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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
PROMOÇÃO DA SAÚDE EM REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA DE 1999 A 2004: ANÁLISE DOCUMENTAL
Natália Soares de Menezes 1 (natxoarex@hotmail.com), Juliana Sampaio dos Santos 2, Mônica Camila de Moura Pinheiro 3, Aline da Graça Magalhães 1, Maria Veraci de Oliveira Queiroz 2 e Maria Salete Bessa Jorge 4
(1. Dpto. de Medicina da Universidade Estadual do Ceará – UECE; 2. Dpto. de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará – UECE; 3. Dpto. de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará – UECE; 4. Curso de Mestrado Academico em Saúde Pública - UECE)
INTRODUÇÃO:
No contexto atual da saúde, observa-se preocupação com a promoção da saúde, conforme as recomendações dos órgãos nacionais e internacionais para a melhoria da qualidade de vida. A promoção da saúde não é uma atitude individual determinada, mas como define Candeias (1996) é uma combinação de apoios educacionais e ambientais que conduzem a uma vida saudável. Portanto, são combinações de muitos fatores: genéticos, ambientais, serviços de saúde e estilo de vida, os quais dependem de múltiplas intervenções ou fontes de apoio. Os fatores conducentes à promoção da saúde nos fazem entender que embora esse propósito inclua mudança de comportamento individual, a finalidade da promoção da saúde é ampla visando inclusive mudança de comportamento organizacional capazes de beneficiar a saúde de camadas mais amplas da população. Não se pode negar a relevância de mudanças de comportamentos individuais de forma consciente a partir da autonomia conferida ao indivíduo para que se torne responsável pela sua própria saúde e, assim, adotem medidas que preservem sua condição de bem-estar. A ênfase da retórica promocional recai sobre a prevenção, mudanças de comportamentos e atitudes em busca de um estilo de vida saudável e, também, a diminuição dos gastos na assistência à saúde. Desta forma o enfoque deste estudo está pautado nestes pilares com o objetivo de analisar criticamente os textos sobre promoção da saúde em periódicos da Revista de Saúde Pública de 1999 a 2004
METODOLOGIA:
O estudo é de natureza exploratória descritiva analítica, cuja fonte de dados foram os artigos do periódico Revista de Saúde Pública publicados entre os anos de 1999 a 2004, seguindo os critérios: ser periódico da saúde pública/saúde coletiva classificado no qualis CAPES Internacional A, portanto com qualidade comprovada das publicações, ter periodicidade, regularidade e fácil acesso aos autores da pesquisa. O recorte no tempo foi demarcado considerando as mudanças no quadro social, econômico, sanitário e político ocorrido nos últimos anos no Brasil abordados na referida revista. Do material levantado sobre o tema foram selecionados 20 artigos, a leitura seguiu os procedimentos do método de análise documental de acordo com Pimentel (2001): leitura flutuante, leitura exaustiva, quadro de autores, a fim de averiguar as freqüências com que as diversas temáticas foram apontados nas formulações conceituais dos textos e quadro de termos-chaves, com o objetivo de instrumentalizar a análise dos conceitos fundamentais apresentados no texto. Finalmente, sistematizou-se núcleos de sentido a partir dos termos-chaves elaborando-se um conjunto de temáticas mediante inferências realizadas sobre os conteúdos dos textos.
RESULTADOS:
Da análise dos textos resultaram as temáticas: Comunidades como Células de Capacitação, Estilo de Vida e Promoção da Saúde, Aspectos Biológicos e Organização da Atenção à Saúde.Em Comunidades como Células de Capacitação constatou-se que a avaliação das comunidades descontextualizada do estilo de vida e aspectos socioculturais da população, valorizando ações de caráter individual é considerada insuficiente para promover mudanças no seio da comunidade. Quanto ao Estilo de Vida e Promoção da Saúde, percebe-se a íntima relação das causas das doenças e sua referente prevenção com o estilo de vida. As orientações prescritivas pautadas apenas na transmissão de informações são consideradas ineficazes para a resolução de aspectos conflitantes em relação a crenças sociais e percepções em saúde. No que diz respeito aos Aspectos Biológicos estes são significantes, no entanto não devem ser considerados isoladamente, uma vez que para alcançar a integralidade da assistência deve ser vislumbrado um contexto mais amplo. Em se tratando da Organização da Atenção à Saúde, as ações devem ser planejadas e executadas de acordo com a demanda dos usuários com a implementação de treinamentos e cursos de reciclagem para os profissionais de saúde e agentes da comunidade.
CONCLUSÕES:
As ações governamentais voltadas para a promoção da saúde, levando em consideração o estilo de vida, os aspectos socioeconômicos e culturais têm um resultado positivo na redução de doenças e dos gastos do SUS. Acredita-se que a capacitação e efetiva participação de todos os profissionais de saúde e de atores sociais seja o melhor caminho para se fazer uma leitura das necessidades coletivas, sendo isto fundamental para o êxito dos programas que visam à promoção da saúde.
Instituição de fomento: Ministério da Saúde, FUNCAP e CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Promoção da Saúde; Revista de Saúde Pública; Saúde Coletiva.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005