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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública | ||
AVALIAÇÃO DAS PROTEÍNAS sFas, sFasL e Bcl- 2 EM PORTADORES DE ANTICORPOS ANTI-HTLV-I DE BANCOS DE SANGUE. | ||
Leandra Moreira Araújo 1 (leandra.biomed@ig.com.br), Ciro de Souza Moraes 1, Marcelo Zanini de Oliveira e Silva 1, Maísa Maria Silva 1 e Irmtraut Araci Hoffmann Pfrimer 1 | ||
(1. Depto. de Biomedicina, Universidade Católica de Goiás - UCG.) | ||
INTRODUÇÃO:
O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I (HTLV-I) é um retrovírus pertencente à família Retroviridae e à subfamília Oncovirinae, com prevalência entre 0,8% a 1,8% no Brasil. Tem sido associado à doenças como leucemia de células T do adulto (ATL) e à paraparesia espástica tropical ou mielopatia associada ao HLTV-I (HAM/TSP). A apoptose é um processo fundamental para o desenvolvimento normal e homeostase dos organismos multicelulares. Alterações neste processo têm sido relacionadas à inúmeras doenças humanas, incluindo doenças associadas ao HTLV-I. Uma das vias apoptóticas envolvidas é o sistema Fas-FasL, que promove a morte celular e que pode ser regulada por várias proteínas, incluindo as formas solúveis de Fas (sFas), FasL (sFasL) e a proteína anti-apoptótica Bcl-2. Vários mecanismos da patogênese da ATL e HAM/TSP têm sido atribuídos às proteínas sFas, sFasL e Bcl-2, mas pouco se sabe da relação dessas proteínas com a infecção assintomática pelo HTLV-I. Esse trabalho tem como objetivo avaliar as proteínas sFas, sFasL e Bcl-2 em doadores de sangue portadores assintomáticos do HTLV-I. |
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METODOLOGIA:
Participaram do estudo 53 doadores de sangue voluntários, portadores unicamente de anticorpos anti-HTLV-I, selecionados a partir da soropositividade ao teste ELISA e western blot para anticorpos anti-HTLV-I/II (confirmatório). Foram incluídos 20 doadores soronegativos. Todos os participantes foram provenientes dos Bancos de Sangue da cidade de Goiânia. Antes das coletas, os doadores foram submetidos às triagens técnica e clínica. Os níveis séricos das proteínas sFas, sFasL e Bcl-2 nos portadores de anticorpos anti-HTLV-I e não portadores foram determinados pelo método de ELISA. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Goiás. |
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RESULTADOS:
Foram detectadas concentrações significativamente aumentadas da proteína sFas nas amostras soropositivas (300 a 1588pg/mL, mediana 810pg/mL) em relação às concentrações nas amostras soronegativas (137 a 388pg/mL, mediana 265,5pg/mL; p<0,01, teste U de Mann-Whitney) e, níveis normais de sFasL (237 a 2310pg/mL, mediana 840pg/mL) e Bcl-2 (30 a 1870pg/mL, mediana 165pg/mL) nos portadores de anticorpos anti-HTLV-I e em relação aos não portadores (150 a 2130pg/mL, mediana 885pg/mL;e 70 a 750pg/mL, mediana 102,5pg/mL,respectivamente; p>0,05, teste U de Mann-Whitney). |
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CONCLUSÕES:
Concentrações séricas aumentadas de sFas encontradas nos portadores de anticorpos anti-HTLV-I podem indicar um mecanismo de evasão viral onde a diminuição da apoptose favorece a sobrevivência das células hospedeiras infectadas e, conseqüentemente, permitem a expansão de uma população desregulada de células T com potencial para desenvolver células leucêmicas ou manter células ativadas e infectadas no SNC, capazes de induzir um processo inflamatório. As concentrações normais de sFasL e Bcl-2 detectadas nas amostras soropositivas sugerem que estas moléculas podem não ser relevantes na fase assintomática da infecção viral mas, segundo outros estudos, podem estar envolvidas na fase clínica das doenças associadas ao HTLV-I, contribuindo especialmente com o processo inflamatório da HAM/TSP. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: HTLV-I; Fas solúvel; Fas ligante solúvel. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |