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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências | ||
MONITORAMENTO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS NO LESTE DO ESTADO DO ACRE UTILIZANDO FOCOS DE CALOR: O CASO DO PROGRAMA PROAMBIENTE | ||
Karla da Silva Rocha 1, 2 (rochakarla@uol.com.br), I.Foster Brown 2, 4, Nara Vidal Pantoja 2, 3 e Larissa Santos Saraiva 2, 4 | ||
(1. Depto. de Geografia, Universidade Federal do Acre - UFAC; 2. SETEM-Parque Zoobotanico- UFAC; 3. Depto. de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Acre - UFAC; 4. Depto. de Ciências da Natureza, Universidade Federal do Acre - UFAC) | ||
INTRODUÇÃO:
Centenas de milhares de pequenos produtores rurais, seringueiros, extrativistas e ribeirinhos ocupam uma parte significativa da Amazônia brasileira. A forma com que estes moradores da floresta e da fronteira agrícola amazônica usam os recursos naturais das suas propriedades tem impactos na economia, no ciclo hidrológico, nas emissões e fixação de gases, na biodiversidade terrestre e aquática e na conservação de solo desde a escala de propriedade até a escala global. Projeções de tendências atuais indicam que grande parte da Amazônia pode ser transformada em terras agrícolas, pastos e em áreas degradas nas próximas décadas; uma parte significativa desta transformação será causada por pequenos produtores rurais. Excelentes indicadores dessa transformação, tanto no espaço quanto no tempo, são focos de calor, conhecidos também como pontos quentes, oriundos de dados de imagens de satélites. Uma proposta de reduzir o desmatamento e o uso de fogo é o Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar Rural – PROAMBIENTE, que forneceria subsídios para manutenção dos serviços ambientais na Amazônia. No Estado do Acre, existem cerca de 40.000 produtores rurais, sendo que apenas 400 famílias (1% do total) estão inseridas neste programa. Um dos componentes importantes para que este programa funcione é fazer a ligação entre os conhecimentos gerados sobre sistemas ambientais, seu monitoramento e sua utilização pelas sociedades regionais. |
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METODOLOGIA:
A área de estudo compreende a região leste do estado do Acre, onde estão inseridos os municípios Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri, os quais fazem parte da área de abrangência do PROAMBIENTE. O uso de focos de calor oriundos de análise de dados dos satélites NOAA 12 e 16, GOES 12, Modis-Terra e Modis-Aqua, que se encontram disponíveis no site do Centro de Pesquisa do Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (www.cptec.inpe.br/bdqueimadas) em São Paulo, serviu como um excelente indicador de onde, quando e com qual freqüência as queimadas estão acontecendo. Após a interpretação das imagens dos diferentes satélite, os dados foram selecionados em agrupamentos por região e por município de atuação do PROAMBIENTE. As informações georeferenciadas sobre os focos de calor foram também utilizadas para planejar sobrevôos em parceria com o IBAMA. |
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RESULTADOS:
O projeto piloto do PROAMBIENTE envolve 400 famílias rurais em projetos de colonização e reservas extrativistas que têm entre 10% a >80% das suas propriedades com cobertura florestal. Para o programa ter sucesso, uma alternativa é a incorporação pela sociedade local e regional da magnitude da perda dos serviços ambientais que estão ocorrendo e possíveis soluções. Diante desta realidade o problema do fogo é um dos principais desafios a serem superados no monitoramento de serviços ambientais. Foram realizadas divulgações da magnitude da problemática de queimadas por meio de 4 (quatro) artigos de jornal, 1 (uma) entrevista na televisão, 1 (um) workshop internacional, mapas para as escolas e instituições ambientais, 4 (quatro) palestras em seminários regionais e 4 (quatro) reuniões com dirigentes de instituições locais que trabalham com fiscalização de queimadas. Para a sociedade local onde o PROAMBIENTE está atuando, fizemos 5 (cinco) treinamentos visando o fortalecimento da capacidade de produtores e extensionistas no uso de imagens de satélite e de unidades de GPS no planejamento das suas propriedades de uma maneira que mantenha os serviços ambientais. Para ser efetivo nas mudanças das projeções atuais de desmatamento, haveria a necessidade de aumentar a expansão desta atividade com o intuído de manter os serviços ambientais nas na escala de 10.000 famílias rurais no Estado do Acre, ou seja, 25 vezes o tamanho do projeto piloto do PROAMBIENTE. |
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CONCLUSÕES:
O uso das distribuições de focos de calor permite estimar no tempo e no espaço a ocorrência das queimadas. Entre as questões chaves para a avaliação de serviços ambientais na área de atuação do PROAMBIENTE estão necessariamente saber onde, quando, quanto e como, queimadas e desmatamento estão acontecendo. Estes dados de focos de calor disponíveis na página website do CPTEC/INPE, permitem gerar mapas para qualquer Estado, Região e/ou Município, possibilitando a sociedade acompanhar as mudanças no uso da terra na região. O uso de dados de focos de calor fornecidos em tempo quase real são de fácil utilização, e possibilitam a identificação de onde o desmatamento está acontecendo e conseqüentemente facilitam a identificação de áreas para mapeamento comunitário, o que pode ser considerada uma excelente ferramenta para o PROAMBIENTE. Mapas de concentrações de focos de calor produzidos a partir de dados de diferentes satélites, permitem que instituições fiscalizadoras e o público acompanhem a evolução de queimadas na região. |
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Instituição de fomento: Departamento de Geografia e Parque Zoobotanico - UFAC | ||
Palavras-chave: Serviços Ambientais; Focos de Calor; PROAMBIENTE. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |