|
||
| F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 5. Gestão de Pessoas | ||
| O PROCESSO DE CRIATIVIDADE NA GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS: SONHO OU REALIDADE? | ||
| Katia Rejane Lima de Moura 1 (katiarejanemoura@yahoo.com.br) e Antonia da Silva Solino 1 | ||
| (1. Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)/Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)) | ||
| INTRODUÇÃO:
Este estudo teve como objetivo principal investigar quais as ações desenvolvidas pela área de Recursos Humanos que incentivavam o processo de criatividade de seus operários. Para o desenvolvimento deste estudo tomou-se como referência uma indústria têxtil de grande porte sediada na grande Natal/RN. A importância deste trabalho reside na escassez de estudos que procuram desvendar como está sendo estimulado e aproveitado o potencial criativo de operários nas organizações, uma vez que estas se tornaram mais exigentes quanto aos requisitos que as pessoas devem possuir para poder desempenhar suas funções ou conseguir uma vaga no mercado de trabalho. A opção pelo setor têxtil como campo para realizar o estudo justifica-se pelo fato da pesquisadora possuir experiência de trabalho junto a este ramo e, assim, supor que, por conhecer pessoas ligadas à gestão de pessoal nestas organizações, teria acesso mais fácil às informações. |
||
| METODOLOGIA:
A presente pesquisa foi classificada como um Estudo de Caso qualitativo, do tipo descritivo-exploratório. A amostra da população foi intencional, obtendo-se uma estimativa de 64 operários dos setores da fiação e tecelagem a serem entrevistados. Fizeram parte também da amostra os dirigentes do setor de Recursos Humanos e Gerentes de produção da Fiação e Tecelagem da empresa no que concerne ao fornecimento de informações sobre as ações executadas na organização que propiciassem o desenvolvimento da criatividade, sendo todos entrevistados, totalizando quatro elementos da gerência. Os instrumentos utilizados foram a entrevista semi-estruturada para os gerentes e questionário semi-estruturado para os operários, sendo que neste último caso a própria pesquisadora aplicou o questionário, preenchendo-o na presença dos sujeitos a partir das respostas destes. A coleta dos dados ocorreu em ambiente da própria empresa. |
||
| RESULTADOS:
Os resultados revelaram que as ações promovidas pelo setor de recursos humanos para estimular a criatividade no ambiente de trabalho estavam centradas em treinamentos, reuniões dos grupos de qualidade, concursos de frases e paródias, bem como cultura e lazer para os operários. O ambiente, de uma forma geral, apresentou condições favoráveis ao ato criativo, constatando-se um número significativo de respostas dos operários que expressavam satisfação com o meio organizacional, ambiente físico (excetuando-se a poluição sonora, temperatura e ventilação), desafios, estrutura e funcionamento organizacional, recursos técnicos e materiais, apoio do grupo de trabalho, treinamento e comunicação. Ainda foi apontado pela maioria que havia liberdade em sugerir mudanças, contudo não havia reconhecimento destas sugestões com prêmios ou elogios por parte da empresa; além disso, a figura do chefe foi apontada como alguém que incentivava idéias e respeitava a opinião dos outros, mas existia um impasse quanto à aceitação destas idéias. No entanto, os gerentes afirmaram que os operários eram incentivados a contribuirem com sugestões para melhorias no ambiente de trabalho em reuniões dos grupos de qualidade. |
||
| CONCLUSÕES:
Concluiu-se que no ambiente de produção têxtil existiam condições favoráveis ao desenvolvimento da criatividade, contudo, haviam empecilhos relacionados com a liderança exercida que, apesar de incentivar as idéias, não as aceitava, causando percepção ambígua quanto ao apoio da chefia. Notou-se também que a empresa incentivava as idéias, confiava nos operários, mas não premiava formalmente as contribuições que promoveriam melhorias no ambiente de trabalho. De uma forma geral, o profissional de recursos humanos foi percebido como alguém que estimulava e aproveitava o potencial criativo dos operários, que apesar de estarem realizando trabalho repetitivo e monótono, estavam tendo sua criatividade incentivada em treinamentos e em reuniões dos grupos de qualidade. Além disso, a empresa possuía planos futuros para implementar efetivamente um sistema de premiação às idéias criativas que resolvessem problemas da organização. |
||
| Palavras-chave: Criatividade; Recursos Humanos; Indústria Têxtil. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |