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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais | ||
CONDIÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E INSUSTENTABILIDADE NO MANEJO DA CAATINGA NO ASSENTAMENTO HIPÓLITO, EM MOSSORÓ-RN | ||
Francisco das Chagas Silva Souza 1 (chagasouza@uol.com.br), Jailton Barbosa dos Santos 1, Maria do Socorro Moura Paulino 1, Gildson Souza Bezerra 1, Jacqueline Cunha de Vasconcelos Martins 1, Denison Antonio Maia da Silva 1, Maria Luciana da Silva Nóbrega 1, Francisca Gomes Torres 1, Elainy Danielle Guedes Pereira 1 e Ewerton Marinho Alves de Lima 1 | ||
(1. NÚCLEO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS, CEFET/RN, MOSSORÓ) | ||
INTRODUÇÃO:
A partir da década de 1970, vem crescendo a preocupação com o tipo de desenvolvimento implementado pelos governos. Muitos estudos reivindicam que tais políticas tenham como base a noção de sustentabilidade, ou seja, um crescimento econômico acompanhado por eqüidade social e prudência ecológica. Na área rural, têm sido realizadas pesquisas com o objetivo de analisar a sustentabilidade nas ações públicas de desenvolvimento. No Rio Grande do Norte, nas últimas décadas, foram criados vários projetos de assentamentos de reforma agrária em áreas de semi-árido. Haja vista a localização desses projetos dentro de um bioma que vem passando, ao longo de séculos, por graves devastações, e considerando a pobreza que caracteriza grande parte da população residente nesses assentamentos - já verificada em outros trabalhos - a pesquisa levantou dados sócio-econômicos e ambientais em um deles para, a partir destes indicadores discutir as implicações no uso da caatinga no assentamento Hipólito, em Mossoró. Buscou-se verificar se ocorre na área um desenvolvimento rural com base na sustentabilidade. |
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METODOLOGIA:
A escolha do assentamento Hipólito deu-se pelo fato de esse ter sido um dos primeiros implantados na região, ainda na década de 1980. Inicialmente, fez-se uma ampla revisão bibliográfica e, em seguida, visitas à área onde foram realizadas 29 entrevistas com os assentados, o que representa 20% da população total. Para verificar os impactos ambientais, indagou-se sobre a existência e conservação da fauna e flora típicas da caatinga, além de análise do solo para detectar possíveis problemas gerados a partir do seu uso nas atividades econômicas. Quanto à variável sócio-econômica, observaram-se os seguintes aspectos: atividades produtivas, ocupação, renda, associativismo e qualidade de vida. |
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RESULTADOS:
Os assentados têm na agricultura de sequeiro a principal atividade econômica, com baixa produtividade, sendo a renda complementada com trabalhos esporádicos e informais, e com recursos advindos de aposentadorias e dos planos de assistência social do Governo Federal. Asseguraram utilizar os recursos naturais da caatinga, como a extração de lenha e caça, apenas para o consumo da família, embora outros trabalhos sobre o referido assentamento afirmem que comercializam a madeira. Com relação aos aspectos ambientais, evidenciou-se que a agricultura ocasiona impactos negativos ao meio ambiente e que o desmatamento desordenado tem agravado ainda mais os problemas presentes na caatinga, tais como a salinização, a desertificação e a redução e/ou desaparecimento de espécies endêmicas da fauna e flora. |
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CONCLUSÕES:
A realidade observada no assentamento Hipólito aponta para a insustentabilidade sócio-econômica e ambiental, verificada pela permanência de um estado de pobreza, na maioria das famílias, comprometendo-lhes diretamente a qualidade de vida. A falta de uma política de geração de emprego e renda faz com que se utilizem irracionalmente os recursos naturais. Face ao exposto, faz-se necessário um trabalho de orientação técnica e de educação ambiental aos assentados. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: sustentabilidade; caatinga; desenvolvimento rural. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |