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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE IDOSOS SUBMETIDOS A CINESIOTERAPIA RESPIRATÓRIA AQUÁTICA E TERRESTRE
Maiza Ritomy Ide 1 (maizaide@hotmail.com), Fátima Aparecida Caromano 2, Clarice Tanaka 2 e Marize Angélica Vicentini Belini Dip 3
(1. Profa.Mestre da Fac.União das Américas e Univ. Est. do Oeste do Paraná; 2. Profa. Dra. Da Fac. Medicina da USP; 3. Pós-graduanda pelo CBES)
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento da população mundial é uma preocupação de grande parte das entidades governamentais. Acarreta alterações fisiológicas em todo o organismo, causa de prejuízos sociais e financeiros. Observa-se um maior investimento em prevenção, menos dispendioso e socialmente mais viável que intervenções terapêuticas em geral. A cinesioterapia é um recurso fisioterapêutico muito utilizado, mas conta com pouco embasamento científico, principalmente quando relacionada à prevenção em idosos e em meio aquático. Este estudo objetivou analisar os efeitos de um protocolo de cinesioterapia respiratória sobre a força muscular respiratória, expansibilidade torácica e flexibilidade de tronco/pélvis em idosos saudáveis, além de verificar os efeitos do meio de realização sobre o mesmo.
METODOLOGIA:
Completaram o estudo 59 sujeitos com idades entre 60 e 65 anos, não fumantes nem praticantes de atividade física regular. Os sujeitos foram inicialmente submetidos à avaliação da força muscular inspiratória e expiratória (através da mensuração das pressões respiratórias máximas), expansibilidade torácica (mensurada através da cirtometria torácica em dois níveis, axilar e xifóide) e flexibilidade (analisada através do método dedo-chão, modificado para punho-chão fotografado). A seguir, os sujeitos foram randomizados em três grupos. O G1 foi submetido a um protocolo de cinesioterapia respiratória em ambiente aquático. O G2 utilizou o mesmo protocolo em ambiente terrestre. O G3 atuou como controle e os sujeitos foram submetidos a atividades diferentes de exercícios, tais como palestras sobre temas gerais e atividades recreativas diversas. Os protocolos foram aplicados três vezes por semana, por dez semanas consecutivas. Após este período, os sujeitos foram reavaliados e os resultados comparados com os obtidos pré-intervenção e entre os grupos. A força muscular respiratória e expansibilidade torácica foram analisadas utilizando o teste t-student para amostras pareadas e através do teste do Sinal. A comparação entre os grupos utilizou a variância paramétrica e não paramétrica e o teste de Dunnett para comparar o G1 e G2 versus G3. A flexibilidade foi analisada a partir da análise de covariância. Adotou-se um nível de significância de 5%.
RESULTADOS:
A força inspiratória apresentou melhora significativa no G1 em relação ao G3, sugerindo efeitos mediados pelo meio aquático (p<0,02). Entretanto, esta análise deve ser cuidadosa, visto que a relevância estatística foi alcançada com o auxílio de uma não explicada redução nos escores do G3 (p<0,01). Em relação à expansibilidade torácica, somente o G1 apresentou melhora significativa quando comparado com seus próprios escores pré-intervenção, em ambos níveis (p<0,02 e p<0,03 axilar e xifóide, respectivamente). Porém, estas alterações não foram relevantes se comparadas ao G3 (p>0,89 e p>0,60 para ambos níveis, respectivamente). A força expiratória e a flexibilidade de tronco/pélvis não sofreram alterações (p>0,99 e p > 0,18).
CONCLUSÕES:
A cinesioterapia respiratória realizada em meio aquático melhora a força muscular inspiratória de idosos saudáveis. Entretanto, não influencia a força expiratória nem a flexibilidade de tronco/pélvis, independente do meio de realização. Apesar da significativa melhora obtida pelo G1, a expansibilidade torácica não sofreu alteração estatisticamente significativa.
Palavras-chave:  Exercício Respiratório; Força Muscular Respiratória; Envelhecimento.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005