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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem | ||
CONHECIMENTO DOS ALUNOS MATRICULADOS EM SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DE ENFERMAGEM: UM ENFOQUE INTERDISCIPLINAR | ||
Renata Carneiro 1 (renatacarne@ibest.com.br), Luiza Jane Eyre de Souza Vieira 1, 2, Karla Maria Carneiro Rolim 1, 3, Aline de Souza Pereira 1, Zélia Maria de Sousa Araújo Santos 1, 2 e Raimunda Magalhães da Silva 2 | ||
(1. Centro de Ciências da Saúde,Enfermagem, Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 2. Mestrado em Educação em Saúde, Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Doutorado em Enfermagem, Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
Atualmente com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento da ciência, o mundo requer ensino contextualizado para que haja um melhor conhecimento da realidade, que exige que o profissional saiba trilhar caminhos multidisciplinares e, concomitantemente, saiba da importância da interdisciplinaridade. Fato esse induz docentes e discentes a buscarem a construção do conhecimento, integrando disciplinas na construção do saber. Assim, o aluno desenvolve competências para emergir na sociedade de modo a interferir e transformá-la. O alcance da metodologia interdisciplinar, de acordo com Fazenda (2002), requer uma atitude ante o conhecimento que surge na necessidade da disciplina, na aceitação das competências e incompetências, possibilidades e limites, dos seus agentes. Furnalleto (2000) acrescenta que, a interdisciplinaridade tem sido buscada para compreender os desdobramentos da prática, circulando em redor delas, revisitando-as. Nesse sentido, a capacidade de pensar, observar e questionar do discente devem ser colocadas em prática, integrando disciplinas previamente estudadas. Essas devem ser relacionadas e articuladas com as disciplinas subseqüentes, para que, dinamize-se a sala de aula e os conteúdos que são ministrados cotidianamente pelos professores. Certas do valor da interdisciplinaridade, o estudo pretende identificar o conhecimento do aluno sobre pré-requisitos disciplinares que fundamentam o conteúdo da disciplina de Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. |
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METODOLOGIA:
Este estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, realizada numa universidade particular de Fortaleza-Ceará, em Fevereiro de 2004. A população escolhida para a pesquisa foi constituída de 54 alunos da disciplina de Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem, regularmente matriculados no período letivo de 2004.1. A amostra constou de 40 alunos presentes em sala de aula no dia da pesquisa que concordaram em participar, respondendo ao questionário. A coleta de dados foi realizada pelo professor orientador, utilizando um questionário estruturado, contendo 41 questões fechadas. Tais quesitos foram oriundos de livros de enfermagem direcionados para concursos, elaborados por professores de universidades do Rio de Janeiro, relacionados ao conteúdo programático das disciplinas investigadas. Foram abordados assuntos das disciplinas de Anatomia, Fisiologia, Patologia, Ética e Legislação em Enfermagem e MPE. No entanto, dez questões foram voltadas para as disciplinas de Anatomia, Fisiologia e MPE; cinco questões para Patologia e seis questões para Ética e Legislação em Enfermagem. Os resultados foram organizados e analisados segundo a contagem da freqüência absoluta de acertos, erros e não respondentes, os quais, foram tabulados e analisados pela planilha do Excel, apresentados em gráficos e em quadros. Os aspectos éticos foram respeitados, conforme Resolução 196/96 que regulamenta as normas de pesquisa envolvendo seres humanos. |
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RESULTADOS:
O resultado expressa a média de alunos em relação ao acerto de questões nas disciplinas avaliadas. Patologia e Fisiologia apresentaram índices de acertos de 36 e 29 itens, respectivamente. Anatomia e Ética e Legislação em Enfermagem registraram 25,6 e 26,6 acertos, enquanto que, a disciplina de Métodos e Práticas de Enfermagem – MPE, pontuou cerca de 19,3 respostas certas. Em relação às disciplinas cursadas, podemos observar que a continuidade do modelo biomédico ainda encanta o aluno que está se aproximando dos conteúdos das disciplinas da área mais básica. O foco do aprendizado desse aluno ainda está centrado na patologia em si, e o mesmo discente aparenta subestimar, nesses primeiros contatos com o mundo acadêmico, os conteúdos de disciplinas que exigem raciocínio crítico e desenvolvimento pró-ativo da pessoa. Dessa forma, entende-se a disciplina de MPE como uma das que inicia o contato do aluno com as bases teóricas da profissão, porém, esse mesmo estudante não vislumbra o valor e a necessidade de apreender esse conhecimento e relacioná-lo com o desempenho da prática profissional. Identifica-se a dificuldade que o aluno tem de perceber “o cuidar” como uma ação interdisciplinar e inerente à condição do ser humano e, por conseguinte, à essência da prática de enfermagem. Esse educando carreia o mito e os valores de uma sociedade que ainda focaliza e prioriza a doença em vez de buscar estilos de vidas que favoreçam a aquisição e manutenção da saúde. |
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CONCLUSÕES:
Verificamos nesse estudo, que o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem que chegam à semiologia e semiotécnica sobre as disciplinas anteriormente cursadas, em geral, é satisfatório, mas, há muito para aprender e conhecer. Patologia foi a disciplina que teve o maior número de acertos, a qual, envolve o aluno a buscar um conhecimento maior, provavelmente, por causa de uma sociedade ainda voltada para a doença. A disciplina que teve um menor número de acertos foi a de MPE, evidentemente, por ser uma disciplina na qual o aluno tem a primeira relação com a verdadeira prática da enfermagem – o cuidar. Portanto, entende-se que há dificuldade, no aluno, de perceber essa prática. Logo, deve-se dar uma atenção maior para a inter-relação entre as disciplinas a cada semestre cursado. Para que isso ocorra, é necessário haver uma mudança no sistema de ensino do docente anelada à formação profissional dos acadêmicos de enfermagem. |
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Palavras-chave: Enfermagem; Interdisciplinaridade; Semiologia e Semiotécnica. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |