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C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia | ||
TRANSMISSÃO DE ENTEROPARASITAS ATRAVÉS DAS ALFACES COMERCIALIZADAS NOS QUATRO PRINCIPAIS SUPERMERCADOS DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE | ||
Orozimbo Silveira Carvalho Filho 1 (orozimbofilho@yahoo.com.br), Heráclio Almeida da Costa 1, Raniero Lima Dantas 1, Viviane Bandeira de Carvalho 1, Teobaldo Gonzaga Realço Pereira 2, 3 e Paulo de Freitas Monteiro 2, 4 | ||
(1. Graduando do DCBS, Fac. de Medicina de Campina Grande - UFCG; 2. Pesquisador do Depto. de Ciências Básicas da Saúde (DCBS), UFCG; 3. Prof. Dr. do DCBS, Fac. de Medicina da UFCG; 4. Prof. Ms. do DCBS, Fac. de Medicina da UFCG) | ||
INTRODUÇÃO:
No Brasil, as parasitoses intestinais constituem um sério problema de saúde pública, por atingir uma considerável parcela da população, principalmente crianças e pessoas de menor nível sócio-econômico. As parasitoses intestinais têm como agentes causais helmintos e protozoários, dentre estes, destacam-se os enteroparasitas humanos cujas formas parasitárias são eliminadas através das fezes. Estes parasitas apresentam grande resistência às condições ambientais e sua transmissão ocorre por veiculação hídrica ou por alimentos contaminados, dentre eles com destaque especial às hortaliças, que vêm sendo cultivadas e consumidas pela maior parte da população. Por este motivo podem ser as maiores veiculadoras de enteroparasitoses. A alface, alimento bastante presente na dieta dos paraibanos, é um exemplo típico de hortaliça propícia à contaminação por parasita. Em vista disso, foi proposta a realização desse projeto com a finalidade de analisar as alfaces comercializadas livremente na cidade de Campina Grande a fim de detectar as principais formas de contaminação da alface e diagnosticar os principais tipos de parasitas que a contaminam. Divulgar entre a população em geral, as medidas profiláticas contra a transmissão de parasitas através de verduras, sobretudo a alface, que é consumida crua, detectar a principal forma de contaminação da alface, diagnosticar os principais tipos de parasitas que contaminam a alface e detectar as formas de eliminação da contaminação das alfaces. |
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METODOLOGIA:
Foi realizado um levantamento do fornecimento de alface para os supermercados pesquisados, durante o mês de abril de 2004, observando o horário de chegada da alface do seu local de distribuição (às 8:00 horas), como também as condições das alfaces após seis horas de exposição à venda (às 14:00 horas). Em seguida, durante três meses, foram feitas duas coletas por dia nos horários supracitados, submetendo todas as coletas à pesquisa laboratorial, a fim de constatar se a contaminação ocorria durante a produção/transporte e/ou comercialização das alfaces. Essa análise foi feita tanto nas folhas externas como nas internas separadamente. Cada amostra de cinco folhas foi colocada em um cristalizador, com um litro de água da torneira. Em seguida, cada folha foi submetida isoladamente a uma lavagem manual com escova na própria água do cristalizador. A partir de então, a água resultante dessa lavagem passou por um processo de sedimentação em cálices cônicos, que durou em torno de 2 horas. Por fim, o sedimento obtido foi corado com lugol para observação ao microscópio, quantificando e identificando os enteroparasitas possivelmente presentes. A água da torneira também foi submetida a análise para que servisse de controle e, assim, não interferisse nos resultados finais. As coletas e análises foram feitas uma vez por semana no período de maio a julho de 2004, totalizando doze coletas em doze semanas. |
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RESULTADOS:
Os resultados da presente pesquisa revelaram que as alfaces comercializadas na feira central de Campina Grande apresentam elevado índice de contaminação por enteroparasitas. Observou-se a incidência dos seguintes parasitas nas amostras das alfaces comercializadas na feira central de Campina Grande coletadas no período de Abril a Junho de 2003: Cistos de Entamoeba sp em 16,66%, seguida por larvas de Ancylostoma sp em 16,66%, larvas de Estrongiloides sp em 8,33% e ovos de Taenia sp em 8,33% das folhas internas coletadas às 8:00 horas. Cistos de Entamoeba sp em 58,33%, seguida por larvas de Ancylostoma sp em 25,00%, cistos de Giardia sp em 8,33% e ovos de Enteróbius sp em 8,33% das amostras de folhas externas coletadas às 08:00 horas. Cistos de Entamoeba sp em 33,33%, seguida por larvas de Ancylostoma sp em 33,33%, larvas de Estrongiloides sp em 8,33%,ovos de Trichuris sp em 8,33%, ovos de Ascaris sp em 8,33% e ovos de Taenia sp em 8,33% das amostras de folhas internas coletadas às 14:00 horas. Cistos de Entamoeba sp em 66,66%, seguida por larvas Ancylostoma sp em 41,66%, larvas de Estrongiloides sp em 25,00%, ovos de Enterobius sp em 8,33%, ovos de Ascaris sp em 16,66% das amostras de folhas externas coletadas às 14:00 horas |
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CONCLUSÕES:
: Em face dos resultados obtidos neste estudo, pode-se afirmar que, em relação à alface comercializada nos quatro principais supermercados de Campina Grande, foram verificados elevados percentuais de contaminação por enteroparasitas revelando riscos potenciais à saúde humana pelo consumo deste alimento. Verifica-se que dentro das amostras há uma maior contaminação por protozoários, sendo o mais comum a Entamoeba sp. Em traçado paralelo dos resultados das análises de folhas externas e de folhas internas das alfaces, conclui-se que a contaminação mais expressiva surge nas folhas externas, de contato direto com o meio ambiente, sendo mais susceptíveis aos meios de contaminação. Em relação aos resultados obtidos por comparação de horário da coleta, conclui-se que as alfaces comercializadas no período de meio dia apresentam maiores índices de contaminação, em virtude do período entendido de exposição aos meios de contaminação, como umidificação das alfaces com água contaminada e manuseio das mesmas por mãos contaminadas, mostrando, contudo, a provável contaminação na produção, no transporte e /ou comercialização das alfaces. |
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Palavras-chave: Alface; Enteroparasitas; Transmissão. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |