IMPRIMIR VOLTAR
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
IDENTIFICAÇÃO DE OVOS DE DÍPTEROS MUSCÓIDES (FAMÍLIA: CALLIPHORIDAE) ATRAVÉS DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA.
Paloma Martins Mendonça 1 (palomamartins@uol.com.br), Margareth Maria de Carvalho Queiroz 1, Marise Maleck de Oliveira Cabral 2, Rubens Pinto de Mello 2 e Jacenir R. Santos-Mallet 3
(1. Lab. de Biologia e Controle de Insetos Vetores, Depto. de Biologia, IOC/Fundação Oswaldo Cruz; 2. Laboratório de Diptera; Depto de Entomologia; IOC/Fundação Oswaldo Cruz; 3. Núcleo de Morfologia e Ultraestrutura de Vetores; Depto de Entomologia; IOC/Fundação Oswaldo Cruz)
INTRODUÇÃO:
Os dípteros muscóides estão entre os grupos de insetos de grande importância econômica tendo papel de destaque na entomologia médica e veterinária, devido às diversas maneiras que eles podem afetar o homem e os animais domésticos. Estas moscas, principalmente as larvas da maioria das espécies, participam ativamente da degradação da matéria orgânica na natureza, desenvolvendo-se em muitos tipos de substratos, que vão desde tecidos vivos de animais e vegetais, carcaças de vertebrados e invertebrados, lixo urbano, até fezes, atuando desta forma, como “lixeiras naturais”. O fato de procurarem esses meios, não só para a postura, como também, para a alimentação e cópula, permitiu que assumissem um papel relevante em saúde pública, como potenciais vetores mecânicos de uma série de patógenos. Alguns muscóides apresentam larvas que se desenvolvem somente em tecidos vivos (biontófagas) e outras em tecidos mortos (necrobiontófagas) de vertebrados, causando as miíases primárias e secundárias, respectivamente. Desta forma, desempenham uma importante função ecológica no processo de degradação da massa corporal, sendo utilizados na estimativa do intervalo pós-morte em casos de homicídios (Entomologia Forense). No entanto, para uma estimativa mais precisa é necessário o conhecimento da morfologia externa dos ovos depositados por estes dípteros, uma vez que em algumas situações são as únicas evidências que restam nos cadáveres.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biologia e Controle de Insetos Vetores do Departamento de Biologia e no Núcleo de Morfologia e Ultraestrutura de Vetores do Departamento de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ. As imagens foram obtidas no microscópio eletrônico de varredura Jeol 5310 do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os dípteros utilizados foram provenientes das colônias mantidas em laboratório, que foram estabelecidas a partir de adultos capturados no Campus da Fundação Oswaldo Cruz e no município de Seropédica, RJ. As espécies utilizadas foram: Phaenicia cuprina e Chrysomya megacephala.
Os ovos foram lavados com solução salina e fixados com uma solução de glutaraldeído à 2,5%, em tampão cacodilato de sódio 0,1M, pH 7.2 durante uma hora. Depois foram pós-fixados em tetróxido de ósmio à 1% no mesmo tampão, desidratados em séries crescentes de etanol, e submetidos ao método de secagem pelo ponto crítico, utilizando CO2 super-seco em aparelho de Balzers. Posteriormente foram aderidos em fita condutora de carbono, montados em suportes metálicos e cobertos por ouro, para permitir a visualização no microscópio eletrônico de varredura.
Foram analisados o comprimento e a largura dos ovos, as ornamentações e o comprimento da área mediana, excluindo-se as cristas.
RESULTADOS:
As projeções que revestem internamente a área mediana mostraram-se morfologicamente diferentes nas duas espécies observadas. Em P. cuprina, estas projeções têm a porção superior mais alargada, com média de 1,36µm de largura; enquanto que em C. megacephala a porção superior é menor, com cerca de 0,68µm de largura.
A média da largura da área mediana é de 29,6µm em P. cuprina e 14,9µm em C. megacephala. Esta área, em C. megacephala termina em duas bifurcações laterais à micrópila. Na outra extremidade do ovo, ela é de forma arredondada. O exocórion de ambas espécies encontra-se revestido por células hexagonais.
CONCLUSÕES:
As espécies analisadas apresentaram diferenças morfológicas, sendo possível desta forma, identificá-las.
Instituição de fomento: Instituto Oswaldo Cruz/ Fiocruz
Palavras-chave:  Microscopia eletrônica de varredura; Dipteros muscóides; Ovos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005