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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
HÁBITOS ALIMENTARES E DE SAÚDE DE CLIENTES HIPERTENSOS
Sara Taciana Firmino Bezerra 1 (saratfb@yahoo.com.br) e Maria Vilani Cavalcante Guedes 1
(1. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
A Hipertensão Arterial é uma doença crônica não transmissível que acomete milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Sendo um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares, seu tratamento consiste numa série de atividades, que o paciente deve seguir a partir do instante em que descobre a doença. A principal delas é a mudança no estilo de vida que envolve modificações nos padrões alimentares, na prática de exercícios físicos que colaboram para a redução do peso além de ativar o sistema cardiovascular, adequando o seu Índice de Massa Corporal (IMC); na redução da ingesta de sal, na redução do consumo de bebidas alcoólicas e diminuição até eliminação do consumo de cigarro; terapêutica farmacológica direcionada ao controle da doença. O presente estudo buscou traçar o perfil do paciente hipertenso com mais de um ano de tratamento, buscando relacionar sua alimentação, o consumo do cigarro e de bebidas alcoólicas ao seu Índice de Massa Corporal e discutir o impacto das intervenções dos profissionais de saúde na mudança de estilo de vida desta clientela.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo exploratório descritivo, desenvolvido com 60 pacientes hipertensos, atendidos na atenção básica de um Centro de Saúde da cidade de Fortaleza – CE. Seguindo os trâmites éticos, os participantes da pesquisa foram informados sobre o estudo, dos seus objetivos, sendo-lhes garantido o anonimato e a liberdade de se envolver ou não do mesmo e de desistir a qualquer momento sem que isso lhes trouxesse qualquer prejuízo. A coleta de dados foi realizada através de um questionário, sendo respondido antes de o paciente receber o atendimento. Os dados coletados foram submetidos a análise quantitativa.
RESULTADOS:
Dos 60 pacientes do estudo, 48 (80%) era constituído por mulheres e 12 (20%) por homens. Para o padrão alimentar, foi constatado que o mesmo baseia-se numa dieta tradicionalmente cearense: em média, 97% dos pacientes comem arroz, feijão, frango, carne de boi/vaca; 70% consomem banana, laranja, maçã, mamão, e em relação aos legumes, 70% se utilizam de cenoura, chuchu, tomate e pimentão. Apesar da diversidade alimentar, dentre as mulheres, o IMC constatou peso saudável para apenas 16,6%, um pouco acima do peso para 43,75%, acima do peso 33% e 6,25% são obesas. Entre os homens, os resultados foram respectivamente 8,3%, 50%, 41,6% e nenhum obeso. A alimentação verificada para quem estava a partir de um pouco acima do peso, foi uma relação de alimentos fortemente calóricos e que colaboram para os níveis de colesterol: 15% das mulheres e 36% dos homens comem vísceras ; 42,5% das mulheres e 90% dos homens comem batata inglesa e apareceram freqüências diferentes para farinha, cuscuz, macaxeira, miolo, sarapatel, carne de carneiro/porco. A respeito da ingesta de sal, para cada refeição, 25% usam 1 colher de sobremesa, 16% usam 1 colher de café e 14,5% coloca sem medir. Em relação ao consumo de cigarro, enquanto que 6,2% das mulheres fuma, nenhum homem fuma, sendo que 8,6% deixaram o hábito ao adoecer. 14,5% das mulheres e 33% dos homens consomem bebidas alcoólicas eventualmente, a maioria tomam cerveja e cachaça, em geral mais de dois copos.
CONCLUSÕES:
A partir dos dados coletados, concluiu-se que a população hipertensa assistida pelos profissionais de saúde sentem certa dificuldade na mudança de comportamento em relação aos hábitos alimentares, prejudicando o controle da doença.
Palavras-chave:  Hipertensão; Hábitos alimentares; Hábitos de Saúde.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005