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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 5. Geologia Regional e Geotectônica
GEOLOGIA E CONTROLE ESTRUTURAL DOS DEPÓSITOS AURÍFEROS PINGO DE OURO E ADÃO, DISTRITO DE CANGAS - MUNICÍPIO DE POCONÉ - MT
Emílio Miguel Junior 1 (emiliogeo@universiabrasil.net), Carlos José Fernandes 1, Elzio da Silva Barboza 1, Darlan Izaltino dos Santos 1 e Éder Luís Mathias Medeiros 1
(1. Departamento de Geologia Geral -Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT)
INTRODUÇÃO:
Os depósitos Pingo de Ouro e Adão localizam-se no distrito de Cangas, município de Poconé, aproximadamente 90Km de Cuiabá, centro-sul do estado de Mato Grosso. No contexto geológico os depósitos estão inseridos na Porção Interna da Faixa de Dobramentos Paraguai, representada pelo Grupo Cuiabá, na estrutura regional denominada Anticlinal de Bento Gomes. Esta faixa de dobramentos, segundo Alvarenga & Trompette (1993), sofreu quatro fases de deformação (D1; D2; D3 e D4), todas caracterizadas nas rochas metassedimentares do Grupo Cuiabá. Em adição, estes autores definiram que as três primeiras fases de deformação são seqüenciais, em condições mais dúcteis, sendo que a última ocorreu em condições rúpteis.O ouro ocorre associado a sistemas de veios de quartzo encaixados nas rochas do Grupo Cuiabá que na área é representada pela subunidade 3 de Luz et al. (1980). Esta unidade é composta por filitos, filitos conglomeráticos, metaconglomerados, metarcóseos localmente ferruginosos, quartzitos, lentes de filitos calcíferos e mármores calcíferos, além de níveis de hematita no topo. O objetivo deste trabalho é entender o controle litoestrutural da mineralização aurífera nos referidos depósitos, de forma que, a partir do modelo gerado, possamos identificar e/ou selecionar novos alvos potenciais para ocorrência de ouro.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido em três etapas. A primeira consistiu de levantamento bibliográfico, confecção de mapa base e definição de áreas para levantamento de dados em campo. Na etapa de campo (12 dias), realizada na área dos depósitos Pingo de Ouro e Adão, foi feita descrição e coleta sistemática de amostras de rochas e veios de quartzo, bem como coleta de dados estruturais (medidas de acamamento, foliações, lineações e fraturas) visando a definição do modelo litoestrutural para a área em questão. A terceira etapa, já em laboratório, consistiu na descrição macroscópica e seleção de amostras para confecção de lâminas delgadas. A descrição microscópica foi desenvolvida na UFMT utilizando microscópico binocular.
RESULTADOS:
Pelo observado na etapa de campo, os depósitos Pingo de Ouro e Adão ocorrem associados à dobra isoclinal invertida, que representa dobra parasita dentro da anticlinal de Bento Gomes. O Grupo Cuiabá nos depósitos é representado pela subunidade 3 que faz contato com a subunidade 5. Foram identificadas na área quatro fases deformacionais representadas pelas respectivas foliações, S1 (140/24), S2 (328/26), S3 (137/66) e uma clivagem de fratura denominada de S4. Identificou-se 3 famílias de veios de quartzo denominadas V1 (125/35), V2 e V3. A família V1 ocorre paralelo a S1 e a família V2 paralelo a S3. Os veios de quartzo mineralizados são representados pela família V3 associada a fraturas geradas na fase tardia da deformação D1. A partir da interpretação destes dados, mais aqueles que serão obtidos em outras etapas, será gerado mapa litoestrutural dos depósitos.
CONCLUSÕES:
Os depósitos estão associados a veios de quartzo (família V3) gerados na primeira fase deformacional D1 encaixados na subunidade 3 do Grupo Cuiabá, associados a dobra parasita dentro da estrutura maior denominada de Anticlinal de Bento Gomes. O mesmo modelo litoestrutural pode ser aplicado nos demais depósitos de ouro do distrito de Cangas, tendo em vista a proximidade existente entre os mesmos.
Instituição de fomento: FAPEMAT/CNPq - processo 7.2.12.447/12-2003.E
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Geologia Estrutural; Ouro; Poconé - MT.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005