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C. Ciências Biológicas - 1. Biofísica - 3. Biofísica Molecular
ESTUDO SOBRE MECANISMOS REPARATÓRIOS DE crosslinks PROVOCADOS POR MITOMICINA C EM DNA DE Escherichia coli.
Larissa Borba Santos 1 (larissabsantos19@ig.com.br), Leonardo da Silva Vidal 1, Claúdia de Alencar Santos Lage 1 e Álvaro Augusto da Costa Leitão 1
(1. Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ)
INTRODUÇÃO:
Os crosslinks são parte de uma importante classe de danos de DNA, impedindo a separação de suas fitas e levando ao bloqueio da replicação e transcrição. Eles podem ser provocados por agentes como a mitomicina C (MC) sendo por isso, empregados em quimioterapia. Vários estudos levaram a compreender as vias de ligação da MC ao DNA, mas o reparo in vivo dessas lesões é desconhecido, pois parece depender de uma via de reparo de DNA ainda não descrita na literatura, sendo o nosso objetivo elucidá-la.
METODOLOGIA:
Em resultados previamente obtidos em nosso laboratório, foi observada a participação de uma das três proteínas atuantes no reparo por excisão de nucleotídeos (NER), a proteína UvrB em resposta a lesões causadas por MC, não sendo recrutado o NER por completo. Na tentativa de avaliar se essa via de reparo exigia a participação das enzimas do sistema de reparo por excisão de bases (BER), usamos cepas de E. coli deficientes ou não nessas enzimas, em ensaios de inativação celular. Também foram utilizadas cepas deficientes no gene umuDC, responsável pela codificação da mutapolimerase de reparo, para avaliar se o reparo de crosslinks seria mediado pela síntese translesão, além de cepas deficientes no gene recA que codifica uma proteína responsável pela recombinação homóloga pós-replicativa. Ambos os modelos já foram estudados como atuantes no reparo de crosslinks de PUVA.
RESULTADOS:
A partir da análise de gráficos de sobrevivência, foi observada apenas sensibilidade para a cepa deficiente na enzima Exonuclease III (xthA), quando exposta a altas concentrações de MC, enquanto para baixas concentrações de MC, não foi observada sensibilidade para nenhuma das cepas testadas. Para cepas deficientes na mutapolimerase de reparo (umuDC), não foi observada sensibilidade a MC. A cepa deficiente em recA apresentou sensibilidade semelhante a deficiente em uvrB.
CONCLUSÕES:
Tais resultados ressaltam a relevância da participação da proteína UvrB e de um evento de recombinação homóloga pós-replicativa no reparo de lesões provocadas pelo quimioterápico em estudo, enquanto o sistema BER parece não atuar durante o mesmo. Novos experimentos, utilizando duplos mutantes em NER e BER, estão sendo realizados, dando prosseguimento ao estudo do mecanismo de reparação de adutos de mitomicina C in vivo.
Instituição de fomento: PRONEX, FAPERJ, CNPq, FUJB, CEPG-UFRJ e CAPES
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  reparo de DNA; mitomicina C; E. coli.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005