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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 3. Clínica Médica
CORRELAÇÃO ENTRE DIABETES TIPO 2 E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
Larissa Gondim Paulo Neto Toscano 3 (larissapauloneto@hotmail.com), Carine Marianne Melo Araújo 3, Renata Rolim de Sousa 3, João Modesto Filho 1 e Tereza Helena Cavalcanti de Vasconcelos 2
(1. Depto. de Medicina Interna, Universidade Federal da Paraíba-UFPB; 2. Depto. de Nutrição, Universidade Federal da Paraíba, UFPB; 3. Graduação do Curso de Medicina, Universidade Federal da Paraíba)
INTRODUÇÃO:
O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla decorrente da ausência total ou parcial de insulina e/ou de sua incapacidade na ação celular através de mecanismos de resistência. Assim, determina um distúrbio no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas, levando ao estado de hiperglicemia. As conseqüências, a longo prazo, decorrem de alterações micro e macrovasculares que levam a disfunção, dano ou falência de vários órgãos. Atualmente, constitui um importante problema de saúde pública, associado a morbidades que comprometem a produtividade, qualidade de vida e sobrevida dos acometidos, além de envolver altos custos em seu tratamento e em suas complicações. Esse trabalho se propõe a verificar se o diabetes mellitus tipo 2 atua como fator modificador da densidade mineral óssea, aumentando a incidência de osteoporose, visto que esta é uma doença, cujo perfil epidemiológico está relacionado ao envelhecimento populacional, acometendo principalmente mulheres na pós-menopausa.
METODOLOGIA:
Foi utilizada abordagem indutiva, com procedimento estatístico e técnica de observação direta a partir de exame físico. A amostra foi constituída de 71 pacientes do sexo feminino pós-menopásicas atendidas pelo Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa – PB, e foi dividida em dois grupos de acordo com a presença de diabetes associado: Grupo I - não-diabéticas (39 pacientes), Grupo II - diabéticas (32 pacientes). Ambos os grupos foram subdivididos em Ia (n=11), Ib (n=12) e Ic (n=16) e IIa (n=11), IIb (n=9) e IIc (n=12), em que as letras representam: a = IMC entre 19 e 25kg/m2 (normal); b =IMC entre 25 e 30kg/m2 (sobrepeso), c= IMC maior que 30 kg/m2 (obesidade). As pacientes foram selecionadas segundo os critérios: a) sexo feminino; b) diagnóstico estabelecido de diabetes tipo 2 (grupo I); b) amenorréia de pelo menos um ano. Os critérios de exclusão foram: a) uso de insulinoterapia; b) doenças que causam diminuição da massa óssea; c) distúrbios de comunicação; d) não concordância em participar do estudo. A densidade mineral óssea foi avaliada utilizando-se aparelho de densitometria óssea DPX-L (DEXA-LUNAR), tendo sido avaliadas as densidades da coluna lombar (L2-L4) e do colo femoral. Após coleta, os dados foram analisados estatisticamente utilizando software SPSS.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostram que ao se comparar a densidade mineral óssea da coluna lombar (L2–L4) e do colo femoral de pacientes diabéticas tipo 2 e não-diabéticas, não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Encontrou-se uma freqüência semelhante de osteoporose, osteopenia e resultado normal de densidade óssea, entre as pacientes dos grupos estudados, no grupo I (não-diabéticas) os resultados foram: 38,5% com resultado normal; 35,9% osteopenia e 25,6% osteoporose; no grupo II (diabéticas) encontramos: 25% com resultado normal, 50% osteopenia e 25% osteoporose. Quando comparamos a densidade mineral óssea da coluna lombar e do colo femoral, entre pacientes diabéticas com IMC normal, sobrepeso e obesas, os resultados demonstraram uma maior massa óssea nas pacientes com maior IMC. Houve uma diferença estatisticamente significativa (p=0,002) na densidade mineral óssea da coluna lombar, quando comparamos as pacientes com IMC normal e as obesas.
CONCLUSÕES:
O estudo demonstrou que o diabetes mellitus tipo 2 não é um fator determinante na alteração da densidade mineral óssea em mulheres pós-menopausadas, diferentemente do que a literatura científica mostra em relação ao diabetes mellitus tipo 1, que ocasiona uma perda acelerada da massa óssea. Com relação à freqüência de osteoporose, osteopenia e resultado normal baseado no IMC, nosso estudo comprovou que o aumento do IMC atua como fator de proteção da perda óssea em pacientes diabéticas e não-diabéticas.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  diabetes; densidade óssea; osteoporose.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005