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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
PRÁTICA DE SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COMO REPERCUSSÃO NO DESMAME PRECOCE
Monalisa Abrante Mariano 1 (monalisaenfermagem@yahoo.com.br), Mirna Albuquerque Frota 1, 2, Marcelo de Carvalho Filgueiras 3, Francisco Felipe Araújo Costa 4, Simone Dantas Soares 1, Conceição de Maria de Albuquerque 2, Fabianne Lopes da Costa 1, Viviane Mamede Vasconcelos 1, Ariane Pontes Soares 1 e Rita de Cássia Neiva 2
(1. Centro de Ciências da Saúde, Enfermagem – Universidade de Fortaleza – UNIFOR; 2. Mestrado em Educação em Saúde – Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Departamento de Fisioterapia – Faculdade Católica Rainha do sertão - FCRS; 4. Centro de Ciências da Saúde, Medicina – Universidade Federal do Ceará – UFC)
INTRODUÇÃO:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as crianças tomem leite materno desde o nascimento até 4 a 6 meses de idade; durante esse período deve-se assegurar que não recebam nenhum outro líquido ou sólido além do leite materno, nem mesmo água. Praticamente 100% das mães iniciam a amamentação. Chegam até um ano de vida da criança 41% e até dois anos só 14%. Sendo assim, é de substancial importância a realização de estudos que identifiquem os fatores que contribuem para o desmame precoce, a fim de criar estratégias para aumentar a duração e prevalência do alimento materno. Os reais motivos que levam a mãe a querer ou não amamentar podem não ser conscientes, podendo vir a serem influenciados pela sociedade, pela sua cultura, sua história pessoal, seu estilo de vida, sua personalidade, sua situação econômica, seu grau de maturidade, sua capacidade afetiva e suas informações sobre as vantagens do aleitamento materno e as desvantagens do desmame. Objetivou-se identificar os principais fatores que levam as mães a iniciar a suplementação alimentar antes dos seis meses, para então, serem elaboradas estratégias educativas visando aumentar a prevalência e a duração da amamentação.
METODOLOGIA:
Estudo de caráter qualitativo, realizado no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), atendendo as exigências éticas e científicas fundamentais. Constou-se de uma amostra aleatória por conveniência, com oito mulheres com filhos de até dois anos, estando ou não amamentando. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, seguindo: Qual a alimentação do seu bebê? .Com que idade foi dada outro alimento além do leite materno? O que levou a dar outro alimento? Por que escolheu esses alimentos? Sendo gravadas simultaneamente e depois transcritas. As falas foram analisadas e categorizadas de acordo com Minayo (1996).
RESULTADOS:
Os conteúdos das falas foram analisados e categorizados, emergindo as categorias: Atitudes negativas de familiares e terceiros; Crenças culturais e estilo de vida; Quantidade de leite insuficiente e problemas com a mama; Carência e desenvolvimento do bebê. Na primeira categoria, observa-se a influência/opinião de outros atores no cenário da amamentação, podendo ser atitudes negativas do pai ou de outros familiares e insucesso familiar na hora da amamentação; em crenças culturais e estilo de vida, percebe-se a influência de tecnologias modernas e a adoção de novos estilos de vida leva a uma redução na importância da prática de amamentação; em quantidade de leite insuficiente e problemas com a mama, ocorre que a quantidade de leite materno que o bebê está tomando não pode ser medida pela mãe, ela não sabe a quantidade de leite que o filho esta tomando, com isso muitas vezes decide não amamentar por amor; em carência e desenvolvimento do bebê, têm-se a introdução de alimentos suplementares devido motivos aceitáveis, como bebês gravemente doentes ou com peso muito baixo.
CONCLUSÕES:
Os principais motivos para desmame precoce foram a influência da família na prática de amamentação, da cultura, estilo de vida e maturidade, problemas com a mama, a opinião materna de leite insuficiente, e a suplementação alimentar devido necessidades nutricionais da criança. Com isso concluímos que o desmame precoce pode, muitas vezes, ser evitado informando as mães sobre as vantagens da amamentação e as desvantagens do desmame, assim como, quando e porque devem ser introduzidos outros alimentos, a importância do suporte familiar e como combater as dificuldades na prática de amamentação. O desmame correto é feito respeitando o ritmo de desenvolvimento da criança, garantindo-lhe segurança e satisfação em suas necessidades nutricionais. Portanto, a equipe de saúde, quando assiste à mulher que amamenta, na atenção ao pré-natal, parto e puerpério, em ambiente hospitalar ou domiciliar, deve estar atenta aos critérios que as mulheres que amamentam utilizam para decidir se continuam ou interrompem a amamentação exclusiva.
Palavras-chave:  Amamentação; Desmame precoce; Educação em Saúde.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005