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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
PROVA: INSTRUMENTO DE “MEDO” OU DE INFORMAÇÃO?
Ana Paula Gomes de Moura 1, Cláudia da Silva Melo 1, Mayline Shirley Carvalho de Moura 1, Silvana Azevedo de Almeida Cavalcante 1, Simone Patrícia Costa do Prado 1 e Jaqueline Barbosa da Silva 1, 2
(1. Coord. do Curso de Pedagogia, Faculdade de Pedagogia da Vitória – FAPEVISA/PE; 2. Depto. de Adm. Escolar e Planejamento Educacional – UFPE)
INTRODUÇÃO:
A avaliação da aprendizagem vem solicitando do professor nos últimos anos uma nova postura no processo educativo, levando em consideração sua prática pedagógica na inserção de propostas inovadoras que considerem o instrumento “prova” como um elemento que possibilita a reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem na busca de adequar o ensino com a avaliação (DESPRESBITERIS, 1989; SILVA, 2004; VASCONCELOS, 1998). Nesta perspectiva, a prova deixa de ser o momento do “vale tudo ou nada”, em função do significado estático dado a ela na perspectiva da prática tradicional, e passa a ser considerada como momento de compreensão e identificação do conhecimento construído pelo aluno no processo do ensino-aprendizagem, possibilitando ao professor analisar seu desenvolvimento através da exposição de idéias, registros escritos, justificativos e argumentações produzidos pelo aluno. A partir dessa mudança de postura buscamos analisar as experiências dos professores diante da prova e o uso que se vem fazendo desse instrumento no âmbito profissional.
METODOLOGIA:
Realizamos (1) levantamento bibliográfico, da literatura na área de avaliação, (2) entrevista aberta, com professores das quatro séries iniciais do ensino fundamental, da rede pública de ensino, a partir de questões relacionadas as suas experiências pessoal e profissional diante da prova, quanto á (1) seleção de conteúdos, (2) forma de aplicação, e, (3) finalidade, e, (3) análise das práticas desenvolvidas com o uso desse instrumento. No grupo dos cinco professores pesquisados todos estão em processo de formação, realizando curso superior na área de educação.
RESULTADOS:
Os atores revelaram que a prova era aplicada a cada final de unidade, que corresponde a cada dois meses do ano letivo, efetivado após o trabalho com determinados conteúdos do planejamento, exigidos na proposta pedagógica como sendo aqueles indispensáveis a um determinado ano de ensino. A finalidade destas se pauta na verificação do que o aluno conseguiu compreender no decorrer das aulas, com uma metodologia de aplicação tradicional, muitas vezes sem corresponder com a dinâmica que o grupo-classe desenvolveu, ao selecionar questões retiradas de livros didáticos e dos cadernos de anotações do professor, com níveis de exigência aquém do trabalho desenvolvido. Advindo daí, o motivo do nervosismo e o acontecimento freqüente de “dar um branco”, tendo como objetivo final a atribuição de um número, muitas vezes não correspondente ao conhecimento adquirido pelo aluno. Apesar dessa experiência não ter sido satisfatória na vida dos professores, os mesmos ainda guardam em suas práticas atitudes advindas desses momentos, por continuarem aplicando a prova num único momento, com o intuito de detectar os conteúdos absorvidos pelos alunos, no lugar de valorizarem suas aprendizagens.
CONCLUSÕES:
A prova se bem aplicada é um dos vários elementos que nos conduzem a uma reflexão sobre o andamento do processo de ensino-aprendizagem. Porém, não vem sendo utilizada tomando como base os seus objetivos, instrumento de inclusão; mapeamento do processo de aprendizagem do aluno; estratégia de avaliação da prática desenvolvida pelo professor no processo de ensino, tanto nas (1) vivências relatadas pelos professores, quanto nas (2) práticas pedagógicas que vêm desenvolvendo. É preciso que esse instrumento seja introduzido de forma contínua e formativa e utilizado no intuito de acompanhar a aprendizagem dos alunos e refletir o planejamento da prática pedagógica do professor, para que não continue relacionado-se a imagem do “medo”, da “insegurança” e da “apreensão”, deixando assim de exercer sua verdadeira função no processo criativo, reflexivo e transformador.
Instituição de fomento: Faculdade de Pedagogia da Vitória de Santo Antão/FAPEVISA
Palavras-chave:  Avaliação da aprendizagem; Instrumento avaliativo; Prática pedagógica.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005