacionamento sexual sofre diminuição na motivação, tanto por sua parte como na do seu companheiro. No entanto, a maioria, referiu estabilidade na qualidade da relação. O desejo sexual e a qualidade das relações variam entre elas, enquanto umas referem diminuição ou ausência no desejo, outras afirmaram não ter alterações nesse sentido. A forma como são tratadas por seus companheiros e a idade deles interfere no estímulo sexual. Outra questão referida pelas mulheres, foi a importância da compreensão do companheiro para um bom relacionamento entre o casal, de modo que a mulher possa perceber seus próprios desejos e vontades. Ficou evidenciado no relato que elas têm necessidades de satisfazer seus companheiros, de modo que atendem ao desejo deles, mesmo que não atendam ao seu próprio. Preferiram satisfazer as vontades deles por medo de traição, de imaginar o marido ao lado de outra pessoa. Percebemos que a traição por parte do companheiro abala o estado emocional nessa fase. Uma delas considera o companheiro “velho demais”. A maioria delas revelaram que estão bem, estão felizes, realizadas e são compreendidas, devido ao apoio, a compreensão e a sua família.
CONCLUSÕES:
Observamos nas mulheres que vivenciam o climatério, mudanças psicológicas, físicas, sociais e necessitam de atenção e compreensão por parte de seus familiares e companheiros para minimizar as alterações pelas quais estão passando. Porém, nas relações humanas, sobretudo na vida conjugal, observam-se comportamentos variados, o estilo de vida e o desejo sexual varia de uma para outra. A maioria tem um bom relacionamento com o companheiro e são bem tratadas, amadas, compreendidas e sentem-se felizes. Entretanto, outras tem relações conflituosas com o parceiro e têm medo da traição. É necessário que o casal busque um melhor entendimento sobre essa fase, para que juntos possam entender o que se passa e possam solucionar o que está prejudicando o relacionamento para alcançar uma sexualidade sem desconfiança, saudável e prazerosa. Dialogar, entender-se bem, conversar buscando a compreensão torna-se uma primeira abertura para compreender a vida do casal.
Instituição de fomento: Funcap
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Climatério; Relacionamento conjugal; Mulher.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005