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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica | ||
RISCOS DA DESNUTRIÇÃO INFANTIL RELACIONADOS ÀS ORIENTAÇÕES DO PRÉ-NATAL | ||
Priscila França de Araújo 1 (ilafranca@yahoo.com.br), Larissa Coêlho Barbosa 1, Mariana Cavalcante Martins 1, Fabianne Lopes da Costa 1, Renata Pereira Moreira 1, Mirna Albuquerque Frota 2, Ângela Regina de Vasconcelos Silva 3, Conceição Maria de Albuquerque 4, Sandra Valéria Pinheiro Barbosa 5 e Érika Albuquerque Shirasu 1 | ||
(1. Graduação em Enfermagem – Universidade de Fortaleza – UNIFOR; 2. Enfª; Profª., Dra, Depto. do Mestrado de Educação em Saúde – UNIFOR; 3. Enfª, Profª, Mestre Graduação em Enfermagem - UNIFOR; 4. Enfª; Mestranda; Depto. do Mestrado de Educação em Saúde – UNIFOR; 5. Enfermeira assistencialista do NAMI; UNIFOR) | ||
INTRODUÇÃO:
A desnutrição materna tem merecido a atenção dos profissionais de saúde devido ao aumento das exigências nutricionais da mãe para o crescimento e desenvolvimento fetal, incluindo a saúde física e mental do bebê. Aproximadamente 15 milhões de meninas entre 15 e 19 anos são responsáveis por mais de 10% dos bebês nascidos no mundo, muitos deles de baixo peso. Verifica-se que a presença da desnutrição infantil decorre de gestação de mães também desnutridas. Ressalta-se por isto, a importância da assistência no pré-natal e o acompanhamento da gestação, adotando-se atividades voltadas à gestante, tais como o diagnóstico da gravidez; o cadastro da gestante no primeiro trimestre; a classificação de risco gestacional desde a primeira consulta; a suplementação alimentar para as gestantes de baixo peso; a vacinação anti-tetânica e; a realização de exames laboratoriais de rotina e alimentação adequada. Assim, entendendo que a gestação é um período de grandes mudanças na vida da mãe, e que fatores de risco tais como a idade materna; a situação conjugal; a baixa escolaridade da mãe; o uso de álcool e drogas lícitas ou ilícitas; a história reprodutiva materna (aborto, multiparidade ou nuliparidade) influenciam na desnutrição infantil, objetivou-se avaliar a qualidade do preenchimento das fichas das gestantes pelos profissionais de saúde do NAMI. |
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METODOLOGIA:
Pesquisa do tipo quantitativa, realizada no Núcleo de Assistência Médica e Integrada (NAMI) mediante busca aos prontuários das gestantes de 13 a 35 anos assistidas na consulta de pré-natal durante o ano de 2004. Foi selecionada uma amostra de 30 prontuários, de acordo com a faixa etária escolhida. As variáveis utilizadas na pesquisa foram o nível de escolaridade da gestante, o seu estado civil, a relação peso ideal/altura (%), a existência de filho desnutrido (menor que 2500g) e o uso do fumo durante a gestação. Entretanto, a variável mais importante para avaliar o grau de desnutrição materna é o percentil entre o peso e a altura da gestante, a qual é facilmente determinada unindo-se os números do peso e da altura materna que estão em colunas verticais com a porcentagem do peso ideal/altura, na linha inclinada. O valor encontrado é colocado em um gráfico de acordo com as semanas gestacionais e sendo avaliado o estado nutricional materno. Este gráfico possui três colunas, sendo que a mais acima (C) indica sobrepeso, a do meio (B) o peso normal que a gestante deve ter, e a coluna abaixo (A), baixo peso. Contudo, essa avaliação somente é possível quando há o correto preenchimento desse gráfico, a partir da 9ª semana de gestação, pelos profissionais de saúde. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, e seguiu as diretrizes da Resolução 196/96. Os dados foram analisados em forma de gráfico. |
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RESULTADOS:
Mediante a análise dos dados, os resultados encontrados constataram que 70% das gestantes atendidas no NAMI eram maiores de 17 anos. Quanto ao estado civil 36,6% possuíam situação conjugal estável, 26,6% eram solteiras e 23,3% eram casadas e, 13,5% dos prontuários não continham essa informação. Entre as gestantes, 60% possuíam o grau primário, 33,3% o grau secundário e 6,6% não eram alfabetizadas. Verificou-se que 73,3% não apresentavam antecedentes obstétricos, enquanto as demais 26,7% realizaram aborto entre uma e três vezes. O nível nutricional, de acordo com o percentil peso/altura indicou que 36,6% estavam desnutridas, 16,6% encontram-se com peso ideal, mas os demais prontuários não foram preenchidos ou estavam incompletos. Constatou-se que 20,0% dessas gestantes tiveram filhos abaixo de 2.500g, que 36,6% tiveram filhos com o peso adequado, mas 13,3% dos prontuários não estavam preenchidos. |
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CONCLUSÕES:
O estudo mostrou que existe descuido no preenchimento de alguns prontuários quanto ao gráfico da avaliação nutricional da gestante, acreditando-se que este fato corresponda às gestantes bem nutridas ou com sobrepeso. Recomenda-se, contudo que todos os prontuários sejam integralmente preenchidos para que não haja dúvida quanto ao status nutricional da gestante, e facilitando a elaboração de estratégias de educação em saúde para aquelas gestantes que demonstrem baixo peso gestacional, evitando-se o nascimento de crianças subnutridas com risco para o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; alterações no crescimento e desenvolvimento e dificuldades de relacionamento após o nascimento. Ressalta-se portanto, que o baixo peso ao nascer não está relacionado somente à má alimentação materna, às condições socio-econômicas, à baixa idade da mãe, mas sobretudo uma assistência diferenciada e singularizada pelos profissionais à saúde materno-infantil, desde o pré-natal, parto e puerpério, perpassando e respeitando a cultura e o contexto familiar. |
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Palavras-chave: Desnutrição Materna; Fatores de Risco; Educação em Saúde. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |