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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica
UTILIZAÇÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DOS SINTOMAS PROSTÁTICOS EM UMA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Juliana Sampaio dos Santos 1, 4 (juss82@hotmail.com), Ana Gabriela Cardoso de Abreu 1, 5, Carmina Guimarães Veloso 1, 6, Maria Euridéa de Castro 2 e Luiz Lacerda Sousa Cruz 3
(1. Graduanda do Depto de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Profa. LD do Depto. de Enfemagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 3. Prof. MS em Saúde Pública, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 4. Bolsista do Programa de Educação Tutorial - PET; 5. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico PIBIC - CNPq; 6. Bolsista da Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa - FUNCAP)
INTRODUÇÃO:
O Câncer de Próstata, doença crônico-degenerativa relacionada ao envelhecimento, tem como característica a obstrução do fluxo urinário provocado pelo aumento progressivo da próstata, o que acarreta em manifestações clínicas, tais como: disúria, nictúria, polaciúria e retenção urinária. É considerado como a segunda causa de morte por câncer em homens. Em 2002, no Estado do Ceará-Brasil, ocorreram 341 óbitos e estima-se que, em 2005, este número irá praticamente duplicar. Somado a isso, o sofrimento experienciado pelo indivíduo acometido, assim como os impactos econômicos do tratamento desse problema, têm conferido destaque a esta patologia como problema de Saúde Pública. Portanto, percebe-se a necessidade de realização de estudos epidemiológicos na área para apoiar os processos de tomada de decisão na planificação, na formulação e na aplicação de políticas públicas ou para apoiar o desenvolvimento e a prática profissional. Nesse contexto, este estudo propõe se a definir a magnitude da obstrução prostática em servidores de uma universidade pública do Ceará-Brasil, descrevendo-a em função de características sócio-demográficas e do índice de qualidade de vida da amostra.
METODOLOGIA:
Este estudo prospectivo de caráter exploratório-analítico pautou-se em uma amostra aleatória simples de 49 servidores de uma Universidade Pública do Ceará com idade igual e acima de 40 anos, com erro amostral igual a 5, para um nível de confiança de 95%. Nenhum dos sujeitos da amostra recusou se a participar da pesquisa, e todos assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. O instrumento utilizado na coleta de dados, a Escala Internacional de Sintomas Prostáticos da Associação Americana de Urologia, acrescida de um cabeçalho de identificação sócio-demográfica dos sujeitos, foi aplicado nos meses de fevereiro e março de 2005, por três pessoas que receberam devidas instruções para padronização da coleta. A tabulação dos dados foi feita de modo a facilitar o processamento no Programa SPSS for Windows, versão 10.0. Através desse programa, os dados foram organizados, sumariados e descritos em tabelas e gráficos. Para facilitar a análise descritiva e exploratória do estudo, os escores da avaliação prostática foram classificados conforme a Escala de Avaliação dos Sintomas Prostáticos: 0 a 3 = ótimo estado de saúde; 4 a 7 = sintomas leves; 8 a 19 = sintomas significativos (procurar médico imediatamente); 20 a 35 = sintomas considerados severos.
RESULTADOS:
Dos 49 sujeitos que participaram da pesquisa; 59,2 % (n=29) apresentaram em relação ao problema ótimo estado de saúde; 28,6 % (n= 14) sintomas leves, com necessidade de ser avaliado por um urologista; 10,2 % (n=5) apresentaram sintomas significativos sendo-lhes preconizada assistência médica imediata; um deles (2,0 %) apresentou sintomas severos. Este último era de cor branca, estava com 56 anos, viúvo, católico, com ensino médio incompleto e renda familiar de R$ 700,00, disse se sentiria insatisfeito se tivesse que permanecer o resto da vida com a condição urinária atual (índice de qualidade de vida). Dos 5 sujeitos que apresentaram sintomas significativos, 4 eram de cor parda e um de cor negra. Todos os 5 eram católicos com menos de 60 anos, 4 eram casados e tinham o ensino médio completo; 2 deles disseram que se sentiriam infelizes se tivessem que permanecer o resto da vida com a condição urinária atual. Entre os que apresentaram sintomas leves 7 eram de cor parda, tinham de 40 a 49 anos, 10 eram casados, 11 católicos, 5 ganhavam de 5 a 7 salários mínimos, tinham o ensino médio completo e disseram sentir-se mais ou menos se tivessem de viver com a condição urinária atual.
CONCLUSÕES:
Ampliando o resultado para uma população maior de servidores universitários, levanta-se a hipótese de que a cada 10.000 servidores universitários com idade de 40 anos acima, 200 apresentam sintomas prostáticos severos. Outra hipótese levantada a partir dos resultados é a de que apesar de haver variação nos significados clínicos conforme variáveis sócio-demográficas, esta não é estatisticamente significativa. A constatação destas hipóteses pode ser feita em um outro estudo a ser realizado com a mesma população.
Palavras-chave:  câncer de próstata; Escala Internacional Sintomas Prostático; saúde do homem.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005