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C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 3. Fisiologia de Órgãos e Sistemas | ||
A DESNUTRIÇÃO NEONATAL E O DESENVOLVIMENTO DE ÓRGÃOS EM RATOS WISTAR | ||
Ruciane Emmanuelle Lima Carmo 1 (rucianebio@bol.com.br), Júlio Cezar de Oliveira 1, Josivania Soares Pereira 1 e Francisco Barros Barbosa 1 | ||
(1. Depto.de Ciências Biológicas, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN) | ||
INTRODUÇÃO:
Estudos experimentais têm demonstrado que a desnutrição precoce pode causar profundas modificações fisiológicas em diferentes tipos de organismos. Os primeiros reflexos dessa desnutrição são observados na evolução ponderal e no desenvolvimento dos órgãos. Nesta linha este trabalho foi planejado para estudar relações entre a desnutrição em diferentes fases da lactação e a evolução do peso dos órgãos até os 80 dias de idade e, por conseqüência, as possíveis alterações fisiológicas desenvolvidas. |
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METODOLOGIA:
Utilizou-se ratos Wistar com desnutrição neonatal, produzidos no Biotério central da UERN. Foram avaliadas separadamente o efeito da desnutrição em duas fases da lactação: a primeira (0 a 11 dias) e a segunda (11 a 21 dias). Os testes experimentais foram realizados no final das primeira e segunda fases e nestes mesmos animais quando adultos. Durante os intervalos lactacionais mencionados, as ninhadas foram submetidas à uma dieta hipoprotéica (4% de proteínas) e após lactação, à ração comercial com 23% de proteínas. Todos os animais foram mantidos em condições de biotério, com ciclo fotoperiódico (claro e escuro) de 12:00hs e temperatura de 23 ± 2 ºC. Para avaliar o efeito da desnutrição no final de cada tratamento determinou-se a relação entre o peso corporal e o peso do coração, baço e fígado. Para tanto os filhotes foram pesados a cada dois dias e sacrificados no final dos testes, para a retirada e pesagem dos referidos órgãos. |
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RESULTADOS:
A evolução ponderal mostrou que os ratos desnutridos no final das duas fases da lactação tiveram redução da massa corpórea (11,46+0,7 e 27+1,21) em comparação com os controles (22,15+ 1,023 e 46,82+ 1,62) e que, mesmo após longo período de recuperação dietética (60 dias), os animais não recuperaram o peso corporal (329,87 + 15,20 e 328,4 + 18,67) quando comparados com os controles (359,12 + 13,68). Embora, no final de ambas as fases, as massas do coração (0,062 + 0,0039 e 0,15 + 0,016), fígado (0,25 + 0,03 e 1,13 + 0,11) e baço (0,031 + 0,0025 e 0,081 + 0,012) tenham se mostrado bastante reduzidas, em relação aos respectivos controles (0,12 + 0,019 e 0,25 + 0,013; 1,76 + 0,22 e 0,21 + 0,025), a relação (peso dos órgãos/ massa corpórea) mostrou que apenas no peso do baço, houve diferença entre ratos desnutridos (0,00274 + 0,000137 e 0,00289 + 0,000393) e controle (0,00567 + 0,000279 e 0,00461 + 0,000476). Porém, esta diferença não é detectada nos animais adultos, após recuperação dietética. |
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CONCLUSÕES:
Os valores mostraram que a dieta hipoprotéica nas fases iniciais da vida pode levar os indivíduos a um atraso irreversível na evolução ponderal e a um desenvolvimento seriamente afetado do baço. Embora tenha se observado redução nos pesos do coração e fígado, esta foi consequência da diminuição da massa corpórea. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Desnutrição precoce; Massa corpórea; Órgãos. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |