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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração | ||
CICLO DE SOBREVIVÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS CONSIDERANDO O USO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL NA AÇÃO ADMINISTRATIVA, OBSERVADO NA REGIÃO LESTE NA ZONA DA MATA MINEIRA | ||
Carlos Alberto Abreu 1 (carlosabreu@uai.com.br), Cimara Aparecida Nunes 1, Pedro Paulo de Andrade Cavalher 2, 4, Marco Aurélio Marques Ferreira 2, 3, 4 e Sérgio Luiz Agostinho Gonçalves 2, 4, 5 | ||
(1. Graduando do Depto. de Administração de Empresas, Faculdade de Minas - FAMINAS.; 2. Prof. do Depto. de Administração de Empresas, Faculdade de Minas - FAMINAS.; 3. Coord. do Depto. de Administração de Empresas, Faculdade de Minas - FAMINAS.; 4. Prof. do Depto. de Ciências Contábeis, Faculdade de Minas - FAMINAS.; 5. Coord. do Depto. de Ciências Contábeis, Faculdade de Minas - FAMINAS.) | ||
INTRODUÇÃO:
No Brasil, estimativas indicam que dos cinco milhões de empresas formais existentes hoje, 98% são micro e pequenas empresas e a sobrevivência destas possui relação direta com os graves problemas sociais que enfrentamos, inclusive o elevado índice de desemprego. Pesquisas indicam que entre as principais causas de mortalidade dessas empresas estão a falta de capital de giro, o alto grau de endividamento, o despreparo na gestão dos negócios e o desconhecimento do mercado, e ainda, que 47% dos ex-proprietários iniciaram o negócio sem nenhuma experiência ou conhecimento do ramo. Outro fator preponderante é a dificuldade em alavancar capital de giro. Através de uma leitura objetiva desses dados, pode-se afirmar que a utilização de informações contábeis no processo decisório poderia contribuir imensamente para uma ação mais adequada dos gestores, já que estas guardam relação direta com as principais causas de mortalidade dessas empresas. Aí é que surge o foco do problema, pois, a esmagadora maioria dessas empresas, por benesses da própria lei, estão dispensadas das formalidades contábeis e, portanto, não tem acesso aos seus maiores benefícios, as informações. Através de um diagnóstico do perfil gerencial das micro e pequenas empresas, motiva-se, por intermédio desse, uma discussão a cerca da relação custo/benefício da dispensa das formalidades contábeis, e ainda, se o que inicialmente perece um benefício não pode ser um dos maiores agravantes à mortalidade dessas empresas. |
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METODOLOGIA:
A metodologia escolhida foi a entrevista direta com dirigentes da empresa. A pesquisa foi desenvolvida na região leste da Zona da Mata Mineira, no pólo de influência do município de Muriaé. Atualmente, a região da Zona da Mata está entre as mais pobres do Estado de Minas Gerais, possuindo o terceiro menor PIB por habitante do estado. No ano de 1999 o PIB por habitante da região da Zona da Mata foi de R$ 4.023,17 (Tabela 13 / Informativo CEI - PIB Minas Gerais - Municípios e Regiões - 2000 / Fundação João Pinheiro). Embora seja oportuno destacar, que na microrregião em que se insere, Muriaé é a cidade com maior PIB, o que, por si destaca a importância dela para o desenvolvimento regional. A base das empresas selecionadas para entrevista foi a CDL - Muriaé, com um total de 361 sócios registrados em julho/2004, pois presumimos que este já seria um indicador inicial de organização administrativa e, portanto, que essas empresas teriam condições de fornecer as informações necessárias. |
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RESULTADOS:
Como esperado, das empresas pesquisadas, 91% declararam ser optantes pelo SIMPLES, ou seja, configurando-se, de fato, como micro e pequenas empresas. Cerca de 62,3% delas possuíam até 10 funcionários e, apenas 9,4% possuíam mais de 50 funcionários. E ainda, em 81,1% o principal administrador era o próprio sócio. Ainda que 75,5% das empresas declarassem utilizar computadores em suas atividades administrativas e, entre estas, 62,3% declarassem utilizar a internet em suas atividades, cerca de 45,3% se quer responderam os principais dados financeiros solicitados, e o mais preocupante, nesse grupo, em 85,7% dos casos o entrevistado não soube responder as informações solicitadas, o que, em tese, pode ser justificado pela ausência da informação contábil. Entre as principais dificuldades levantadas pelos gestores, as de natureza financeira aparecem no topo da lista com 58,5% das citações, entretanto, somente 17% das empresas declararam possuir fontes de empréstimos, indicando claramente que a grande maioria não possui acesso às fontes externas de financiamento. Apenas 28,3% declararam ter buscado algum tipo de ajuda profissional externa no passado, no entanto, para o futuro 86,8% delas asseveraram a necessidade de ajuda profissional. |
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CONCLUSÕES:
O trabalho assevera que o uso da tecnologia de informação pelos gestores das micro e pequenas empresas não significa que estão possuindo as informações corretas para a condução de seus negócios, de forma que fatores de ordem financeira continuam sendo a principal causa de mortalidade dessas empresas. Por fim, se torna oportuno destacar que a ausência das informações contábil-financeiras ocupa o centro das principais causas de mortalidade das micro e pequenas empresas e equacionar esse problema poderá ser a chave para a sobrevivência de milhares dessas organizações, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região e do país, o que depõe a favor da importância dessa pesquisa. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Micro e pequena empresa; Gestão administrativa; Informações Contábeis. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |