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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS E QUÍMICA ATRAVÉS DO CAFÉ | ||
Rodrigo Rafael Mathias 1 (charkedigao@yahoo.com.br), Mônica Irani de Gouvêia Belinelo 1, 6, Amaziles Teresinha Marques Ferreira 2, Janaína Teixeira Pereira 1, Sílvia Angélica Pedrosa Cruzato 3, Filipe Guimarães Mariano Almeida 1, Eliezer de Mello Silva 1, Emanoel Luiz Mathias 1 e Valdenir José Belinelo 1, 4, 5 | ||
(1. Faculdade de Minas - FAMINAS, Muriaé/MG; 2. Escola do Futuro, Manhuaçu/MG; 3. Escola Estadual Ormezinda Alves Duarte, São Sebastião da Vargem Grande/MG; 4. Escola Técnica de Formação Gerencial – ETFG - SEBRAE – FAMINAS; 5. Rede Pitágoras, Belo Horizonte/MG; 6. Universidade Vale do Rio Verde, UNINCOR, Três Corações/MG) | ||
INTRODUÇÃO:
A aprendizagem de Ciências no Ensino Fundamental e de Química no Ensino Médio tem se tornado difícil, um verdadeiro “terror” para os alunos, enquanto deveria parecer interessante uma vez que a química e as ciências fazem parte do seu cotidiano. Uma maneira de contornar esse desinteresse é fazer a contextualização dos tópicos tratados em sala de aula, relacionando-o com o dia-a-dia do aluno, objetivando tornar algo complicado em uma aula agradável, motivadora e naturalmente simples aos seus olhos. Essa metodologia de ensino-aprendizagem baseada na interatividade e contextualização, nas ferramentas da qualidade e na figura do professor-facilitador já é aplicada pelo coordenador do curso de Pós-graduação em Educação Química e Ciências Biológicas da FAMINAS, em seus livros e tem obtido bons resultados. Um exemplo de sucesso é a utilização da planta café, Coffea arábica L., por professores da Escola do Futuro - Rede Pitágoras de Manhuaçu, Escola Estadual Ormezinda Alves Duarte, de São Sebastião da Vargem Grande e ETFG - Escola Técnica de Formação Gerencial - SEBRAE - FAMINAS, de Muriaé. Essas escolas pertencem a Zona da Mata Mineira, grande produtora e exportadora de café fino orgânico. Os alunos foram incentivados a pesquisarem sobre o café e associarem a sua produção ao estudo da química e da ciência. |
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METODOLOGIA:
As pesquisas foram realizadas nas Bibliotecas das respectivas Escolas, pela Internet e através de visita ao campo pelos alunos da oitava série do ensino fundamental e do ensino médio da zona urbana. Os alunos pesquisaram sobre a origem da planta café, sua trajetória histórica, ou seja, a difusão de sua produção e consumo pelo mundo; durante o processo começaram a surgir indagações tais como a diferença entre café fino e café comum, entre café orgânico ou não-orgânico, entre café cafeínado e descafeínado. Além da pesquisa bibliográfica, os alunos fizeram extração laboratorial e análise da cafeína do café e da coca-cola e, em seguida, listaram as aplicações farmacológicas, permitindo até verificar as vantagens e desvantagens em se beber uma xícara de café diariamente. Os alunos interpretaram e elaboraram gráficos sobre a evolução da produção e cotação nacional e internacional do café, fertilizantes e agrotóxicos. As médias das notas obtidas pelos alunos foram comparadas com as médias dos anos anteriores, utilizando o teste T de Student. |
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RESULTADOS:
O projeto permitiu aos cerca de 400 alunos das turmas de oitava série do ensino fundamental à terceira série do ensino médio a desmistificação e o gosto pelo ensino de Química, o que pode ser comprovado por uma média estatisticamente maior quando comparadas aos anos anteriores. O conteúdo separação de misturas foi relacionado ao processamento do grão e extração da cafeína do café, questionando as propriedades físicas e/ou químicas de cada processo. A análise do tipo de solo adequado para o plantio e cultivo de café possibilitou trabalhar os conceitos de ácidos, bases, sais, óxidos e equilíbrio iônico. Desse modo, as teorias sobre ácidos e bases, os cálculos de pH e as constantes de equilíbrios deixaram de ter apenas uma conotação teórica e passaram a fazer parte da vida dos alunos. A pesquisa das substâncias orgânicas presentes no café, tais como cafeína, ácidos clorogênicos, aminoácidos, lipídeos, carboidratos, etc. e a escrita de suas fórmulas estruturais permitiram o estudo das ligações covalentes, das funções orgânicas, da estereoquímica e de suas propriedades físicas e químicas. |
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CONCLUSÕES:
Esse trabalho permitiu aos alunos de Ciências, Química e matérias correlatas a reconhecerem sua casa, sua cidade e a agricultura (dentre outros), fontes permanentes e dinâmicas de aprendizagem; os conhecimentos devem ser adquiridos não só em sala de aula com o seu professor, mas também através da interação do conhecimento popular com o científico. A motivação e o gosto por uma disciplina devem ser incentivados pelo professor através da extensão do cotidiano do aluno ao quadro negro. O uso de material e temas do cotidiano do aluno torna a aula mais atrativa e participativa, com indagações sobre a importância da vida e da natureza para o desenvolvimento de competências e aperfeiçoamento de habilidades do ser humano. O trabalho para os alunos da terceira série do ensino médio foi importante na escolha da profissão para o exame vestibular de 2005. |
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Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Ciências; Química; Educação. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |