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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERINATAL: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM DOIS PERIÓDICOS “QUALIS” DE ENFERMAGEM NOS ANOS DE 1999 A 2004.
Juliana Freitas Marques 1 (jully_fm@yahoo.com.br), Arisa Nara Saldanha de Almeida 1, Giselle Maria Duarte Menezes 1, Aurileide Varela Martins 1, Maria Lígia Oliveira dos Santos 3 e Maria Veraci Oliveira Queiroz 2
(1. Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Profa. Dra. do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 3. Prof. Msa. do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas o avanço tecnológico tem sido marcante nos serviços de atenção perinatal, contribuindo para a diminuição da morbimortalidade materno-infantil. O período perinatal estende-se da vigésima segunda semana de gestação até o sétimo dia de vida do recém-nascido. A produção do conhecimento sobre assistência perinatal deve ser objeto de análise e reflexão, uma vez que os meios de comunicação nacional relatam a precariedade da assistência prestada à mulher e ao recém-nascido nos serviços de saúde em todo o país. A assistência perinatal enfatiza principalmente os cuidados à saúde de crianças prematuras e de baixo peso ao nascer e a sobrevida dessas crianças em função de assistência de qualidade. Portanto, os profissionais precisam compreender o processo de concepção, nascimento, crescimento e desenvolvimento do recém-nascido numa abordagem holística e humanizada. Nessa perspectiva, desenvolvemos este estudo com o seguinte objetivo: analisar criticamente as produções científicas acerca da assistência de enfermagem perinatal, em revistas da área de Enfermagem, nos últimos cinco anos, no intuito de resgatar as diferentes abordagens sobre a assistência perinatal no contexto da enfermagem.
METODOLOGIA:
O estudo é de natureza exploratória analítica cujas fontes de dados foram periódicos de enfermagem: Revista Brasileira de Enfermagem e Revista Latino-americana de Enfermagem dos anos de 1999 a 2004 classificadas no Qualis CAPES (A nacional). A escolha desses periódicos se deu pelos critérios de qualidade das publicações, periodicidade e regularidade e, ainda, de fácil acesso para as pesquisadoras. Do material levantado foram selecionados 23 artigos que abordavam a temática assistência de enfermagem perinatal. Na primeira fase do trabalho realizamos a leitura flutuante e leitura exaustiva a fim de identificar a pertinência do tema e os vários núcleos de sentido, respectivamente, de acordo com os procedimentos da análise documental. Essas leituras proporcionaram, já na segunda fase, a instrumentalização da análise e formação das categorias. A última fase constituiu-se da análise interpretativa dos achados, buscando tecer relações críticas entre as idéias dos documentos e o contexto atual da política nacional sobre a assistência perinatal.
RESULTADOS:
A análise de periódicos de enfermagem sobre a assistência perinatal vem mostrar as temáticas que emergem como discussões pertinentes ao sistema atual de saúde. Do ponto de vista quantitativo, percebe-se que houve maior freqüência da categoria Modelo Humanizado de Assistência, emergindo várias unidades de sentido. Pode-se inferir que tal tema foi bastante explorado, com subsídios teórico-científicos, designando em si, o significado da prática assistencial. Os discursos referentes valorizam a atenção humanizada a qual envolve a assistência holística, envolvimento da família e vínculo mãe-filho, incluindo os aspectos psicológicos, sociais e culturais. Em contrapartida, aparece a discussão sobre o Modelo Biomédico demonstrando a visão cartesiana, com uma assistência medicalizada e intervencionista, negligenciando os benefícios de um cuidado integral. Os documentos analisados abordam a Qualidade da Assistência pré-natal, parto e puerpério como aspecto fundamental na relação custo-efetividade através de estratégias que se sobrepõe na assistência humanizada e na categoria relativa à Promoção da Saúde. Desse modo, incluem assistência aos pais/família através do relacionamento interpessoal e da comunicação. A atuação dos profissionais na perinatologia requer um Processo de Trabalho, promovendo condições de trabalho que satisfaça à equipe de enfermagem e desenvolvendo ações em equipe multidisciplinar, favorecendo a distribuição de atividades sem acúmulo de funções para o enfermeiro.
CONCLUSÕES:
O estudo proporcionou conhecer as diferentes abordagens sobre a assistência perinatal na produção científica da enfermagem, resgatando os discursos que norteiam à prática. Desse modo, traz reflexões sobre as ações e posturas profissionais contraditórias ao modelo de atenção preconizado pelos órgãos nacionais e internacionais que defendem a qualidade da assistência perinatal. Esses fenômenos que envolvem a assistência à saúde da mulher e da criança são em parte dependentes da qualidade da assistência desenvolvida pelos profissionais, essencialmente, nesse período em que mãe e filho precisam ser vistos como seres em desenvolvimento e que muitos fatores internos e externos podem ser monitorizados e controlados, no sentido de prevenir agravos e promover a saúde, trazendo benefícios orgânicos e psicossociais para a vida. Portanto, faz-se necessário maior acompanhamento das condições de saúde da mãe e do concepto e intervenções embasadas em referenciais teóricos capazes de mudar posturas rígidas, mecanizadas e individualistas assumindo-se atitudes humanizadas e éticas, conforme anunciam os conteúdos apresentados nesses periódicos. Tais mudanças podem contribuir para reduzir os altos índices de morbimortalidade na fase perinatal e promover qualidade de vida para a criança e sua genitora.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Perinatologia; Assistência; Enfermagem.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005