|
||
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Serviço Social - 7. Serviço Social | ||
"O SEMI-ÁRIDO E SUAS FACETAS..." | ||
Elaine Cristina Silva 1 (lalai@pop.com.br), Agda Susan dos Santos Andrade 1, Vânia Carvalho Santos 1 e Ana Carla Ribeiro Andrade 1 | ||
(1. Departamento de Serviço Social, Universidade Federal de Sergipe - UFS) | ||
INTRODUÇÃO:
Nesta comunicação apresentamos uma experiência de Pesquisa e Extensão Universitária desenvolvida pelo Departamento de Serviço Social, da Universidade Federal de Sergipe, consolidada através do Estágio Curricular e campo etnográfico de Monografia permitindo a complementação do tripé ensino, pesquisa e extensão. O trabalho foi realizado na Comunidade Taquara, Município de Tobias Barreto, a qual faz parte do Programa de Convivência com o Semi-árido, desenvolvido pela Cáritas Brasileira, organismo da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) criada em 1956 com a finalidade inicial de articular nacionalmente as obras sociais católicas e coordenar o programa de doação de alimentos objetivando minimizar a pobreza na zona rural. Atualmente a Cáritas possui quatro linhas de ação: 1) orientação, defesa e promoção de direitos da população em situação de exclusão social 2) mobilizações cidadãs e conquistas de relações democráticas 3) desenvolvimento solidário e sustentável 4) sustentabilidade, fortalecimento e organização da própria instituição. Buscamos centrar o trabalho no conhecimento e análise das ações da Cáritas na comunidade, identificando as relações da instituição com os usuários, e traçar o perfil sócio-econômico-cultural dos comunitários. As instituições atuantes no semi-árido visam minimizar os problemas decorrentes das estiagens promovendo ações de convivência com a natureza buscando propostas de ações que promovam o desenvolvimento sustentável. |
||
METODOLOGIA:
Utilizou-se como critério para a escolha da amostra, o número de projetos realizados pela instituição nas comunidades. Os procedimentos metodológicos combinaram análise documental, e entrevistas, gravadas e transcritas totalizando 27 depoimentos. O roteiro de entrevista combinou perguntas abertas e fechadas, buscando-se agrupá-las em categorias, de acordo com sua similaridade. A primeira parte consta a identificação dos usuários com dados referentes a idade, sexo, escolaridade, estado civil, composição familiar, religião, profissão, ocupação, renda familiar, moradia, saneamento básico. A segunda parte foi composta por perguntas abertas visando apreender sobre o histórico da comunidade e informações sobre o processo de implementação das ações desenvolvidas pela Cáritas. Após a gravação e transcrição do material coletado no trabalho de campo, procedeu-se à análise de conteúdo (Bardin, 1997) das respostas, de acordo com a sua similaridade. |
||
RESULTADOS:
Os moradores da localidade são 57 homens e 50 mulheres sendo (42,9%) adultos seguidos de crianças e adolescentes (31,7%). O estado civil prevalente é casado (41%). No que tange a escolaridade 48,1% tem ensino fundamental incompleto, a população é majoritariamente católica. A atividade agrícola é basicamente para a subsistência e a maior fonte de renda é a aposentadoria. A comunidade não dispõe de saneamento básico possuindo apenas fossas rudimentares; a energia elétrica é regularizada e o abastecimento de água é feito por açude, tanque e cisternas. A Cáritas foi citada nos depoimentos como uma instituição que proporcionou formas de enfrentamento da seca. Das obras implementadas, a cisterna foi a mais enfatizada, seguida da barragem de saco de areia, bombas de bola de gude e horta. Durante a implementação das obras a instituição ministrou cursos e palestras sobre convivência com o semi-árido, segurança alimentar, construiu o diagnóstico participativo da comunidade, desenvolveu ações para o fortalecimento da agricultura familiar, mediante a publicização de informações que permitem o acesso dos agricultores as políticas de crédito e assistência técnica, consolidando parcerias, realizou seminário sobre Economia Popular Solidária. |
||
CONCLUSÕES:
A sociedade não é o espaço da harmonia, mas, sobretudo, de conflitos e dos confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos valores etc.). Desta forma os sujeitos da ação educativa devem ser, prioritariamente, segmentos sociais que são afetados e onerados, de forma direta, pelo ato de gestão ambiental e dispõem de menos condições para intervirem no processo decisório. Neste sentido a Educação no Processo de Gestão Ambiental deve proporcionar condições para produção e aquisição de conhecimentos e habilidades, e o desenvolvimento de atitudes visando à participação individual e coletiva na gestão do uso dos recursos ambientais; na concepção e aplicação das decisões que afetam a qualidade dos meios físico, natural e sociocultural. O processo educativo deve ser estruturado no sentido de superar a visão fragmentada da realidade através da construção e reconstrução do conhecimento sobre ela, num processo de ação e reflexão, de modo dialógico com os sujeitos envolvidos; respeitar a pluralidade e diversidade cultural, fortalecer a ação coletiva e organizada, articular os aportes de diferentes saberes e fazeres e proporcionar a compreensão da problemática ambiental em toda a sua complexidade; possibilitar a ação em conjunto com a sociedade civil organizada e, sobretudo com os movimentos sociais, numa visão de educação ambiental como processo instituinte de novas relações dos seres humanos entre si e com a natureza. |
||
Instituição de fomento: Cáritas Brasileira (Diocese de Estancia - SE) | ||
Palavras-chave: Semi-árido; Políticas Públicas; Participação. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |