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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física | ||
PERCEPÇÃO DO PENSAMENTO FÍSICO EM ALUNOS DA SEXTA E SÉTIMA SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL | ||
José Carlos Xavier da Silva 1, 2, 3, 4, 5 (xavier@uerj.br), Soraia Rodrigues de Azeredo 1 e Paula Rocha Pessanha 1 | ||
(1. Departamento de Eletrônica Quântica/ Instituto de Física/ UERJ; 2. Colégio Princesa Isabel; 3. Colégio Sagrado RJ; 4. Colégio Andrews; 5. Colégio Metropolitano) | ||
INTRODUÇÃO:
A motivação deste trabalho está em descobrir que fatores levam os estudantes do Ensino Médio a fracassarem em Física, o que é demostrado no grande índice de reprovações e um péssimo rendimento nos vestibulares. Como escrito por Alícia Fernandes em "Saber em Jogo" "Para aprender o sujeito tem que apelar simultaneamente as duas posições, aprendente e ensinante. Necessita conectar-se com o que já conhece e autorizar-se a mostrar, a fazer visível aquilo que conhece. Não se pode aprender, verdadeiramente, sem colocar em diálogo os conhecimentos e saberes já existentes com os novos conhecimentos". Por isso, estamos investigando qual é a relação entre o conhecimento intuitivo, a percepção à priori, a sensibilidade e observação da natureza em alunos do Ensino Fundamental com o desempenho em Física no Ensino Médio, com o objetivo de além de entender como eles pensam a Física, de levá-los alguns conhecimentos de Física que eles só terão contato no Ensino Médio. |
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METODOLOGIA:
Nossa pesquisa tem como público alvo, alunos da sexta e sétima séries do Ensino Fundamental de uma Escola Pública do Rio de Janeiro e consiste em apresentar para estes estudantes um conjunto de experimentos, preparados com materiais simples, que mostram alguns dos fenômenos da Física acontecendo e sem dar nenhuma explicação sobre a Física dos experimentos, fazer com que eles relatem o que viram e perceberam. As redações são recolhidas e analisadas, pela equipe de Físicos desse trabalho, sobre a visão do aluno em Física e a forma de escrever pelo professor regente da turma, levando a pesquisa num nível de interdisciplinaridade. |
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RESULTADOS:
Até o momento da pesquisa, apresentamos três experiências, o ludião, a prensa hidráulica e as placas que se unem e analisando sessenta redações, concluímos que: Seis crianças percebem que o afundamento da caneta tem a ver com o volume deslocado (empuxo). Trinta e dois estudantes descrevem uma relação entre o peso da caneta e o peso da água, intuindo a idéia de densidade, apenas um estudante cita a palavra densidade, todos falam em pressão como se fosse exclusivamente do ar, mostrando a influência do dia-a-dia em seus conceitos, seis relacionam o observado com algo já conhecido (submarino, navio, bóias), oito relacionam a palavra pressão. |
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CONCLUSÕES:
Nossas pesquisas mostram que o aluno possui uma boa percepção da natureza, que parece ser "mascarada", quando ele começa a estudar Física na oitava série, por causa de um excesso de matemática. Numa Conclusão preliminar, observamos que ao pensar em ar, eles estão levando o seu modelo social de pensamento para formar o seu modelo mental, pois em seu cotidiano, ele escuta falar de pressão apenas como coisa do ar (encher bola, pneus), então, eles podem aprender os fenômenos sem ainda conhecerem os modelos e a matemática que explica cada modelo. |
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Palavras-chave: Conhecimento de Física à priori; Percepção da natureza Física; Relatos de alunos do Ensino Fundamental. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |